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24 ago 2009 - 22h35

Dago, Washington e a torcida

Dagoberto e Washington ontem na Arena. E a fanática torcida atleticana. Quem deu o show de bola de praxe foi a torcida. Vocês ficaram devendo e a isso se chama justiça.

O fato é que o ápice da carreira de vocês foi no Clube Atlético Paranaense. E não foi por causa apenas das suas qualidades. Vocês foram o que foram por causa do Clube e da torcida. Sem a torcida e sem o Caldeirão fervendo vocês não teriam sido o que foram. Sem a alta rotação da torcida, seus dribles, arrancadas e estufadas de rede poderiam não ter sido ou teriam sido diferentes, mas certamente menos empolgantes. Ontem foi pra vocês jamais esquecerem disso.

‘Dago Gol’, que melhor apelido um jogador com o seu nome poderia querer, Dagoberto? Musiquinha e tudo. ‘Coração Valente’, que apelido causaria mais emoção em alguém do que esse, feito sob medida para ti, Washington, e que batia junto com o coração da Caveira?

E gratidão? Nada. Dago, você cuspiu no prato em que comeu e saiu fugido, na calada da noite. Levou anos tomando coragem pra voltar aqui e veio pensando que iria brilhar na nossa casa, mandar todo mundo calar a boca e cair nos braços da imprensa do eixo. Ledo engano, pois aqui você é o que a torcida quer que você seja. E te queremos FDP.

Washington, você não tem palavra. Vibrou contra nós mesmo tendo prometido não o fazer. Também achou que iria brilhar aqui ontem. Ledo engano. Ontem você foi o que a torcida quis, um nada. Tua rasgação de seda no final foi falsa, deveria ter calado a boca e botado o rabo entre as pernas e tomado o rumo do eixo, caso o reencontrasse.

Quem brilhou ontem foi a torcida. A mais educada, pois educação é dar o exemplo e reprimir e puxar a orelha, ensinar o que é certo. Assim se educa desbocados, dissimulados e desvirtuados como vocês. Assim se educa um povo pela TV, e quem viu e ouviu entendeu. E mais ouviu do que viu. Não teve comentarista de bairro mais populoso e poderoso nem quem quer que fosse que pudesse mudar o pano de fundo do espetáculo de ontem, a tônica sendo dada pela Torcida, verdadeiro diapasão ressoando no Inferno criado no Caldeirão do Diabo e da Caveira.

Poderia ter sido muito diferente. Fossem vocês homens de fibra, tivessem saído com hombridade e nos tratado ao Clube e torcida com gratidão sempre que aqui voltasem essa mesma Torcida que os acossou ontem até vocês fazerem bico e perderem o rumo de casa teria os aplaudido como Ídolos ao final da partida, fosse o placar que fosse, tivessem vocês feito gols ou não. Mas vocês são meros ‘Idos’, um passado agora passado a limpo.

Sem essa torcida vocês são marionetes ocas, palhaços sem seu original picadeiro. E nunca mais serão o que foram. Vocês são filhos nossos, e ontem, como viram e ouviram, estávamos pu***.



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