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1 mar 2011 - 20h50

Futebol não é lazer?

Desde a minha infância junto à comunidade morretiana sempre soube que jogar futebol é esporte, é alegria, e portanto, um completo lazer. Lutávamos para conquistar um lugar no time, fosse onde fosse, no mato ou na cidade todos queríamos estar lá jogando bola e se divertindo. No campo do Cruzeiro ou do Nicolino, tanto fazia… Queríamos jogar bola!

Mas o que quero dizer é que a profissionalização do jogador está prejudicando o futebol, principalmente pelo interesse financeiro dos assessores, familiares ou clubes. O menino já começa a jogar futebol aos seis, sete ou oito anos, pensando em ficar rico no futuro e os familiares investem nele também pensando só no lado financeiro, esquecendo até mesmo de educá-lo a ser primeiramente um cidadão, uma pessoa digna e respeitável. Em regra, é uma formação mecanicista que visa apenas o dinheiro!

Com dez anos uma criança que joga futebol já tem um procurador, seja familiar ou não, que começa a buscar os seus ‘interesses’. Será? Será que os interesses dele são apenas financeiros? Não seria importante também preocupar-se na conclusão dos estudos e na formação do cidadão, proporcionando-lhe ao menos a conclusão do ensino fundamental ou mesmo o médio para que o próprio ‘profissional’ tenha ao menos a noção do que quer e do que pode vir pela frente? Dos amigos que não mais terão e dos colegas com os quais conviverão nos clubes e nas concentrações? Será que abreviar fases da vida da criança, ‘preparando-a’ para o futuro profissional é o mais correto?

Acredito que não, na maioria dos casos…

Vimos nas últimas décadas, aliás desde o final do século passado, polêmicas envolvendo jogadores de futebol, os quais são bem pagos e proporcionam um interesse maior da mídia, ao acompanhar de perto a vida desses jogadores na intimidade, os quais escancaram seu poder financeiro ostentando mansões, modelos famosas, carros de luxo, etc.. muitos deles incapazes de lidar com a fama, com o dinheiro e inclusive com o convívio social. Envolvem-se em casamentos precoces e muito breves, desperdiçando dinheiro e fama, além de não conseguir lidar com as consequências de seus atos, envolvendo pessoas e famílias para o resto de suas vidas.

Portanto, não acham que o futebol profissionalizado fica muito chato para nós que o vemos como um lazer, uma diversão? Não há aquela alegria de jogar bola por puro prazer, até porque as obrigações são outras. O objetivo do jogador de futebol deveria ser tão-somente jogar bola, mas os fatores extracampo, tão falados no futebol, não permitem que isso aconteça, resultando em péssimas apresentações ao público.

Concluindo, ao finalizar uma partida oficial não sabemos se o time vencedor tinha o melhor futebol ou se o time perdedor tinha mais problemas extracampo, porque o melhor futebol se aperfeiçoa com a técnica e os problemas extracampo dependem da formação e da superação pessoal de cada um.

Esperamos que o time acriano retorne a sua origem com uma merecida derrota!



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