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O técnico Renato Gaúcho “soltou os cachorros” na entrevista coletiva desta terça-feira. Foram quatro principais alvos: a diretoria do clube, os críticos, o árbitro Heber Roberto Lopes – que o expulsou no clássico Atletiba do último sábado – e gramado da Arena da Baixada. Primeiro, ao ser questionado se poderia repetir no Atlético o ótimo segundo turno que fez no Grêmio em 2010, ele afirmou que “não é fácil” principalmente pela falta de um centroavante. No Tricolor gaúcho, ele tinha Jonas, que foi o artilheiro do Brasileirão, com 23 gols. No Rubro-Negro, ele pede a contratação de um “matador”, o que ainda não ocorreu:

“Não é fácil (repetir a reação de 2010), até porque o Grêmio foi campeão do segundo turno ano passado, mas o Grêmio tinha aquele jogador de área, aquele jogador que todo time tem que ter. Isso é fundamental em qualquer equipe. Ano passado, o Grêmio tinha o Jonas, que foi o goleador do Campeonato Brasileiro. Então, no momento em que você tem um goleador, as coisas começam a ser facilitadas”, afirmou Renato Gaúcho.

Além da demora na contratação de um atacante, outro alvo das críticas de Renato Gaúcho foi o gramado da Arena da Baixada, bastante criticado pelos jogadores. “Eu não entendo por que, desde que eu cheguei aqui, há praticamente dois meses, o gramado continua ruim. Eu nem treino neste gramado para não prejudicar. No último jogo (derrota para o Flamengo por 1 a 0, pela Copa Sul-Americana), a televisão fez o jogo e o Brasil todo ouviu críticas sobre o gramado. É mais um adversário que o Atlético tem enfrentado nesse campeonato.

Renato Gaúcho também criticou Heber Roberto Lopes. No clássico contra o Coritiba, no útlimo sábado, o árbitro advertiu o treinador por reclamação. Na sequência, Heber expulsou Renato Gaúcho. Na súmula, o árbitro escreveu ainda que o técnico retardou o reinício da partida ao atravessar o campo em direção ao vestiário.

“Ele falou isso tudo para dar uma desculpa por ter me expulsado. Eu não fiz nada, eu reclamei normalmente do pênalti que ele não marcou. Abri os braços, não o xinguei, até porque tenho o quarto árbitro de prova. Se todo treinador que abrir os braços na beira do campo, não vai ter treinador para fazer jogo”.

Por fim, Renato Gaúcho desabafou contra os “críticos”. O técnico reclamou de comentários sobre a escalação do volante Fransérgio como centroavante. O jogador atuou improvisado em pelo menos parte dos últimos quatro jogos, contra Cruzeiro, América-MG e Coritiba, pelo Brasileirão, e Flamengo, pela Sul-Americana. “É muito fácil as pessoas criticarem, “por que está colocando fulano que é de uma posição lá na frente?”. O que eu posso falar é o seguinte: já que sabem tanto, podem descer ali na beira do campo, ficar ali no meu lugar e tentar fazer melhor. Muitas vezes, as pessoas falam as coisas e não pensam naquilo que estão falando”.

Renato também criticou quem afirmou que ele teria saído antes de o clássico contra o Coritiba acabar. Após ser expulso, o técnico revelou que foi para o vestiário – de onde passou orientações aos auxiliares Alexandre Mendes, que ficou no banco de reservas, e Victor Hugo – e permaneceu até o final do clássico. Depois, ele foi, escoltado pela polícia, até o Aeroporto de São José dos Pinhais, de onde partiu para o Rio de Janeiro.

“Falo para esses críticos, para eles lerem um pouquinho mais. Eu fiz o jogo todinho do vestiário. Quando terminou o jogo, fui embora. Meu voo era 20h30, mas antes eu tinha meu dever com o clube. Fiz o jogo todinho do vestário através do rádio”, afirmou Renato Gaúcho.

Diretor explica demora na contratação de atacante

O diretor de futebol rubro-negro, Alfredo Ibiapina, explicou a demora na contratação de um atacante. Ele disse que o clube tentou alguns nomes que não deram certo, mas segue em busca de um camisa 9.

“Nós estamos procurando, até porque não tem ninguém disponível no mercado. O Renato falou isso porque as opções que tentamos não deram certo”, comentou, por telefone, à reportagem do GloboEsporte.com.

Alfredo Ibiapina também falou sobre a situação do gramado da Arena da Baixada. “Estamos fazendo o possível para melhorar. Já trouxemos gente de fora, que cuida do gramado do Engenhão e de outros estádios, para tentar resolver o problema”, afirmou o diretor.