Norberto Lemos, técnico do Operário
Lembro-me bem do treinador do Operário de Ponta Grossa, que ontem deu uma lição do que um técnico pode e deve fazer no comando de uma equipe de futebol.
Desde o início da partida dava para perceber a marcação forte e focada no campo do CAP, porém, sem melhor movimentação dos atacantes do time alvinegro para oportunizar melhores lances ofensivos.
No segundo tempo, com as já tradicionais perda do meio campo, do recuo – ou amontoado dos volantes com a defesa – e da falta de coordenação dos zagueiros, o desfecho da partida apresentava-se inevitável.
Norberto Lemos, para quem não se recorda, era um volante que começou no extinto Pinheiros na década de oitenta e foi um jogador de muito boa qualidade, praticante de futebol objetivo e sem firulas.
Com enorme personalidade, jogou no Grêmio, e pelos idos de noventa, jogou nos coxas. É contemporâneo do Cuca.
Lembro-me bem, à véspera de mais um Atletiba, quando ele disse no vestiário – o que foi captado pela mídia – que para jogar contra o Atlético demandava explorar o psicológico do clube, tipo ‘bater bastante, marcar firme e jogar em cima da gente’! E invariavelmente dava resultado.
O ex-boleiro, agora treinador, não desaprendeu os caminhos para ganhar do Rubro-Negro.
O que me surpreendeu é a aula tática que promoveu sobre o Delegado Antônio Lopes. Também a boa disposição da equipe do Fantasma em campo.
No segundo tempo, ao mexer nos atacantes, marcar nosso setor esquerdo, promover os avanços do ala direito – Lisa – e consertar o posicionamento dos armadores – que eram dois Serginhos – arrumou a equipe.
O Operário ontem nos mostrou um técnico inteligente, jogadores aptos a concretizar suas orientações e algumas jogadas ensaiadas. E nós? Pouco ou quase nada…
Momento da diretoria escolher quais os caminhos o Atlético deverá trilhar pois vários dos conceitos praticados pela instituição estão superados.