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23 mar 2011 - 23h08

Verdades e mentiras

Não creio que MM seja ou esteja perdido. Talvez por acreditar ainda que o que há de bom ainda está sempre por vir eu pense assim. Honesto, MM é, e talvez seja este um de seus pecados. Pecar, em tempos de twitter e listas pela internet soa até ambíguo. O CAP de hoje é um livro aberto. Aberto demais.

Caldeirão fervendo, em todos os sentidos.

Estamos assistindo ao MCP descer a lenha em tudo e em todos, porém não se candidatará para o triênio próximo.

Assistimos também a MM dar a todo momento “deixas” de que o fardo está pesado. Aliás, refaço a frase: estão botando mais peso no fardo dele. De qualquer forma, no tempo das twitadas, algumas frases do mesmo, e não foram poucas, não tem caído bem, até mesmo as faladas ao microfone.

Nesta história, cheia de perdedores, há três coisas que, para alguns, despercebidas, é as que me preocupam.

São elas, a realidade imediata que o Atlético precisa deixar de viver; a torcida do Atlético não pode se descaracterizar; e o mais importante, o futuro do Atlético.
Dos três, o menor dos problemas é o momento atual. Para isto, basta três ou quatro reforços e um treinador que saiba atacar e no mínimo defender-se de times semiamadores.

Quanto à torcida do Atlético, há muito o que falar, mas basicamente ressalto que fomos forjados de fracassos, meu avô, meu pai, seu avô e os mesmo antes de 1995 torcíamos para o clube pelo simples prazer de vê-lo jogar alguma coisa, arrancando pontinhos dos grandes de SP e RJ. Pois bem, hoje somos grandes, e os torcedores também cresceram à mesma proporção do que o clube se tornou.

Nossa torcida, apaixonada e nada mais, tornou-se política, politiqueira, consumidora, exigente e até chata as vezes. São muitos adjetivos e substantivos agregados àqueles que eram somente apaixonados. Mas os tempos são estes, de consumo, de direitos de consumidor. Portanto, aos dirigentes (ex ou atuais) que não suportam criticas de arquibancada, meus lamentos, pois acostumem-se. Antes, o coro da torcida era para as quatro linhas do futebol, e hoje, é para tudo que o cerca.

Criaram consumidores, estatutos. Agora, aprendam a conviver com esta coisa moderna de ter milhares de sócios, que pagam em dia e por isso, cobram. A torcida precisa descobrir o que de fato ela quer: cobrar, cobrar e cobrar, ou voltar-se um pouco mais ao nosso sofrível time. Pelo menos, tentem não descaracterizar tanto a nossa principal alcunha, que é de ser apaixonados. Há jogos em que levo meu filho a Arena, e fico triste com o que mostro para ele, e olha que ele tem só oito anos.

E o principal problema, o nosso futuro?

Tema de vasta discussão. MM parece não querer mais, MCP critica aquele que hoje tem o poder, mas ele próprio também disse não querer mais.

Época estranha em que não existe oposição. Fora as críticas de MCP, que para mim se perdem no ar pois não tem sentido, visto ele criticar uma coisa que ele mesmo disse não querer mais consertar, não vejo oposição. E o pior de tudo, parece não haver mais situação.

A que ponto chegamos? Difícil explicar o que deu tão errado entre setembro de 2010 e março de 2011.

Quem sobrou? Fornéa? Uns dizem ser a solução, mas este, até o momento, e talvez por fidelidade e amizade com MM, não deu dicas que quer tocar este barco.
E este barco, chama-se Atlético, e está a deriva. Antes um clube apenas de futebol e de torcedores apaixonados. Hoje, um clube de vaidades, de negócios, um clube político.

Os atleticanos precisam aprender a fazer política, que é longe das quatro linhas.
A torcida atleticana precisa também ser política, mas também longe das quatro linhas.

Será que Jofre precisará “voltar” e proferir sua mais famosa frase?



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