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17 jun 2010 - 15h40

Que vantagem Maria leva?

“Quem pagar para ver, pode ver demais. Curitiba precisa prestar atenção, tomar cuidado e encaminhar uma solução”. A mensagem curta, rápida e direta é do Ministro dos Esportes, Orlando Silva Junior, aos responsáveis pela candidatura curitibana à subsede da Copa 2014. O recado tem um destino específico: as autoridades municipal e estadual.

A briga pelo estádio da Copa em Curitiba, que já se arrasta por 3 ou 4 anos, mostra a cada dia o quanto estamos longe das nações mais desenvolvidas do mundo. O Brasil está a quatro anos de receber um dos mais importantes e lucrativos eventos esportivos do mundo. Nos países mais desenvolvidos, primeiro pensa-se no geral, para depois poder melhorar o individual. Aqui, no autofagismo típico paranaense, o pensamento é mais do que nunca o inverso: primeiro se preocupa com o individual e que se exploda o geral, o coletivo. Não importa se eu não tenho, desde que você também não o tenha.

É exatamente isso o que estamos vendo desde março de 2007, quando começaram os debates para saber qual praça representaria a cidade de Curitiba e o estado do Paraná na Copa 2014. A Arena da Baixada, reverenciada por autoridades nacionais e internacionais como o plano mais viável, foi por vezes escanteada por pessoas interessadas em seus projetos próprios ao invés de pensar no coletivo. Daí surgiram como pragas projetos como “novo Pinheirão”, “Arena Atletiba”, “projeto Paratiba” e assim por diante.

Com tanta rivalidade besta, com tanta autofagia, com tanto medo de perder, o Paraná vai deixar de ganhar. A saída da Copa da Arena muda totalmente o “projeto Paraná”. Uma mudança de projeto repentina (ou haverá metrô na Victor Ferreira do Amaral?) que coloca em risco, compromete e deve eliminar Curitiba do páreo das 12 subsedes nacionais.

E se isso acontecer não é o Atlético quem sairá perdendo. A conclusão da Arena da Baixada é tida como certa, o Atlético terá o seu estádio, no padrão do futebol brasileiro e internacional, pronto para receber qualquer jogo do próprio Atlético. É isso que o Atlético precisa, é isso que os atleticanos se comprometem a fazer. O plus, o padrão-Copa, as exigências da Fifa, não são responsabilidades do Atlético, mas sim dos gestores Copa em Curitiba.

Perder a Copa não será ruim para o Atlético, mas será péssimo para Curitiba. Eliminar a Arena da Baixada a essa altura do campeonato é comprometer TODO o projeto curitibano, que prevê reestruturação de transportes e de infraestrutura no corredor central, passando pelo bairro Água Verde. Repentinamente usar um Plano B e transferir tudo para o Tarumã não só é arriscado, como certamente tirará a Copa de nossa cidade, pela mudança de todo o projeto de infraestrutura urbana que isso representa.

Curitiba não pode sair perdendo por causa de tanta incompetência, falta de comprometimento e autofagismo do povo e dos gestores daqui. Sem a Copa em Curitiba, a cidade perderá todos os investimentos dos próximos quatro anos previstos no Plano de Aceleração do Crescimento – o PAC da Copa. Estão previstos R$ 7 bilhões em investimentos do Governo federal em Curitiba, o que deve gerar milhares de empregos diretos e indiretos para o povo paranaense.

A Copa em Curitiba será um superfenômeno, trazendo turistas do mundo inteiro para a nossa cidade, utilizando a nossa rede de hotéis, os nossos sistemas de transporte, comendo em nossos restaurantes, movimentando e gerando lucro e renda para a nossa cidade.

O projeto Copa em Curitiba não é do Atlético e não é o Atlético quem deve dar as garantias financeiras e arcar com tudo sozinho para trazer o evento para a cidade.

Se a Copa deixar de ser em Curitiba todos os paranaenses sairão perdendo. Mas enganam-se os que pensam que o maior derrotado será o Atlético. A Arena atleticana será finalizada e continuará a receber jogos do time atleticano. Será finalizado do jeito que o Atlético quer e não da forma que a Fifa impõe. Os maiores perdedores serão o Estado e o município de Curitiba, que estacionarão no tempo enquanto veem as demais cidades subsedes do Mundial recebendo os investimentos federais para otimizar a infraestrutura e receber os jogos da Copa. São R$ 7 bilhões jogados no lixo por vaidade e autofagismo.

Que cada um pare de olhar o próprio umbigo e pense no coletivo. Que se pense no que é melhor para Curitiba, para o Paraná. O autofagismo, a necessidade de sempre destruir o que é nosso não pode imperar neste momento. A Copa em Curitiba não é boa para o Atlético, é boa para os curitibanos, para os paranaenses, para toda a cidade, para todo o Paraná!



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