Era uma vez um cinema, um cinema singelo, mas muito querido. Nele só passavam filmes espetaculares, merecedores de aplausos, os protagonistas eram fantásticos e a platéia sempre ia ao delírio!

Até que um belo dia esse singelo e querido cinema foi transformado na maior potência dos cinemas, ficou ainda mais querido e absoluto. Nele já passaram os melhores filmes, com a platéia cada vez mais vibrante e intensa.

Então, aos poucos os filmes espetaculares foram dando espaço aos filmes menos elaborados, pequenas produções, artistas desenterrados ou sem nome e brio. E, não mais que de repente, o ingresso foi supervalorizado, o filme era o mesmo, mas o ingresso era mais caro.

Tenho certeza de que a magia só não ficará cinza graças à vibração da platéia, que conseguirá impedir que nesse cinema passem filmes B.