O Atlético e sua torcida…
Cansado…
Essa palavra define minha pessoa nesse dia 18 de Abril de 2010. Confesso que esperei o desfecho desse Atlético que insistia em agonizar nesse campeonato pífio e nos dar esperanças de conquistar esse troféu de plástico.
O campeonato de plástico, como já esperado, não veio. Ficou na mão do time que realmente mereceu essa pequena conquista e com competência conseguiu se reerguer em cima de nós, justamente em cima de nós. Essa pequena conquista do Coritiba Foot ball Club se equivale a seu tamanho e caráter. Parabéns Coritiba, a grande esperança paranaense na Série B.
Não escrevo isso para falar do Coritiba, aliás, essa palavra é uma palavra que odeio pronunciar. Proveniente dos dialetos indígenas, essa palavra quer dizer abundancia de porcos. Nada contra os porquinhos, mas, não gosto muito deles não. Enfim, o que quero escrever aqui é sobre o tratamento que a torcida atleticana vem recebendo nos últimos anos.
Começaremos falando um pouco da torcida atleticana, sempre apontada como uma torcida que sempre esteve junto do esquadrão atleticano desde o primeiro dia de sua história 26 de Março de 1924. A combinação das palavras apoio e incondicional sempre foram a marca registrada de uma torcida que sempre amou um Atlético não sempre vencedor, mas, sempre guerreiro. Esse talvez sempre foi nosso orgulho, um time guerreiro. O orgulho, raça e a união faziam a química de um Atlético que podia não vencer todos os campeonatos que disputasse, mas, sempre era um vencedor em nossos rubro-negros corações.
Esta parceria entre torcedores e time, rendeu uma referência de âmbito nacional que apontava que o Atlético Paranaense e sua torcida faziam uma parceria imbatível. Era impossível ganhar do Atlético dentro do Caldeirão do Diabo.
Os tempos mudaram, hoje temos um caldeirão congelado, um vulcão adormecido. A paz reina entre os adversários que jogam contra o Atlético na hoje chamada Arena da Baixada. Mas, nada acontece sem motivo. Há uma razão. Qual seria a razão da química entre Atlético Paranaense e sua torcida estar andando tão em baixa?
Antes de chegar a resposta da pergunta indagada por minha pessoa contarei um fato que aconteceu comigo na Arena da Baixada no jogo contra o Operário de Ponta Grossa pela fase final do Campeonato de Plástico 2010. Gosto de chegar cedo ao estádio, antes, tomava uma cervejinha e gostava de chegar perto do gramado só para sentir o cheirinho da grama molhada, pronta para a prática do desporto futebolístico. Hoje, chegamos cedo para ver amigos, tomar refrigerante e esperar a bola rolar. Estávamos conversando entre amigos na escada quando veio um senhor de terno e gravata e pediu gentilmente que saíssemos da escada com um leve toque em meus ombros que me fez derramar minha Coca-Cola em minha camisa atleticana. Sabemos que não podemos ficar na escada porque atrapalha o fluxo e em questões de emergência sabemos que não é seguro. Fato é que o estádio estava vazio e tal delicadeza do já experiente segurança era completamente desnecessária.
É esse o tratamento que merecemos como torcedores do Clube Atlético Paranaense? Não somos aqueles que compram cadeiras no estádio, que compram material esportivo do clube com 20% de preço inflacionado em relação ás outras lojas esportivas da cidade só para ajudar o Clube Atlético Paranaense? Faço a pergunta: quanto custa o crescimento de um clube? Custa a completa desoneração de suas tradições octogenárias?
Isso se deixarmos de lado o tratamento amigável que recebemos recentemente, com adjetivos do tipo Falácia ou como pobres miseráveis que não teríamos 20 reais para pagar no reajuste mais absurdo da história desse país.
Isso se deixarmos de lado a falta de educação em entrevistas que deveriam esclarecer o que acontece no clube e no final das contas só servem para trocar acusações e justificar a falta de competência para montar um time competitivo, com as desculpas mais esfarrapadas que um individuo poderia dar.
Olhem este time que jogou contra o Coritiba, e me digam se em algum momento esse time foi guerreiro ou teve vergonha na cara. Duvido que me contestem. Esse time sem hombridade, sem vergonha na cara representa a atual situação do Clube Atlético Paranaense.
Assim chegamos ao fim de nossa química, ligações Iônicas? Covalentes? Não, amigos. Rompeu-se o elo forte do Clube Atlético Paranaense, a união, a parceria com seu maior bem: a sua torcida. A única coisa que exigimos de nossos jogadores quando vestem a camisa rubra negra, foi negada nos últimos anos. A raça.
Sem um time guerreiro, sem uma torcida apaixonada. Não se faz um Clube Atlético Paranaense vencedor. Se duvidam, pesquisem sobre o nosso passado, antes de destruir nosso presente.