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6 dez 2009 - 22h29

Carta aberta ao Presidente Marcos Malucelli

Caro Sr. Presidente:

No período da campanha eleitoral, ouvimos declarações suas sobre a necessidade de montar um grande plantel visando conquistas de títulos. No início do ano, na pré temporada, deparamos com diversos equívocos da parte diretiva.

O primeiro foi que a comissão técnica manteve atletas de qualidade duvidosa em detrimento aos jovens valores oriundos da base, então vice campeões da Copa São Paulo. O senhor deveria tomar a frente da situação e exigir que esses atletas assumissem a titularidade, ou ao menos participassem do campeonato paranaense, pois estariam preparados para jogar campeonatos nacionais e internacionais.

O segundo equívoco foram declarações suas afirmando que o Atlético disputaria títulos nacionais e internacionais, mas não se preocupou em montar um elenco digno para tais disputas. Contratações equivocadas (técnicos, Preá, Zulu, Brazão), dispensas equivocadas (Rafael Santos).

O terceiro foi declarar que o clube não tem condições financeiras e apresenta um deficet para o ano de 2009. Para quem convive com futebol na condição de dirigente sabe que um clube que almeja alguma coisa referente a títulos em competições diversas, o deficet no final de uma temporada é realidade. A fórmula de zerar estes pequenos deficets é efetuar vendas de atletas ao findar o ano esportivo.

O Atlético é um time de futebol campeão brasileiro e vice da Libertadores. Ele alcançou um estágio qualitativo no cenário nacional e sulamericano a partir do seu retorno a primeira divisão em 1995. Éramos um time regional, nossa torcida comemorava títulos estaduais, e em campeonatos nacionais sabíamos o limite. Era festa quando vencíamos um time grande. Jamais sonhamos com algo superior de ser coadjuvante nestes campeonatos, esporadicamente beliscamos posições superiores ano ou outro.

Ao obter o título da 2ª. Divisão houve um salto em seu estágio. Nosso time começou a aparecer no nível nacional, não como uma equipe surpresa, ou vexatória, mas como uma equipe competitiva capaz de ser comparada aos grandes de São Paulo e Rio. Começamos a incomodar o eixo, sua imprensa, e até a nossa, procuravam buscar imagens ruins de nossa equipe para tentar amenizar nosso crescimento.

Com o novo estádio e o CT do Caju, veio a recompensa, fomos campeões do Brasil em 2001. Nosso estágio galgou mais um salto. Deixamos de ser uma equipe em ascensão e passamos a competir de igual para igual com os grandes. Isto acirrou o ódio de cariocas, paulistas e gaúchos. Como forma pejorativa, chamávamos de “Atlético do Paraná”.

Como os seus antecessores, o senhor está tentando dirigir o clube como uma empresa, visando lucro financeiro no final de uma temporada. Caro presidente, em futebol obtém-se lucro com títulos. No nosso caso, devem ser títulos nacionais e internacionais. Para isto, é fundamental montar grandes times em cada temporada. Evidentemente o deficet deve aumentar significativamente, mas com títulos, ou participações honrosas nestas competições, os atletas se valorizam e tornam-se peças de trocas para dirimir este deficet.

O que o senhor está tentando fazer é rebaixar o nosso Atlético para níveis de estágio, onde figurávamos como pequenos coadjuvantes em competições nacionais, nas décadas passadas. O torcedor atleticano, seja da velha baixada ou da nova arena, não deseja mais isto. Somos hoje muito mais de 1 milhão entre torcedores e simpatizantes por este país a fora. Não interessa-nos ganhar títulos regionais, queremos representatividade no âmbito nacional, queremos respeito e temor de clubes e imprensa do eixo.



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