[Promoção 86 anos do Atlético] Antena OM
Me mudei para Foz do Iguaçu em 2002. Eu não era torcedor fanático, aquele que liga o rádio e fica colado nele, para mim já bastava saber o resultado do jogo. Mesmo assim, no ano de 2001, dormi na fila por um ingresso nas finais.
Ao chegar em Foz do Iguaçu, notei que ninguém sabe direito os clubes de Curitiba, impressionante, o nome do falecido MALUTROM é tão conhecido como o do CURITIBA (com U mesmo). O que me deixava contente era usar a camisa do Atlético e todos reconhecerem ‘Furacão’, ‘Atrético’.
E assim foi, ano de 2002, 2003, eu comemorando sozinho as sonoras goleadas sobre os cariocas dentro da kitnet que eu morava.
2004, comprei um carro, que tinha um rádio bem antigo com recepção SW. E fui na Internet a procura das frequências que a antiga Rádio Clube transmitia. Fiz uma série de contas com F=Y.L e determinei o tamanho da antena, incríveis 27 metros. Porém, havia de ser duas hastes de 27 metros.
Fui ao material de construção e pedi 60 metros de fio, o mais fino possível. Domingo à tarde fui na frente da UNIOESTE, um lugar aberto e alto. No pátio da UNIOESTE comecei a fazer a super antena, o segurança curioso olhando. Abri o capô do chevette, coloquei um fio no terra da bateria e estiquei metade do fio em direção ao sul, tirei 3 metros. Depois pequei a outra metade e amarrei na antena e estiquei em sentido norte, tirei os 3 metros que restava.
Liguei o radio nas ondas curtas de 27 m, e bingo, agora sim, o jogo.
O segurança veio me indagar. JOGO DO FLAMENGO? Ou olhei para ele, sério, e disse: ‘escuta’.
Ele ficou um tempo e depois disse:
‘Não é do Flamengo’.
Eu olhei, mais sério ainda e disse ‘é… ano passado ganhamos de 5 a 1 do Flamengo’.
Aí ele rapidinho disse:
‘É do Atlético…’
E aí mudou tudo, e empolgado começou a me perguntar porque dos fios, da antena, que rádio era etc.
No final das contas, sei que este cara ouvia todos os jogos de domingo comigo do ano de 2004. E como ele mesmo disse
‘Que pena, deixou empatar no finalzinho no 3 a 3 com o Grêmio, que m…’
É…
Pelo visto, um flamengista que acordou.