26 abr 2010 - 11h30

Por que eu não fico em casa

“Só eu sei, porque eu não fico em casa!” O jogo não valia nada, era um time reserva, num domingo de chuva em Curitiba. Mesmo assim, quase 3 mil atleticanos estiveram na Arena da Baixada para acompanhar o último jogo do Rubro-Negro no Campeonato Paranaense 2010, num sonolento empate em 0 a 0 contra o Iraty (acompanhe a cobertura do jogo: Melancólica despedida).

O público, o pior da Arena da Baixada nos últimos três anos, foi ao estádio disposto não apenas a protestar contra a péssima campanha atleticana neste início de temporada, mas também para mostrar que o Atlético pode contar com uma legião de fanáticos torcedores, que independente do jogo sempre estará junto com o time.

Em meio a protestos e gritos de “queremos jogador”, no setor Madre Maria a pequena Maria Clara Moreira realizava seu sonho: ir a um jogo na Baixada. “Eu gosto muito de vir nos jogos do Atlético e hoje trouxe as netas. Uma delas é a primeira vez, ela está pedindo bastante para vir e hoje foi uma oportunidade para trazer as crianças”, explicou o avô de Maria Clara, Pericles Moreira. A pequena torcedora, que demonstrava uma grande realização em estar na Baixada, disse ainda tímida que pretende voltar, para mais vezes acompanhar de perto o Furacão.

Péricles e Joana Moreira com a família: Ana Lúcia e as pequenas Luara e Maria Clara [foto: FURACAO.COM/PatriciaBahr]

Quem também foi pela primeira vez na Baixada foi a bebê-torcedora Isabela, de apenas 4 meses. Sua mãe, Eliane Juk, disse que aproveitou o jogo com pouco público para fazer a estreia da pequena nos jogos do Furacão. “Tomara que ela esteja gostando”, disse em meio a risos e esperança.

Mas não só de estreantes em estádio foi formado o pequeno público de Atlético x Iraty. Alguns torcedores fiéis, que vão a todos os jogos, compareceram ao estádio para demonstrar o seu atleticanismo, a indignação com o atual time, a tristeza de apenas “cumprir tabela” no fraco Campeonato Paranaense. Mas todos com um sentimento em comum: poder voltar em breve à Arena para comemorar títulos e conquistas do Furacão.

“Eu vim primeiro porque sou atleticano de verdade. Segundo porque todo jogo do Atlético é sagrado, tem que comparecer. E terceiro porque já está pago e por isso a gente vem”, disse Bruno Scotti.

Bruno com os amigos: sempre na Baixada [foto:FURACAO.COM/Patricia Bahr]

Acompanhado dos dois sobrinhos, Mylena e Fellipe, Emerson Girardi também ressalta a importância de se estar junto do Atlético, independente do momento do time no gramado. “A motivação é baseada que a gente nunca pode abandonar o nosso o time, o Atlético, e isso é muito mais importante do que quem está jogando hoje, se é o time titular ou o reserva. Nós viemos para ver o Furacão jogar, ver quem está na reserva, se pode aproveitar alguma coisa. A gente veio para ver e para torcer para o Furacão, não tem porque ficar em casa se o nosso time vai jogar”, declarou o torcedor.

Emerson com os sobrinhos, Mylena e Fellipe [foto:FURACAO.COM/Patricia Bahr]

Com a inocência e a alegria comum das crianças, o jovem atleticano Johnattan Vasconcelos Kurpiel, de apenas 12 anos, demonstra que o futuro da torcida Rubro-Negra terá continuidade de uma legião de apaixonados atleticanos. “Eu vim incentivar os jogadores e apoiar a equipe. O jogo não vale nada, mas a gente tem que apoiar a equipe. Eu não vou ficar em casa, vou sempre estar junto com o meu time”, afirmou o pequeno torcedor.

O pequeno Johnattan com o amigo Leonardo, o irmão Bernardo e a mãe Cassiana [foto: FURACAO.COM/PatriciaBahr]

Jovens ou velhos atleticanos, os 2.790 torcedores pagantes do jogo deste domingo mostraram que não importa a partida que o Atlético disputará, a torcida estará sempre com o time, nos bons e nos maus momentos, cobrando ou incentivando, mas sempre com a esperança de fazer um Atlético ainda maior e ainda mais vencedor.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…