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23 out 2009 - 22h29

Amadorismo de Paulo Baier

Lendo a matéria produzida pela Torcica Organizada Fanáticos com o Paulo Baier, sinto que ainda existem valores positivos no universo do futebol.

O amadorismo do título é propositalmente equivocado.

Modernamente, poder-se-ia denominar de ‘inteligência emocional’.

O principal dos valores é o enorme caráter de nosso gaúcho de Ijuí.

Aliás, não somente dele, para não ser injusto com o Claiton e o Alex, porém, o Paulo o expressou com exatidão e simplicidade sem transparecer a habitual ‘média’ que muitos fazem.

Ele traduziu com perfeição aquilo que o torcedor atleticano mais estava esperando presenciar, ouvir e sentir.

Confesso que andava meio esmorecido com o exagerado profissionalismo que gravitava em torno do Atlético Paranaense.

Sentia que diversos boleiros apenas se valiam do CAP como trampolim, um mero ritual de passagem para negociações e a fabulosa e extração de dinheiro. E isto ficava escancarado!

Não por acaso, creio, a organização e a estrutura que foi arduamente conquistada pelo clube nos legou a antipatia das demais agremiações desportivas e, assim penso, de forma jocosa, a pecha de poodles nos foi imposta, talvez pela presumida ocorrência da soberba, da arrogância e do menosprezo que tomaram conta de muitos indevidamente.

Por conta disto, vários torcedores – como eu – de algum modo chegaram a arrefecer sua paixão pela instituição.

Mas o amor não findou pelo Furacão, ao contrário, permaneceu forte, íntegro e fundamentalmente sadio.

A propósito, como a prudente recomendação paterna: ‘Filho, ao amar, ame de olhos abertos!’ – talvez alguém já tenha ouvido (ou lido) esta singela, porém, inteligente mensagem -, tal se oportuniza pela derivação de pensamento do Baier, demonstrando que futebol se faz, acima de tudo, com amor, com o coração.

Que as novas revelações formadas no CT do Caju se espelhem.

Lógico que profissionalismo e dinheiro são relevantes, mas quem conhece o meio bem sabe que fundamental mesmo é sentir-se integrado no ambiente do clube, criar sua identidade e consequentemente marcar uma geração.

E este salutar profissionalismo, que se expressa mediante a declaração de afeição dos atletas que integram o elenco do Clube, é uma dádiva para que nós, torcedores, possamos desfrutar de salutar esperança em dias melhores.

Não me impressionavam aqueles dissimulados beijos no escudo da camisa quando das apresentações ou durante a comemoração dos gols.

Se trilhávamos os enfadonhos caminhos da ausência de ídolos, de exemplos e de valores que pudessem se transmitir aos mais jovens, hoje não mais, felizmente.

Ao Paulo Baier, todo o respeito e enorme admiração de um coração atleticano que pulsa agora mais forte.



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