7 set 2010 - 3h09

Primeiro turno na ponta do lápis

Neste domingo, o Campeonato Brasileiro chegou à sua metade. Lá se foram 19 rodadas da Série A e o único representante paranaense na elite do futebol terminou a primeira fase com o melhor primeiro turno desde 2004, quando esteve em quinto lugar. Agora, prestes a recomeçar a segunda fase da competição, a torcida atleticana espera um rendimento ainda melhor no segundo turno.

No primeiro turno do Campeonato Brasileiro, o Atlético em 19 jogos conquistou oito vitórias, três empates e sofreu oito derrotas, marcando 23 gols e levando 28, tendo um aproveitamento de 47,4% dos pontos disputados. A campanha deixou a equipe na 7ª colocação do campeonato e a ascensão na tabela animou a torcida atleticana, cansada do filme visto em grande parte dos Brasileiros de 2008 e 2009, quando brigou até as últimas rodadas para escapar da incômoda zona de rebaixamento.

Jogando em casa, o Furacão teve cinco vitórias, três empates e uma derrota, assinalando 14 gols e sofrendo 10, tendo aproveitamento de 66,67%. Já fora de seus domínios, o time conseguiu apenas três vitórias e acumulou sete derrotas. Sofreu 18 gols e assinalou nove, em um aproveitamento de 30%.

Leandro Niehues comandou o Furacão em cinco partidas, sendo uma vitória, um empate e três derrotas, com sete gols prós e 12 contras. Ele saiu após a derrota para o Internacional por 4 a 1, no estádio Beira-Rio, pela 5ª rodada. Niehues “entregou” o Atlético na 18ª posição, à frente apenas de Grêmio Prudente e Atlético-GO. Com a chegada de Paulo César Carpegiani, a reação começou e o time subiu 11 posições: foram sete vitórias, dois empates e seis derrotas, com 17 gols marcados e 20 sofridos.

Confira abaixo alguns fatos prós e contras da campanha do Atlético, além de curiosidades extras:

Prós:

– A vitória sobre o Avaí, na última partida atleticana no primeiro turno, representou a primeira do Furacão sobre o time de Florianópolis, encerrando um tabu de 10 anos.

– O Atlético tem o 4° melhor aproveitamento como mandante e perde apenas para os três primeiros colocados: Fluminense, Corinthians e Santos. O Furacão venceu cinco, empatou três e perdeu apenas uma na Arena da Baixada – aproveitamento de 66%. O time marcou 14 e sofreu 10 gols em casa.

– Durante a parada da Copa do Mundo na África do Sul, um verdadeiro time de reforços desembarcou no CT do Caju: o zagueiro Eli Sabiá, os volantes Vitor e Olberdam, o lateral-esquerda Paulinho, os meias Mithyuê, Iván González e Guerrón e os atacantes Thiago Santos e Federico Nieto.

– No início, Carpegiani apresentava uma surpresa a cada escalação. Colocou Leandro na lateral-direita e Bruno Costa na esquerda; Netinho e Marcelo, que não jogavam há meses, surgiram como titulares; treinava a semana inteira com uma equipe e, no jogo, usava outra. Quando passou a repetir (quase todo) o time, sem improvisações, o Furacão subiu na tabela.

– Mesmo quando o clube estava na zona de rebaixamento, a torcida fazia a sua parte. Hoje, tem a 7ª melhor média de público da competição: 16.441 presentes por partida. Perde apenas para as quatro equipes cariocas, para Corinthians e Ceará – times que têm estádios com capacidade superior à da Arena da Baixada.

Contras:

– A estreia atleticana no Brasileirão foi traumatizante. Teve de tudo na primeira partida do Rubro-Negro no campeonato nacional, diante do Corinthians, fora de casa. Duas expulsões e um pênalti inexistente marcaram a péssima arbitragem de Marcelo de Lima Henrique, que claramente prejudicou o Atlético, derrotado no Pacaembu, de virada. Paulo Baier e Neto foram expulsos e o único gol atleticano na partida foi marcado pelo estreante lateral-direita Wagner Diniz.

– Entre os jogadores do Rubro-Negro, o mais indisciplinado é o lateral-direita Wagner Diniz, que recebeu quatro cartões amarelos e dois vermelhos. Depois vem o zagueiro Leandro, que recebeu quatro amarelos e um vermelho. Também foram expulsos Chico, Eli Sabiá, Manoel, Neto e Paulo Baier.

– A vitória mais elástica do Furacão no Campeonato foi 2 a 0, contra Santos e Goiás. Todas as outras seis vitórias foram por apenas um gol de diferença. Por outro lado, o Atlético perdeu por três gols de diferença para o Internacional (4×1) e por dois para Atlético-MG (3×1), Cruzeiro (2×0), Fluminense (3×1), Palmeiras (2×0) e Vasco (3×1). Isso explica o saldo de negativo de cinco gols – o quarto pior da competição.

– A derrota para o Palmeiras, por 2 a 0 no Pacaembu, reergueu o time paulista, que não vencia há seis jogos e deu a primeira vitória ao técnico Felipão.

– As péssimas arbitragens dos jogos do Furacão irritaram a torcida atleticana durante boa parte do primeiro turno. O time foi prejudicado não somente em jogadas isoladas, mas, também, em lances capitais, como nos jogos contra o Corinthians, Guarani, Atlético-GO, Botafogo, Cruzeiro e Vasco.

Curiosidades:

– O Furacão tem o 9° melhor ataque do Campeonato: foram 23 gols pró em 19 jogos – média de 1,21 por partida. Os artilheiros da equipe são os atacante Bruno Mineiro e Maikon Leite, com 4 gols cada. O zagueiro Manoel e o meia Paulo Baier marcaram 3 gols. Também balançaram as redes para o Furacão o zagueiro Bruno Costa, o lateral Wagner Diniz, o volante Chico, os meias Netinho e Branquinho e o atacante Alex Mineiro.

– O Atlético tem a 4ª pior defesa do Brasileirão: foram 28 gols em 19 partidas – média de 1,47 por duelo. Com isso, o Rubro-Negro supera apenas Avaí, Atlético-MG e Goiás no quesito defensivo. O jovem Neto foi titular em 18 partidas, com 25 gols sofridos e uma expulsão. Quando recebeu o cartão vermelho, ele foi substituído por João Carlos, que levou 3 gols (2 contra o Guarani e 1 contra o Corinthians)

– O empate entre Atlético e São Paulo teve o melhor público na Arena da Baixada até aqui: 23.146 pessoas assistiram ao jogo, válido pela 13ª rodada. Antes, o melhor público havia sido o clássico Atletiba, no dia 07 de março, com a presença de 23.012 pessoas.

– Dos 23 gols do Atlético, os que mais contribuíram foram o zagueiro Manoel e os atacantes Bruno Mineiro e Maikon Leite. Além de terem feito gols, eles deram assistências para os companheiros balançarem as redes. Manoel deu dois passes; os outros dois deram uma assistência cada. Também deram passe para gol Márcio Azevedo, Paulinho e Branquinho (duas vezes cada) e Guerrón, Alex Mineiro e Wagner Diniz (uma cada).

– Os jogadores que mais atuaram com a camisa atleticana no primeiro turno foram o goleiro Neto e o zagueiro Rhodolfo. Ambos desfalcaram a equipe em apenas uma partida. Depois aparecem Branquinho (17), Bruno Mineiro, Chico e Paulo Baier (16), Wagner Diniz (15) e Manoel (14).

– A vitória sobre o xará goianiense encerrou o jejum de sete partidas sem resultados positivos do Furacão. Ao derrotar o Atlético-GO por 2 a 1, na quarta rodada, o Atlético amargava 47 dias sem vitórias e, como consequência, a perda do Estadual e a eliminação da Copa do Brasil.

– O Furacão tem o 8° melhor aproveitamento como visitante. O Furacão vence 3 de 10 partidas; com 9 gols marcados e 18 sofridos. Fluminense, Santos, Internacional, Botafogo, Cruzeiro, Vasco e São Paulo têm aproveitamento melhor longe de seus domínios.

Ascensão na reta final

No primeiro turno, o Atlético variou entre a 7ª e a 19ª posição. Em três rodadas, ele esteve na zona de rebaixamento. Em outras duas, apareceu na metade de cima da tabela. A posição mais frequente foi o 16° lugar, que o Furacão ocupou em cinco das 19 rodadas.

Porém, a esperança para os atleticanos de uma melhor campanha no Brasileirão é baseada na história e na impressionante recuperação do time nas últimas rodadas. Historicamente, o Atlético tem um rendimento melhor no segundo turno do Campeonato Brasileiro. Além disso, o time terminou o primeiro turno com uma invencibilidade de cinco partidas sem perder na competição.

Esses ingredientes combinados dão esperança à torcida atleticana de que tudo pode melhorar ainda mais. Para isso, basta o time continuar trabalhando, jogando sério e com raça, já que o apoio das arquibancadas é garantido para o Furacão.

Confira o desempenho do Atlético no primeiro turno desde 2003, quando o Campeonato Brasileiro passou a ter a fórmula por pontos corridos:

– 2003: 18º lugar – 37,68%
– 2004: 5º lugar – 55,07%
– 2005: 15º lugar – 39,68%
– 2006: 15º lugar – 38,88%
– 2007: 16º lugar – 38,59%
– 2008: 14º lugar – 35,08%
– 2009: 13º lugar – 42,11%
– 2010: 7º lugar – 47,4%

Colaboração: Monique Silva



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