Por que eu não fico em casa
Só eu sei, porque eu não fico em casa! O jogo não valia nada, era um time reserva, num domingo de chuva em Curitiba. Mesmo assim, quase 3 mil atleticanos estiveram na Arena da Baixada para acompanhar o último jogo do Rubro-Negro no Campeonato Paranaense 2010, num sonolento empate em 0 a 0 contra o Iraty (acompanhe a cobertura do jogo: Melancólica despedida).
O público, o pior da Arena da Baixada nos últimos três anos, foi ao estádio disposto não apenas a protestar contra a péssima campanha atleticana neste início de temporada, mas também para mostrar que o Atlético pode contar com uma legião de fanáticos torcedores, que independente do jogo sempre estará junto com o time.
Em meio a protestos e gritos de queremos jogador, no setor Madre Maria a pequena Maria Clara Moreira realizava seu sonho: ir a um jogo na Baixada. Eu gosto muito de vir nos jogos do Atlético e hoje trouxe as netas. Uma delas é a primeira vez, ela está pedindo bastante para vir e hoje foi uma oportunidade para trazer as crianças, explicou o avô de Maria Clara, Pericles Moreira. A pequena torcedora, que demonstrava uma grande realização em estar na Baixada, disse ainda tímida que pretende voltar, para mais vezes acompanhar de perto o Furacão.
Péricles e Joana Moreira com a família: Ana Lúcia e as pequenas Luara e Maria Clara [foto: FURACAO.COM/PatriciaBahr]
Quem também foi pela primeira vez na Baixada foi a bebê-torcedora Isabela, de apenas 4 meses. Sua mãe, Eliane Juk, disse que aproveitou o jogo com pouco público para fazer a estreia da pequena nos jogos do Furacão. Tomara que ela esteja gostando, disse em meio a risos e esperança.
Mas não só de estreantes em estádio foi formado o pequeno público de Atlético x Iraty. Alguns torcedores fiéis, que vão a todos os jogos, compareceram ao estádio para demonstrar o seu atleticanismo, a indignação com o atual time, a tristeza de apenas cumprir tabela no fraco Campeonato Paranaense. Mas todos com um sentimento em comum: poder voltar em breve à Arena para comemorar títulos e conquistas do Furacão.
Eu vim primeiro porque sou atleticano de verdade. Segundo porque todo jogo do Atlético é sagrado, tem que comparecer. E terceiro porque já está pago e por isso a gente vem, disse Bruno Scotti.
Bruno com os amigos: sempre na Baixada [foto:FURACAO.COM/Patricia Bahr]
Acompanhado dos dois sobrinhos, Mylena e Fellipe, Emerson Girardi também ressalta a importância de se estar junto do Atlético, independente do momento do time no gramado. A motivação é baseada que a gente nunca pode abandonar o nosso o time, o Atlético, e isso é muito mais importante do que quem está jogando hoje, se é o time titular ou o reserva. Nós viemos para ver o Furacão jogar, ver quem está na reserva, se pode aproveitar alguma coisa. A gente veio para ver e para torcer para o Furacão, não tem porque ficar em casa se o nosso time vai jogar, declarou o torcedor.
Emerson com os sobrinhos, Mylena e Fellipe [foto:FURACAO.COM/Patricia Bahr]
Com a inocência e a alegria comum das crianças, o jovem atleticano Johnattan Vasconcelos Kurpiel, de apenas 12 anos, demonstra que o futuro da torcida Rubro-Negra terá continuidade de uma legião de apaixonados atleticanos. Eu vim incentivar os jogadores e apoiar a equipe. O jogo não vale nada, mas a gente tem que apoiar a equipe. Eu não vou ficar em casa, vou sempre estar junto com o meu time, afirmou o pequeno torcedor.
O pequeno Johnattan com o amigo Leonardo, o irmão Bernardo e a mãe Cassiana [foto: FURACAO.COM/PatriciaBahr]
Jovens ou velhos atleticanos, os 2.790 torcedores pagantes do jogo deste domingo mostraram que não importa a partida que o Atlético disputará, a torcida estará sempre com o time, nos bons e nos maus momentos, cobrando ou incentivando, mas sempre com a esperança de fazer um Atlético ainda maior e ainda mais vencedor.