Ao Mestre Armando Nogueira
O passe é devoção; o drible, inspiração
– Armando Nogueira
O futebol hoje chora de saudades. Saudades de um rei, que não precisou da bola nos pés para poder traduzir a magia, a beleza, o encanto que o futebol proporciona em nossas vidas. Um rei que precisou apenas de uma caneta (ou máquina de escrever, ou computador) para transformar palavras em magia, futebol em arte.
Armando Nogueira nos deixou órfãos e saudosos da magia do futebol. Já estamos saudosos de ler crônicas de respeito a todos, de valorização de seja quem for. E o Atlético? O Atlético para Armando sempre foi o time da emoção, o time da força incondicional de uma torcida que guia e impulsiona uma equipe.
Como não se emocionar ao ler prosa que tocam aos ouvidos como versos?
Pela trajetória ascendente, fenomenal da equipe.
Pelo esplendor da torcida, ruidosa e pacífica, retocada de rostos bonitos e saudáveis.
Pela alma vertiginosa da camisa atleticana.
Pela cara fechada do implacável Alessandro.
Pelo elã de Adriano.
Pela tormenta que desaba no campo, ora, com Kleber, ora, com Alex.
Enfim, pela dimensão festiva que os dois finalistas devolveram ao futebol, só me cabe pedir, de Natal, que a seleção dispute o mundial 2002, com uma equipe exatamente assim.
Nada menos, nada mais que assim.
Do princípio ao fim.
– Armando Nogueira, 26/12/2001
Alguém que sabe aplaudir o futebol bem jogado, reconhecer como ninguém o poder da união numa equipe de futebol:
Um time que passa
Cinco passes, cada um mais preciso que o outro, e um gol de bola no canto esquerdo do goleiro rival, deram ao Atlético-PR as galas da rodada de domingo, no campeonato brasileiro. Estamos falando do momento coletivo mais bonito da semana. Foi um lance de verdadeira exaltação do passe, tantas vezes por mim mencionado como o traço de união entre almas da mesma cor. Foi o que certa dama definiu, com absoluta propriedade: isso é um gol em família. Da família unida;
(…)
O time do Atlético-PR está à frente dos demais, este campeonato, porque tem sabido mesclar virtudes coletivas e individuais. E quando uma equipe faz da solidariedade o seu bem comum, aí, amigos, ela se torna irresistível.
– Armando Nogueira, 08/12/2004
Obrigada, mestre Armando Nogueira!
‘Tenho a alma, a palma e o coração de jornalista
– Armando Nogueira