É difícil admitir, mas os coxas têm time!
Não vou entrar no mérito da paixão. A vontade que me dá é de dizer sobre a queda dos verdes à segunda divisão, sobre a falta de esportividade da torcida deles ou sobre o declínio de um time que passou por cima do Atlético nos anos 70.
Mas a realidade seja dita: eles têm a mesma dificuldade que nós temos, ou seja, a falta de representatividade nacional que possa garantir bons patrocinios, o sofrimento com a mídia bairrista do sudeste, o orçamento baixo, a dificuldade em administrar o setor de futebol, como acontece no nosso querido rubro-negro.
Além disso, possuímos uma torcida mais presente. Temos mais de 20 mil sócios a preços exorbitantes (digo isso comparado com a qualidade do produto apresentado, não com o preço em si) e nossa administração, em termos financeiros, parece um pouco melhor organizada, coisas que lá no chiqueiro não há.
Tudo isso nos leva acreditar que temos tudo para sermos os melhores do Estado, e não somente no Paraná, mas também a nivel nacional. Entretanto o ano começa com as coisas invertidas: o time aparentemente mais desorganizado está melhor dentro de campo.
Não há como negar isso. O time alviverde é barato. Caberia na política financeira do Atlético. Se conquistará o título estadual, se vai subir ou não para a primeira divisão é outra história. Apenas percebe-se qualidades neste time (frise-se ‘time’, atletas, não ‘clube’) que há muito tempo estão esquecidas nos ares da Baixada, como jogadores velozes e habilidosos, um esquema verdadeiro de jogo e um contra-ataque certeiro que pasmem, desde 2004 não temos (quem não tem saudades de Jadson na armação, Fernandinho na ala e um matador para definir? Qual outro bom ataque veloz tivemos? o time de 2005 era lento e retranqueiro como Antônio Lopes)
Ninguém está querendo desmerecer o trabalho feito no CT do Caju. Mas contra fatos não há argumentos. Se somos time grandes temos que agir como grandes. Entretanto, somos pequenos desde 2006. Deveríamos ter aprendido com os erros ou será que só com o rebaixamento, a exemplo dos coxas, haverá mudanças?
Apenas quero deixar claro que planejamento futebolístico talvez seja tão fácil que só o Atlético complica. Ninguém está exigindo loucuras como se faz no Rio de Janeiro, com contratações milionárias, gerando déficits impagáveis. Se alguém discordar do exemplo vindo do vizinho, lembrem do Barueri e do Avaí no campeonato de 2009. Times baratos e eficientes.
Por isso, reforço que essa história de mercado inflacionado, prostituição de empresários ou política salarial são meias verdades.