A tal da confiança
Ontem cheguei na Arena por volta das 19h45, aliás, que horário ruim para se realizar uma partida de futebol. Quem saía do trabalho precisava passar por aquele trânsito caótico, e na radio a única transmissão era da ‘voz do Brasil’. Enfim acho que o ideal seria às 20h.
Quando entrei no estádio, logo perguntei para o primeiro atleticano quanto estava o jogo, e perplexo ouvi que o Bota estava ganhando. Olhei para o gramado e já não gostei do que vi. Com exceção do Maikon Leite, o time era o mesmo que fora humilhado em Minas e Porto Alegre. Foi inevitável que pensasse que a história iria se repetir.
Entretanto, talvez ali estava sacramentada a grande mudança de postura do Furacão. Primeiramente pelo fato de que é uma atitude de grandeza um profissional que comete um equívoco admitir que errou e não exitar em corrigi-lo. Sim, porque substituir um jogador sem problemas de lesão aos 17 minutos do primeiro tempo é admitir publicamente que errou.
Mas esse artigo não é sobre o Carpegiani e sim sobre confiança, ou a falta dela.
Vários jogadores, a diretoria e os técnicos que por aqui passaram, falaram sobre a falta de confiança de nosso elenco. Do quanto ela está atrapalhando o desempenho de nosso furacão. Parece demagogia de boleiro, do tipo ‘jogamos bem, a equipe se esforçou, mas hoje não deu, vamos trabalhar para melhorar no próximo jogo’, porém se pararmos para pensar, um jogador do nível de Paulo Baier não esquece como se joga futebol. Ele simplesmente não estava acertando um passe. Até falta alçada à área ontem ele errou no início do jogo. Falta de confiança, pressa. Imaginem um cirurgião realizando uma cirurgia em um paciente com 15.000 pessoas vaiando e chingando. Mas tudo isso é conseqüência dos erros dos últimos anos. Nossos jogadores estão tão preocupados de não cometer os mesmos erros que estão cometendo.
Concluí isso ao observar a postura de nossa torcida. Até mesmo as organizadas, quando o Atlético já ganhava o jogo não vibrava, não gritava. Todos concentrados apenas aguardando o apito final. Como se o Botafogo fosse empatar à qualquer momento.
Isso é falta de confiança.
Acredito que todos nós Atleticanos estamos sofrendo desse mal. A diferença é que são só 11 que entram em campo.
Então meus amigos. Vamos voltar a confiar que nosso esquadrão possa traduzir esse clima em vitórias. Acredito que esse ano será diferente.