As possibilidades do esquema de Carpegiani
O período de treinamentos da inter-temporada atleticana durante a pausa para a Copa do Mundo, trouxe uma nova idéia tática para o mundo rubro-negro: jogar com uma linha de 4 defensores.
Bom? Ruim? Inteligente? Covarde? Nenhum e todos ao mesmo tempo, dependendo da montagem do restante da equipe.
Eis que contra o Cruzeiro vimos um time ofensivo, nada de acuado, e com 4 jogadores lá atrás. Na segunda etapa mudou, passamos para o 3-5-2, e o time continuou ofensivo e partindo pra cima de uma das melhores equipes do país. Perdemos, mas foi uma fatalidade do time, que não soube aproveitar as várias oportunidades criadas, e da arbitragem, anulando gol legal quando ainda estava 0x0.
Contra o Vasco não posso opinar pois não vi a partida, mas muita gente elogiou bastante os primeiros minutos de jogo, dizendo que o time dominou a fraca equipe carioca. Mas aí, novamente, o árbitro entrou na partida e decidiu o jogo em favor dos donos da casa.
Com erros grotescos como duas expulsões (uma justa, porém com o primeiro amarelo equivocado) e um pênalti inexistente, não há esquema e time que aguente.
Tivemos 30, 40 dias para treinar, e o resultado disso foram 2 derrotas e o time mudado de um jogo para o outro. Uma parte da torcida já pedia a cabeça de Carpegiani de forma injusta, pois, na minha visão, a mudança do futebol praticado pelo Atlético foi grande. E o jogo de ontem veio para coroar isto.
Um time ofensivo e sólido defensivamente, mesmo com muitos desfalques e sem os reforços vindos do exterior. Uma equipe aguerrida e que não deu brechas para um adversário técnico e habilidoso no ataque, porém fraco na defesa. E dessa vez sem a intervenção do árbitro (que foi bem na partida), o Atlético continou jogando o que já vinha mostrando nas partidas anteriores e fez 2×0 na badalada equipe do Campeonato Paulista.
Após este longo resumo, vamos ao que realmente interessa neste texto: quais são as possibilidades que o esquema montado frente o Santos abrem para o técnico Paulo César Carpegiani?
Vejamos:
– ontem jogamos com 3 defensores como base, porém, no decorrer do jogo, Wagner Diniz, que originalmente era o ala pela direita, recuou para fazer uma linha de 4 defensores e marcar mais de perto Neymar;
– tivemos 2 volantes;
– foram 3 ‘meias’. Entre aspas pois Paulo Baier é o armador da equipe e partia pelo meio, enquanto Paulinho e Bruno Mineiro atuavam pelos flancos, hora fazendo o papel de ala (mais com Paulinho), hora de ponta (mais com Bruno);
– tivemos 1 avante ‘isolado’. Novamente entre aspas pois, com o esquema montado, o 1, que era representado por Alex Mineiro, facilmente se transformava em 3 ou 4 com o apoio dos meio-campistas.
O esquema deu certo e deu resultado, e a função feita por Bruno Mineiro é, certamente, um aviso de como o equatoriano Guerrón irá jogar.
Basta saber se o técnico vai continuar com este mesmo esquema já explicado, ou se o falso 4° defensor (Wagner Diniz) vai sair para a entrada do estrangeiro. Neste caso voltaríamos ao 3-5-2, com Bruno sendo adiantado para o lado de Alex.