Se a torcida do Atlético é culpada pelo fiasco do time, a culpa é apenas de omissão amorosa. Os torcedores do Atlético, durante todos os anos da desastrosa gestão do incompetentíssimo Marcos Maluceli, se recusaram a abrir os olhos para o óbvio. O confirmação da queda para segunda divisão é apenas o desfecho do enredo da crônica de uma morte anunciada. Todos nós sabíamos que a tragédia seria o fim inevitável. Mas a paixão nos torna cegos. Isso torna o trágico mais trágico, pois desperta a raiva e culpabilização. Futebol é paixão e fabulação. Entre os torcedores, por mais escondida que fosse, sempre havia a esperança de que tudo podia se acertar, de que uma luz de humildade poderia brilhar na cabeça de Maluceli, de que poderiamos acertar a contratação de um técnico comprometido, de que a turma da noite deixasse de beber, de que o Paulinho aprendesse a marcar e a cruzar, de que o Paulo Baier bebesse da fonte da juventude… Tudo em vão. Enredado em uma projeção de possibilidades futuras, o torcedor não percebia o feitiço que se tramava. A sordidez da arrogância prevaleceu. É necessário queimar os bruxos disfarçados de atleticanos e iniciar a narrativa de uma nova história. A mesma paixão que nos fez nos iludir com promessas de picaretas irá ser a alavanca para um novo tempo. Vamos preparar a fogueira. Vamos nos armar e vislumbrar com olhos cumpridos um novo horizonte. Fora, Malucelli.