19 abr 2011 - 11h33

Menos vazado, Renan supera desconfiança

Um dos destaques do Atlético na surpreendente campanha no Brasileirão de 2010 fez muita falta em grande parte dos jogos do time na atual temporada. O goleiro Neto, que se transferiu para a Fiorentina da Itália, deixou a torcida e a diretoria atleticanas inseguras e com uma pulga atrás da orelha. Não à toa que três atletas diferentes defenderam a meta do time em 24 jogos no ano.

O primeiro, João Carlos, não agradou. Chegou a ser vaiado em algumas ocasiões e acabou sendo emprestado para o Atlético-GO como moeda de troca depois de oito partidas. A meta, então, foi assumida por Silvio, que chegou do Internacional B para com­­por o elenco e até levou alívio aos torcedores em sete jogos, mas um empate diante do Co­­rinthians-PR na Arena motivou a dispensa dele e de mais três jogadores.

Revelação

A ingrata missão de levar paz ao campo minado da meta rubro-negra ficou a cargo de Renan Rocha, de 24 anos, oriundo das categorias de base do clube. E, jogo após jogo, o jovem arqueiro vem dando conta do recado e transformando a desconfiança em coisa do passado. Tanto é assim que, contra o Paranavaí no último sábado, alcançou nove partidas na temporada, marca superior à de João Carlos e Silvio.

Além da quantidade de minutos em campo, Renan Rocha tem uma média melhor de gols sofridos em relação aos goleiros que o antecederam. No total, foi buscar a bola no fundo das redes em dez ocasiões, garantindo uma média de 1,1 gol sofrido por jogo. Além disso, com ele em campo, o Atlético não foi vazado em três partidas, contra o Paulista pela Copa do Brasil, e Cascavel e Cia­­nor­­te pelo Paranaense.

O diretor de futebol, Valmor Zimmermann, acredita que a opção pelo arqueiro que veio da base atleticana foi a mais correta – e a mais viável à época. “Em momento algum ele comprometeu. O problema é quando o goleiro começa a sentir a pressão, alguns lances ruins aparecem. Tem que ter tranquilidade. Mas, até agora, ele está aprovado”, disse.

Apesar dos números e da aparente estabilidade, o goleiro não é unanimidade entre a diretoria e o comando técnico. Com o Cam­­peonato Brasileiro prestes a começar e a Copa Sul-Americana no calendário, existe a chance de um no­vo arqueiro desembarcar na A­rena e deixar Renan Rocha novamente assistindo aos jogos no banco de reservas. “Estamos tro­cando ideias com o treinador mas, em prin­­cípio ele é o goleiro. Se aparecer algo bom, podemos fa­zer algum negócio, mas não tem na­­da ainda”, afirmou Zimmermann.

Camisa 1

Renan Rocha ultrapassou João Carlos na vitória sobre o ACP e se transformou no goleiro mais utilizado pelo Atlético no ano. É dele também a melhor média de gols sofridos:

João Carlos – 8 jogos/12 gols/média 1,50

Silvio – 7 jogos/10 gols/média 1,43

Renan Rocha – 9 jogos/10 gols/média 1,11



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