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4 jul 2011 - 10h48

Memória

A memória é realmente algo bastante volátil, solto, disperso, bem como é moldável, plástica ela, a memória pode ser adaptada a qualquer situação. Lembramos, então, daquilo que nos convém e da mesma forma nos esquecemos do que nos é conveniente esquecer. No caso do nosso clube, ou melhor, do nosso time de futebol, pois o único produto que o Clube Atlético Paranaense oferece ao seu associado é assistir o futebol, a construção da memória recente é algo fantástico.

Vejamos o primeiro exemplo acompanho o Atlético em estádios desde 1988 – o melhor momento do time foi jogando de calções pretos, final dos anos 1990 e início dos 2000. Logo, ao contrário do que afirma Ibiapina existe vontade de se resgatar uma tradição vencedora o calção preto poderia ficar. O calção branco, pelo que eu pude ler, remonta a uma década, a de 1970 com um único título (estadual), o sobe desce do início dos anos 1990, fases muito ruins do Atlético. Todavia, pessoas de mais idade o que estudaram a história do clube dirão nas décadas de 1940, 1950 o calção era branco e o momento do time em campo era bom, enfim isso tudo é uma grande bobagem (mas, que rendeu grande discussão neste espaço). Mas, demonstra como a memória é plástica, moldável.

Vamos a outros exemplos. A pessoa que liderou o movimento para o retorno do Atlético à primeira divisão do futebol nacional, a construção do atual estádio foi vaiada, ofendida em 2004 quando dobrou o valor dos ingressos. Foi igualmente ofendida em 2007 e em 2008 e era apontada como a principal responsável pelas campanhas ruins de 2006-07 e 08, assim ainda em 2008 essa pessoa chamou o atual presidente para ser o “salvador da pátria”. Deu certo o Atlético não caiu. Este líder da “revolução atleticana” indicou o então “salvador da pátria” como o “seu” candidato a presidência do clube. E eleito ele foi. Hoje o “salvador da pátria” de outrora se tornou o grande culpado de nossas mazelas, e aquele que fora ofendido, execrado nosso novo “salvador”.

A memória realmente é algo prodigioso em suas construções. Vide a forma como nós tratamos Alex Mineiro, Gustavo, Kelly, Alberto, Geninho, Lucas e o próprio Kleberson, nós nos olvidamos de tudo que eles fizeram por nós com uma facilidade incrível. Isso sem contar no tratamento dispensado ao Lima e ao Antônio Lopes – vice-campeões da América em 2005.

Aliás, quais foram as homenagens prestadas ao elenco de 1995? Em 2005 quando se completou dez anos de retorno a primeira divisão do futebol nacional? Quais foram as homenagens a este elenco em 2010 quando tal conquista completou quinze anos? Quais serão prestadas ao elenco campeão brasileiro em 2001 uma vez que este ano nossa maior conquista completa 10 anos? A memória é coisa tão interessante…

O hoje apontado como novo “salvador da pátria” (que se poderia mui bem denominar de velho salvador) é aquele mesmo que um dia denominou a nós, a torcida atleticana, de uma falácia (Significado de Falácia: s.f. Engano, ilusão, sofisma. Filosofia. Argumento capcioso que induz a erro.).

Não é a memória algo fantástico?



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