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31 out 2009 - 20h00

Clube da melhor idade

UFPR. Curso de Odontologia, final dos anos 80. Professor Iran Vieira. Biotipo rivelinesco, a canhotinha era uma clonagem de deixar Dolly no chinelo. Fosse um pouco mais alto, a galera pediria autógrafos, tal a semelhança com o original Roberto. Maluco por futebol, fazia contatos durante a semana angariando alunos para umas peladas contra seu time de veteranos, lá no areião da Urca no Ahú, lógico que à noitinha. Invariavelmente conseguia.

Nós, os cabaços da bola e das bocas, enchíamos dois ou três carros e nos mandávamos para lá, sem preocupação alguma, nem com prova no dia seguinte nem com o olé dos caras. Só pensávamos que “naquela” noite iríamos ganhar. Sempre assim. Caía a noite e era assim. Aquela lua sobre nós, e a gente perdia de novo.

Nós tínhamos velocidade, preparo físico, vigor, tudo deste gênero que lhes faltava. Eles sobravam categoria, tática, malandragem, tudo que deste gênero nos faltava. Eles, os veteranos de óculos, grisalhos e calvos, pança de cevada, mais de três décadas no lombo, vida conjugal. Nós, os jovianos olhos de lince, cabeludos e abdômen tanquinho (menos, Eduardo), no máximo vinte anos de vida largada.

Iran era tipo o Paulo Baier da equipe deles. Nosso amontoado tinha eu, Cocada (Gil), Tranca Rua (Ivan), Totem (Simão), Totó Schilatti (Guilherme), Lord Mirney (o próprio), Turco Nariz (Aníbal – fui o Cupido do casamento dele com a Cláudia), Paulão Guarapuava, Humba, Ricardinho Tedesco, Luisinho, Huguinho, Zezinho… tantos outros e logicamente eles, os nossos gringos Jorge Marijuana (primo peruano do Ferreira) e Silvio Guerrilha Mcnally (from Nicarágua). Nosso técnico era o Adão Crowd na Onda (quando ia). Eles nem precisavam treinar.

Aí a gente se perguntava por que diabos aqueles gordos sempre ganhavam. P****, eles tinham cerca de 15 a 20 anos a mais do que nós. Nós uns 30 quilos a menos que eles. E dava 10 x 5, 8 x 4, 6 x 3. Quando mamavam antes, era 4 x 2. A penumbra da iluminação ou o estado do campo não justificava nada, pois era ruim para os dois, além do que nossa acuidade visual era melhor, teoricamente. E assim passamos alguns bons e poucos semestres, às vezes complementando com um churrasquinho regado, quando a gente conseguia juntar um pouco mais de grana. A gente era feliz e não sabia.

Eles tinham um segredo que superava facilmente nossas vantagens. Corriam bem menos, mas sabiam se POSICIONAR em campo. Isso matava a gente, acredite quem quiser. O que alguns pensam ser um detalhe era bastante fundamento. Mas era muito legal jogar com aquele pessoal. Tabelinhas, contra-ataques, chutões, golaços… cerveja, piadas, risadas, tiração de sarro, etc., como em toda várzea que se preze.

Não pude deixar de recordar destes tempos quando li neste site que Kléber Incendiário (“K. Pereira” só na terra da paulistada lazarenta: quem devia ter trocado de nome era aquele lateral-esquerdo trancinha-love, cupincha do Dunga, hoje no Inter) quer voltar ano que vem para o Atlético.

Em seguida, pensei no Paulo Rink. No Kelly e no Alberto. Claiton, Alex Mineiro e Paulo Baier. E amanhã Kléber Incendiário. Deixando de lado os três primeiros, imaginei uma escalação com todos esses caras, misturados a piazada p****-loca que hoje temos, guris bem melhores do que muito time comparsa da mídia que vemos por aí. Experiência com jovialidade. Tal qual os “Iranianos” e nós, num mix etário e eficientemente amador…

Realmente, é de se pensar sobre esta “arte da mescla”, se iria dar certo no futebol profissional. Se Vieri estará no Botafogo de Ribeirão Preto, por que não poderemos fazer algo semelhante? Quatro coroas mais sete jovens. Nem precisa trazer o Montoya de novo, já está bom demais. Então minha imaginação dá um tempo no espaço e seguirei a partir de 2010… penso em “Neto – Raul, Manoel, Ronaldo e Alguém (lateral-esquerdo contratado, quem sabe repatriar Michel Bastos, por que não?) – Claiton, Fransérgio, Paulo Baier e Wesley – Alex Mineiro e Kléber”. Banco: Santos, Carlão, Alex Sandro, Welington, Netinho e Marcelo. No CT: Renan Rocha, Everton, Bruno Costa, Deivid, Pimba, Marcinho, Patrick, Wallyson (fazendo terapia dormindo numa cama, porque hoje ele ainda dorme numa rede, por isso está assim) e demais juniores.

Brasil. Campeonato Paranaense de 2010. Malucelli prometeu (bis, desta vez ao Paulo Baier) um time competitivo, que lutaria pelas três primeiras posições em todos os campeonatos do ano (em 2008, ele prometeu isso de ponta-cabeça). A mescla foi feita, o Incendiário voltou. A turma da Nissei soma junto 140 anos, só os quatro, sem contar com o Marcinho: sobram categoria, tática, malandragem, tudo que falta a Wallyson, Wesley, Neto e Raul, que sobram velocidade, preparo físico, vigor e juntos não chegam na casa dos 80. Nossa média de idade de titulares subiu para 27,5 anos. É “nóis na fita”, na Copa do Brasil e no Brasileirão (lamento, ano que vem não tem Sul-Americana).

Talvez a principal questão a ser resolvida no futebol seja esta: o que deve ser considerado amador e o que deve ser considerado profissional. O dia em que os dirigentes descobrirem esta fórmula, ou seja, trabalhar corretamente seu experimento, o jeito de fazer a coisa, o resultado final virá. Virá, impávido e sem depender de promessas.

Curta nº 1: hoje, no Jornal Hoje da RPC, extensa e ótima matéria sobre as Cataratas do Iguaçu. Falaram quase tudo. Só faltou nos fazer sentir. Mas o que eu claramente pude sentir foi a omissão de pronunciar o nome do nosso Estado, o Estado do “PARANÁ”. Vários minutos e nada de falarem onde, dentro da República Federativa do Brasil, se situa tal maravilha da natureza. Mas a figura do Governador deste Estado que eles esconderam o nome reapareceu nas “imagens da semana”, em virtude da sua analogia de “câncer de mama masculino estar relacionada com as paradas gay”… uma infelicidade pela forma, não pelo conteúdo, pois a colocação indiscriminada de silicone injetável e a aplicação de altas doses de hormônios em transgêneros, têm sim relação com neoplasias, vide os mais modernos compêndios de Medicina – confirme aí, Dr Laertes!

Globo e CQC. Destaque para o crime cometido pelo meliante coxa nem pensar. Meliante que não era de organizada alguma. Mas ênfase às questões do nosso Estado, quando podem nos depreciar, a nós e ao CAP, isso sobra na telinha. E tem gente que acha Marcelo Tas “cult”… pelo amor das minhas filhinhas! CQC, um programeco animalóide fragmentado tal qual o Jornal Nacional, feito para não se refletir, apenas consumir. E os digiram como bem lhes convier.

Estes sim, Marco Lopes, são aqueles que se vendem para (des)informar. O restante é ideológico ou estratégico. Rafael Lemos é sujeito de bem, digno de retratação de sua parte. Mas, quanto a “fusões” (e somente a isto), sou obrigado a assinar embaixo o que falaste, em razão do meu radicalismo em prol de nossas origens, tradições e caráter. E as respostas, meu amigo, estão voando com o vento…

Curta nº 2: e a “crise das súmulas arbitrais”, a quantas anda? Onde Paulo César de Oliveira enfiou a caneta atirada que Paulo Baier lhe entregou? Algo que tem potencial ofensivo MUITO maior que uma bala chupa-chupa já chupada ou que um copo de plástico, não acha, Gil Rocha? E Carlos Eugênio Simon, onde enfiou os impropérios que o queridinho Rogério Ceni lhe jogou na cara? Ah-ah, a regra vale para todo mundo, menos para ele, o intocável “beiço de soberba” – repararam nos closes? Enquanto Dunga lambe os beiços com sua baita língua saburrosa, Rogério faz “protrusão de mento” feito edentado: cacoetes mais jacus impossível! E a canetada de Sandro Meira Ricci sobre a invasão do bambizinho perdido na selva terá efeito meramente pecuniário, disciplinar ou finalmente penal? Fosse aqui no Estado do PARANÁ, a história seria outra, meus caros.

No mais, os quase rebaixados estão se aproximando. Oito pontos de diferença é muito pouco para quem falta disputar 18 pontos, estando ainda com 40. Santo André ou Náutico, se ganharem todas, podem chegar a 50 pontos. Sport ou Fluminense, a 48. Claro que não pode e nem vai acontecer, mas ainda precisamos de uns 10 pontos nestas 6 rodadas. Por isto, está na hora de prometerem aquele bichinho extra que tornou Rafael Moura & CIA os “heróis” de 2008. E que não deixem para a última rodada, porque é certeza que vão nos operar na Arena Barueri e que o “co-irmão” de algumas pessoas vai entregar-se de corpo e alma para o Fluminense.

Abraço, professor Iran, agora especialista em Odontologia Geriátrica: aproveita e faz uma prótese total pro Rogério Ceni. Diga que cliente Nissei tem desconto. Aí, como dirigente, ele não passará “maus bocados” como passa a maioria da população brasileira que ignora a própria saúde, por questão eminentemente cultural, posto que não recebe instrução nem estrutura, apenas assistencialismo demagógico e eleitoreiro. Vibram com o São Paulo, mas tremem diante de um pedaço de carne.



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