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15 ago 2010 - 10h25

Em busca do fracasso

Há muito tempo não paro para escrever alguma coisa no site. Entretanto, hoje as coisas passaram dos limites – ao menos ao meu ver.

Sempre fui favorável à um trabalho de longo prazo com relação a comissão técnica e seus auxiliares. Do mesmo modo, sempre gostei e elogiei o trabalho do defensivo Paulo Carpegiani. Todavia, o tempo tem me mostrado que as coisas não são bem assim, e quem acaba tendo que viver de ilusão sem explicações precisas somos nós, torcedores troxas que pensam conhecer o que se passa nesse clube (que certamente não deve mais ter o futebol como atividade finalística).

Vamos começar comentando a transmissão do jogo, que é uma das coisas que muito me incomoda. O comentarista do canal de TV à cabo que transmite o campeonato jamais (frise-se) refere-se às marcações equivocadas do árbitro como ‘erradas’. Sempre há uma tentativa em tentar explicar o ocorrido, de modo que aquilo possivelmente seria algo normal. Exemplos: o segundo gol do Palmeiras, claramente impedido, as duas faltas (no Branquinho e no Maikon Leite) na entrada da área que não foram marcadas, sendo que uma inclusive gerou uma advertência com cartão para o Maikon.Enfim, de um modo geral, tratam-nos como pobres coitados, como se fossemos um time do interior. Parece que éramos o inimigo no jogo do Palmeiras hoje à noite.

O grande problema é que estou convicto de que essas situações são ocasionadas por nós mesmos. Tudo começa a partir do nosso REMUNERADO (grife-se) diretor de futebol, que dá sempre explicações vazias para ‘justificar’ o afastamento de alguns jogadores; promete o mundo de atletas e traz jogadores do interior paulista; explica, explica e continua institindo em tentar explicar o que é de fácil constatação: no Atlético, tudo é obscuro. Nós não sabemos de nada. O empresariado que negocia com nossa direção parece ter definitivamente tomado conta dos rumos do nosso ‘clube’, digo, daquele verdadeiro balcão de negócios que virou o Atlético.

Ninguém sabe o motivo de jogadores como Alex Fraga (que nem jogou hoje, mas é sempre assustador), Gustavo Lazaretti (baladeiro, bêbado e fumante), Bruno Costa (irregular) e Leandro (péssimo zagueiro e agora improvisado de lateral) tem insistentemente chances de tentar se firmar como jogadores no nosso plantel. Aliás, muitos deles já são velhos conhecidos (Fraga, Gustavo, Netinho…), que nunca dão certo mas insistemente são colocados à prova para, creio eu, possibilitar algum tipo de venda, que nos sonhos dos nossos dirigentes ainda pode se concretizar.

Mais uma vez, é claro, nós torcedores somos colocados para escanteio, sem saber que raios poderia motivar a reintegração de atletas que nos fazem sofrer todos os anos. Não vejo valor algum nesses jogadores, ao menos no que nos interessa, que é a atividade futebolística. Talvez dessem certo no Irati, no Parana Clube, ou em qualquer time do interior do estado. Não são jogadores para nós.

Depois, há que se perguntar quem foi que mandou o Antonio Lopes embora? Em todas, absolutamente todas, as oportunidades em que esteve aqui, o velhinho deu conta do recado. Trata-se de profissional exemplar, que sabe de fato executar as tarefas inerentes a um técnico de futebol. Traz resultados e dá ao time um padrão de jogo, o que é o mínimo que se pode exigir de um profissional nessa condição.

Mais uma vez, portanto, ressalto o problema Carpegiani. Talvez a solução não seja a sua demissão, mas um trabalho no sentido de orientá-lo que ele não tem que aparecer mais que os jogadores. Quando o rapaz do banco de reservas começa a querer inventar, tudo vira um problema. Escalamos quatro zagueiros, dentre os quais três são assustadores. Note-se ainda que um desses três fica incumbido da lateral direita, função para a qual temos um ótimo jogador: Wagner Diniz. Creio eu que este homem deva ser muito má pessoa. Não é crível ou razoável aceitar que este cidadão seja preterido por Leandro, com passagem pelo belíssimo Jota Malucelli e sem qualidade alguma sequer para integrar o quadro de gandulas do nosso time.

Enfim, é o desabafo… Chega de desrespeito, Atlético. Já está mais do que na hora de lembrar que somos um clube de futebol, unicamente.
Estavamos construindo o nosso próprio fracasso perante a mídia. Fazendo palhaçadas e insistindo em derrotados, certamente não chegaremos a lugar nenhum.

Chega de enganação! Uma alternativa é criar canais para participação dos sócios que contribuem com a vida do clube para tentar mudar esse panorama. No entanto, se não houver vontade da própria direção em consertar isso não sairemos do lugar. Continuaremos sendo aquele clube modesto que, às vezes, incomoda.

Transparência, respeito e força de vontade, Atlético. Isto é o mínimo, por favor.

‘E aí, na hora do sufoco sei que você vai me procurar
Com a mesma conversa que um dia me fez apaixonar
Por alguém de uma falsa consideração (…)’



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