Procura-se uma viúva
‘Procuro uma vúva que possa estar desgarrada do reduto oficial da viuvez atleticana, situada no setor Getulio Vargas Superior, para troca de cadeira!
Não importa a classe, muito menos o status do morto e/ou desaparecido. Serve viúva do Petraglia, do Fleury, do Farinhaque ou do Tião Macalé! Importa é que compareça a todos os jogos do Atlético e, lá de cima, cuspa ou vomite todos os impropérios, injúrias ou vaias que puder sobre o time que está lá embaixo envergando o sagrado manto rubro-negro!
(Obs.: Mesmo vencendo a partida, é indispensável uma vaia ao apito final do árbitro, para que todos saibam que lá em cima, no setor mais elevado do estádio, existe uma ala que torce muito! Sim, torce para que o Atlético sucumba no limbo desprezível das divisões inferiores do Brasileirão!)’.
É de dar nojo! Homens que se dizem atleticanos, muitos ostentando veneráveis cabeleiras prateadas, portanto com experiências de sobra sobre o Atlético e sua história de lutas, inglórias e superações, aos berros, aos gritos e aos assobios, à beira de um piripaque, tentando com isso, sabe lá Deus, mexer com quem!
A coisa é de uma singeleza cavalar: se vaiar, berrar, insultar ou xingar a mãe do pobre que está lá embaixo desse algum resultado, todos os clubes do mundo seriam campeões absolutos! Não haveria vice-campeões!
Bastaria para isso a contratação de claques profissionais ou uma espécie de modernas carpideiras que berrariam contra, do primeiro ao último segundo da partida! Resolvido!
Talvez uma análise profissional possa definir o assunto, mas tenho comigo que o elemento orgulhoso de posse de seu smart card e da obrigatoriedade dos míseros setentões por mês, se considere meio dono do clube, tipo ‘tenho participação nisso aqui’ e com isso o direito de berrar e escoicear feito uma vaca louca, sem imaginar que, ao invés de ajudar, ele está apenas prejudicando o clube, baixando a zero a autoestima dos atletas e desestimulando a Diretoria na busca de soluções para os problemas que, aliás, todos nós sabemos, existem, e aos montões!
Para aqueles que irão me escrever, solicito um minuto de reflexão sobre o seguinte: o tão decantado FATOR ARENA sumiu depois que parte da torcida atleticana perdeu o respeito pelas nossas cores e pelo nosso sagrado templo!