Malucelli não é
Pois é, Malucelli não Kadafi e nem Mubarak, mas também não é campeão. Não tomo lado partidário com essa frase, mas é difícil ver o Atlético sofrer nesses últimos anos, como é duro não vencer os coxas. Pois como diz um outro dirigente, eu sou um falaciano geração arena, muito mal acostumado.
O passado deste último dirigente citado não é imaculado e também tenho minhas dúvidas quanto aos benefícios que ele traria ao Atlético hoje. Mas de uma coisa sei: pelo menos com ele eu me sentia torcendo para um time grande, ou ao menos, com uma pretensão de ser grande. Já com o nosso atual mandatário o que vejo é o conformismo de ser coadjuvante a nível nacional e que está tudo bem ver nosso arquirrival nos alcançar depois de estarmos anos-luz à sua frente.
Desculpem-me os defensores da atual gestão, mas sinceramente, está sendo muito ruim ver o Atlético estagnado em várias vertentes ou até mesmo perdendo poderio em frentes como as categorias de base, o número de sócios e o valor dos patrocínios. Me deixa triste saber que hoje um time que não era nada perto do Atlético há alguns anos agora pega com a maior facilidade nosso técnico dos juniores, alguns jogadores e ainda por cima consegue investimentos maiores que os nossos para as suas categorias de base. Esse mesmo time já nos passou em número de sócios e vejam só, com um estádio infinitamente pior e com uma mensalidade maior, sendo que há pouco estavam na segunda divisão do campeonato nacional.
Passamos por uma revolução considerada impossível por todos, inclusive por próprios atleticanos, mas o clube saiu gigante desta revolução. Não podemos regressar, ver clubes nos passarem assim com a maior facilidade e achar que está tudo bem. O CAP tem estrutura que é o mais difícil de se encontrar hoje no país, é um clube organizado e com grande torcida, resta agora é arrojo por parte de quem está no poder, resta sonhar como sonham tantos torcedores.
Seremos apenas parte do que sonhamos e enquanto os poderosos do CAP sonharem o que sonham – ou deixam de sonhar – seremos apenas isto que estamos vendo, coadjuvantes.
Não faço aqui um apelo à volta de Mario, pois de seus podres – se é que há, não sei – não sei um terço. Apenas peço que à frente do CAP esteja alguém forte e que queira um algo mais, pode até ser ‘impossível’, mas que não baixe a cabeça às adversidades.
Que o Atlético volte a ser o Atlético que me deixou mal acostumado. Ques estes últimos anos tenham sido o acaso. E que ‘picuinhas’ pessoais deixem de ser maiores que o clube que é na verdade de milhões de torcedores.