Desabafo
Tenho 17 anos. Quando fomos campeões brasileros, tinha 8. Me lembro da final como se fosse ontem. Estava em casa, minha familia atleticana fazendo churrasco, louca para comemorar o título. Finalmente, Alex Mineiro balançou as redes, que alegria! Saímos todos em direção ao Batel, dentro do carro, gritando e chorando em um coro que nunca me esquecerei.
Agora acordo. 9 anos se passaram, e o último momento de real felicidade, de bom posicionamento na tabela do Brasileirão, está lá atrás, em 2004, com um segundo lugar medíocre, título entrgue de mão-beijada ao Santos. Desde lá nada importante. Já se tornou rotina. Começamos o Brasileiro mal, no meio do campeonato damos uma respirada, mas outra vez lutamos para não cair.
A diretoria não parecer se preocupar tanto já que ao fim da temporada vende todo e qualquer jogador que ‘até jogou alguma coisa’, fazendo com que nós, torcedores, rezemos todas as noites para que os que chegam possam nos livrar do rebaixamento.
Alguns devem estar pensando: ‘O Coritiba caiu duas vezes desde 2004, isso não é alegria?’. Respondo a verdade nua e crua. Não. Ver todo ano eles lutando para subir à primeira divisão não é tão bom quanto ver todo ano meu time do coração lutar por um título de verdade.
O que quero, então? Quero uma diretoria que se preocupe em lutar, pelo menos, por vaga na libertadores, não em não cair. Quero reforços no time, jogadores que saibam fazer a marcação, saibam trabalhar a bola, saibam balançar as redes. Não quero mais saber da querida Arena, quero um time que tenha tanto orgulho de jogar nos seus gramados, quanto eu tenho de sentar em suas cadeiras.