Profissionais passionais
Seria engraçado se não fosse triste. Os cronistas esportivos da nossa terrinha parecem que foram torturados dentro dos recintos do Clube Atlético Paranaense. Será que pegamos muita lã de carneiro? Ou apenas serão estes jornalistas lobos em pele de cordeiro?
Gosto de ler sobre o esporte e ver opiniões de jornalistas, profissionais do assunto, já que sou apenas um passional torcedor. Mas parece que sou cego, pois segundo olhos treinados e experientes, o time verde é uma verdadeira seleção, um time capaz de ganhar a Copa do Brasil, está atropelando todos no Estadual e nós somos um time sofrível que apenas ganha na sorte. E até mesmo o time da Vila está aparecendo como candidato ao título do segundo turno pois vem de ‘grandes performances’ e brilhantes três (isso mesmo, três!) vitórias conscutivas e, diga-se de passagem, únicas no ano.
Minha passionalidade burra enxerga as coisas um pouco diferentes: no Atlético vejo um time com pouca confiança, pressionado e ainda sem um padrão tático e entrosamento, mas com um certo potencial que, no mínimo, nos faz páreos aos verdes. Falando em verdes, me parecem um time organizado (em grande parte pelo trabalho realizado pelo bom técnico Ney Franco) e entrosado. Mas não vejo um time brilhante como dizem por aí. É um bom time (de elenco já tenho minhas dúvidas, quero ver o que será deste time sem o Marcos Aurélio e Rafinha) e nada mais. E o time da vila dispensa comentários, é claro que não é time para ser rebaixado do fraquíssimo Campeonato Paranaense, mas tenha dó falar que são candidatos a brigar pelo título com o Atlético e os verdes.
Enfim, me entristece ver esses ‘profissionais’ serem mais passionais que nós torcedores em suas análises. Pena que o time em campo também não ajuda muito e fica deixando ‘pano para manga’ destes que adoram enxergar crises no Atlético a cada entrevista de alguém ligado ao clube ou a cada derrota.
O que resta agora é apoiar o time, levar o segundo turno e ver se até lá o Geninho arruma a mão e coloca um time organizado e focado dentro de campo. O que não dá é levar a disputa à final e os jogadores entrarem andando, mais uma vez, no clássico e tomarmos outro baile. Espero que o Atlético não precise de outra revolução para voltarmos a mostrar nossa superioridade diante dos verdes.
‘Quem me dera ao menos uma vez/ provar que tem mais do que precisa ter/ quase sempre se convence que não tem o bastante/ E FALA DEMAIS POR NÃO TER NADA A DIZER.’ (Índios – Legião Urbana)