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7 abr 2011 - 13h34

Um dia após o outro

Tristeza e felicidade são sentimentos próximos e variáveis em segundos ao atleticano, não foi diferente com a demissão de Geninho. A troca de treinador foi benéfica ao clube. Se por um lado houve felicidade com a evolução técnica que vai ser proporcionada com um grande treinador como o Adilson Batista, houve tristeza, de verdade, com as lágrimas do Geninho. O ídolo atleticano conquistador do Brasil não merecia uma demissão tão grotesca e amadora como a que foi feita. É realmente lamentável enxergar no Atlético um desrespeito como esse a história do clube, a transferência de técnicos era necessária só que devia ter sido transparente, como acontece com homens de caráter como o Sr. Eugênio.

A coletiva de imprensa foi um cenário tão utopista, de um lado o técnico abandonado ainda com lágrimas no rosto enquanto do outro já haviam entrevistas querendo saber do novo técnico. Isso me fez ver o quanto nosso futebol é capitalista, o quanto se esquecem das pessoas em prol dos números. Atitudes como esta colocam toda uma Instituição em desgaste, ainda bem que quem veio apagar o incêndio foi um cara de fibra e de ligação com o clube chamado Adílson Batista. Um dia após a triste cena de Geninho o atleticano vibrou com o Adilson com uniforme de técnico atleticano falando: “Estou em casa”! Nada como um dia após o outro, no futebol essa frase é rotineira.

Um dos grandes técnicos do Brasil, Adilson Batista tem a característica de não saber lidar bem com estrelismo e quando não dão toda a autonomia necessária pra ele. No Cruzeiro foi um excelente técnico, quebrou recordes, classificou o Cruzeiro a Libertadores e quase ganhou a competição. No Corinthians e Santos esbarrou no conhecido mundo das estrelas paulistas intocáveis junto com diretorias que seguram o técnico no cabresto. Os resultados ruins nos clubes paulistas foram frutos das regalias que a diretoria desses times deram aos seus jogadores.

No Atlético a coisa vai ser diferente, o Pezão vai dar certo pelo estilo raçudo com que ele cria seus times a longo prazo, fazendo a defesa se tornar sólida mesclando com um ataque extremamente ofensivo e rápido, características históricas do Furacão. Mais do que isso, aqui ele terá autonomia, afinal fazia tempo não tínhamos um técnico aprovado sem contestações. Por se sentir em casa haverá tranquilidade no trabalho feito e não podemos esquecer que até o time encaixar realmente teremos que ter paciência, Adilson vai ter que conhecer o elenco, mais contratações virão, enfim, tudo está um “caos necessário”. No meio do caos os loucos conscientes mandam, se atrevem e tomam as rédias, temos um louco por aqui que comemora gols dando carrinhos em placas. Jogadores terão que ter pulso e seguir na risca, respeitar a Instituição.

A reformulação está sendo feita, jogadores dispensados, Adilson Batista contratado. A mudança institucional necessária só será feita no final de ano com as eleições para presidente do clube, enquanto isso exigiremos no futebol, sem esquecer de nada.



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