Eu acredito
Ontem presenciamos um bom jogo na arena, bem movimentado, com 4 gols, muitas variáveis, e um Átlético que se não foi bem, ao menos apresenta melhoras.
Temos de destacar que enfrentamos um dos times da moda no país, o Vasco vem com uma bela série invicta, e contratou jogadores de alto nível, como os próprios Diego Souza, Alecsandro e Éder Luiz, que ontem fizeram ótima partida.
Mas bem, vamos ao jogo:
Adílson é muito melhor que todos os demais treinadores que tivemos este ano, mas é treinador de futebol, e como todos, tem suas teimosias, suas manias de retranqueiro e seu gosto, como ele mesmo disse na coletiva.
A parte da mania de retranqueiro fica na conta dos 3 volantes, que se tivessem grande qualidade poderiam efetivamente fazer o time render, tal qual o próprio Adilson implantou no Cruzeiro anos atrás.
Ocorre que, se Deivid tem feito grandes partidas e se mostrado um ótimo primeiro volante, os outros 2 não estavam aptos a desempenhar o esquema pretendido pelo nosso ilustre treinador.
O recém contratado Paulo Roberto aparenta ser bom jogador, mostrou ter calma, visão de jogo, e um bom toque de bola. MAS, estava parado, sem ritmo de jogo, e conheceu seus companheiros ha apenas uma semana, para então ser colocado em um jogo decisivo, no qual todo e qualquer detalhe é muito importante. Por isso, a qualidade do bom jogador indicado por Adilson Batista foi anulada pela falta de entrosamento e de ritmo de jogo.
Já Robston, jogador que fez um excelente campeonato brasileiro no ano passado pelo xará goiano, tem suas qualidades, mas ontem foi péssimo, errando passes, voltando o jogo quando precisávamos ir para a frente, e com uma movimentação muito tímida, principalmente no apoio.
Não pode ser crucificado, mesmo porque nosso time não tinha meio, não tinha aquele jogador que chama a bola, abre espaços, e facilita a vida dos passadores, mas ainda assim ontem nosso segundo volante foi muito mau.
Ao entrar com 3 volantes Adilson acreditava que conseguiria neutralizar quase que 100% das investidas do time da colina, o que não aconteceu, uma vez que como o furacão não tinha meias de movimentação, a bola queimava nos pés dos nossos volantes, e acabávamos por dar os contra taques ao adversário, que soube usar muito bem a velocidade do bom Eder Luis.
Como bem disse nosso treinador, se o Guerrón fizesse aquele gol no começo, ou se um de nossos sempre perigosos escanteios terminasse nas redes do vasquinho o jogo seria outro, e ai sim estaríamos no paraíso, jogando no contra taque, com uma defesa muito bem postada, e com dois velocistas – Guerrón e Madson – sendo muito bem servidos pelo maitre Paulo Baier.
MAS, não foi o que aconteceu, nossos três volantes não renderam a segurança defensiva esperada, e em uma das 3 boas chances que teve o Vasco aproveitou a sua superioridade no primeiro tempo, abrindo o placar.
Vendo que todo seu plano havia sido desarticulado, o pezão sacou Robston, impedindo que este continuasse sua péssima atuação durante o segundo tempo, e ai sim colocou alguém para ajudar o meio, Branquinho, que por sinal não deveria mais sair do time.
O medo em escalar Branquinho é compreensível, nosso time já joga com Baier, que não marca ninguém por não ter condições físicas, ao colocar o Branquinho, o Adilson acaba por ficar com dois jogadores completamente inoperantes na marcação no meio campo. Mas, o ganho em qualidade técnica é muito grande, e dai para frente o Atlético melhorou, encurralou o Vasco, passando a jogar como nossa torcida gosta.
O gol de empate foi a prova disto, começou com uma bela triangulação entre Baier e Rômulo, que só não marcou pq o Arqueiro ex-porco fez boa defesa, e terminou com um calor na defesa do Vasco, que não conseguiu tirar a bola dali, até que ela sobrasse para o mais que esforçado Guerrón, que mais uma vez fez gol importante, e cada vez mais vai justificando o investimento que nele foi feito.
Dali em diante o furacão seguiu dominando a partida, e o Vasco sem conseguir fazer muita coisa. MAS (pela terceira vez), quando a fase é ruim, não há Cristo que dê jeito, em um dos poucos ataques do clube cruzmaltino, o ótimo Diego Souza acertou um chute de raríssima felicidade, fazendo o 2 a 1 pros cariocas.
Reparem que, dentre os melhores momentos da segunda etapa, a única chance vascaína foi o gol do Diego Souza, enquanto o rubro-negro criou ao menos 6 boas chances, aproveitando duas, sendo que em uma das desperdiçadas o equatoriano Guerrón saiu cara a cara com o goleiro adversário.
Ou seja, fizemos um bom segundo tempo, e mais uma vez ficou provado que Branquinho tem de ser titular para ajudar Baier no meio, e que não podemos jogar, EM CASA, com 3 volantes.
Ficou evidente também a necessidade de o argentino Nieto se recupere logo, pois precisamos de um homem de área, que aumente nossa força no jogo aéreo, e coloque esta bola para dentro, pois tanto Madson, quanto Guerrón e Adailton são jogadores de movimentação, de grande qualidade na preparação de jogadas, mas que não são exímios finalizadores, não tem aquele faro de gol que o argentino já provou ter.
O pênalti no final do jogo foi apenas uma consequência do bom segundo tempo feito pela equipe atleticana, valendo lembrar que nos 45 minutos finais o resultado do jogo foi 2 a 1 para o furacão, que tem plenas condições de vencer o vasquinho em São Januário. Trágico seria o jogo ter terminado com a vitória deles.
Portanto, deste jogo de ontem devemos tirar as seguintes lições:
Nosso time e elenco não são ruins, temos bons valores como Paulo Baier, Guerrón, Branquinho, Adailton, Madson, Manoel, este lateral direito Rômulo, Deivid, entre outros.
Nosso treinador é bom, mas não pode começar com esta de retrancar o furacão jogando na arena, este esquema com 3 volantes é excelente para jogar fora de casa, mas é péssimo quando atuamos em nossos domínios, pois temos por tradição o hábito de nos jogarmos pra cima do adversário quando estamos na arena, e daí precisamos de qualidade técnica para transformar a empolgação em gols.
Outro aspecto destacável é o péssimo desempenho nos fundamentos, nossos jogadores finalizam muito mau, e isto ficou evidente ontem, quando Guerrón a cada chute tentava furar a rede, ainda que de dentro da área, sendo necessário apenas que este colocasse a gorduchinha, sem tanta força mas com muito mais direção e eficiência, tal qual fez Branquinho nas poucas vezes que arrematou. Olho nisso Adilson, é sua a incumbência de dar uns toques no gringo, pois se ele calibrar o pé vai desandar a fazer gols, pode ter certeza.
Por outro lado, além do maravilhoso chute acertado por Diego Souza no segundo gol do Vasco, tivemos ainda outras finalizações exemplares de Alecsandro, que exigiu grande defesa do Renan no primeiro tempo, e de um meia da equipe carioca que no segundo tempo arriscou de muito longe, e ainda assim levou certo perigo dada a qualidade da finalização.
Precisamos treinar mais este fundamento, temos de passar confiança aos jogadores para que finalizem mais, ao invés de fazerem como ontem, em que rodeavam a área e sequer cogitavam a hipótese de um arremate de longa distância.
Assistam aos gols levados pelo Fluminense, ao segundo gol levado pelo Cruzeiro, e vejam como a finalização é importante no futebol atual. Todos os jogadores do elenco tem que saber finalizar, procurar acertar sempre o gol, ainda que o chute não tenha tanta força, pois de nada adianta um petardo na bandeirinha de escanteio, entendeu senhor Guerrón.
Por fim, não podemos deixar de observar que nosso time está em franca evolução, mesmo porque nossa temporada começou apenas quando da chegada do Geninho, haja vista que Sérgio Soares só afundou o furacão.
EU ACREDITO em uma vitória sobre o Vasco em São Januário, mesmo porque já passou da hora de destruirmos este tabu ridículo de nunca termos vencido naquele estádio. Pois isso, meu palpite é um 3 a 0 furacão, com dois de Guerrón e um do argentino Nieto, que vai abrir o caminho para o rubro negro na cidade maravilhosa.