É verdade, vejam: desde o já longínquo ano de 1995, em se tratando de futebol no Estado do Paraná, a rigor, somente se fala no Furacão.

É 1ª. Arena da América do Sul…melhor CT do Brasil e um dos melhores do mundo…campeão brasileiro da 2ª. e da 1ª. Divisã (1º campeão brasileiro do terceiro milênio) …campeão da Seletiva para disputar a LA…disputa de várias LA…vice-campeão da LA…vários títulos estaduais…camisa na cápsula do tempo…maior torcida do Estado para times locais…primeiro a atingir a marca de 20.000 sócios…estádio sede da Copa de 2014…inúmeros prêmios top of mind…jogador convocado e campeão do mundo pela Seleção…

Bem, isso tudo ainda esquecendo fatos de menor repercussão.

E o Coxa, em todo esse interregno de mais de quinze anos? Que me perdoem os inúmeros amigos verdes que tenho, mas nada mais conseguiu ele do que ganhar alguns títulos estaduais e disputar –se me não muito engano- uma LA… e de maneira inexpressiva, aliás.

De resto, acabou ganhando, merecidamente, nesse tempo, o justo título de maior iô-iô de todos os tempos do futebol brasileiro (sobe e desce, sobe e desce)…ah…não vamos esquecer da maior punição jamais irrogada a um clube futebolístico nacional que também sofreu em razão da quebradeira que sua própria torcida, irresignada com tão prolongado sofrimento, acabou promovendo há dois anos passados no seu próprio estádio.

Num dos vários dos hinos do Coxa, como todos sabemos, existe uma frase que diz: Campeão do Paraná…

É verdade; ele detém o maior número de títulos estaduais dentre os nossos clubes, demonstrando, com isso, de maneira peremptória, que é um clube naturalmente vocacionado para conquistas domésticas…unicamente domésticas…

Apesar disso, o nosso maior clássico, por curioso, não se denomina Tiba-atle, mas sim Atle-tiba…

Caso consiga vencer ou empatar o próximo Atle-tiba –o que será quase impossível acontecer, pois o embate será na nossa Casa-, continuará sendo o que já é: Campeão do Paraná –como alardeia um de seus hinos-…

Sem querer menosprezar o título local–afinal, eles estão mesmo merecendo ganhá-lo pelo quanto estão jogando-, pensando bem, isso não é nada, absolutamente nada para uma torcida que “comeu o pão que o diabo amassou” nos últimos cinco lustros de nossa era.

Que a conquista desse título –no último jogo deles, é claro- sirva ao menos para ajudar a cicatrizar boa parte das feridas que a sua torcida acumulou em todos esses anos de verdadeira expiação.

Aos meus inúmeros amigos coxas, portanto, o meu respeito e a minha solidariedade.