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7 dez 2011 - 17h19

Para que serve o CT? E o patrimônio?

Sempre ouvi a conversa (que acabou se transformando em mentira, pela irresponsabilidade dos dirigentes) de que a construção do CT do Caju visava a projeção e o futuro do Atlético como ‘time de ponta’.

Escutei que lá, no CT, seriam formados jogadores identificados com o Clube, que tivessem orgulho de vestir a camisa rubro-negra.

Li que esses jogadores seriam forjados com a insígnia rubro-negra, com sangue de guerreiros para que, vestindo o manto sagrado, pudessem jogar em todas as categorias de base e também (e especialmente) no time profissional.

Logo, não adianta nada uma super-estrutura sem material humano, sem investimento na efetiva formação de atletas, no planejamento do futuro.

Pergunto (e desculpem a ignorância): nos últimos três, quatro anos, quais os jogadores que efetivamente se tornaram promessas reais de craques? Que foram corretamente introduzidos no time principal (não em jogos-fogueira, em situações desesperadoras como as constantes ameaças de rebaixamento)?

Me parece que o CT é um navio fantasma. Nada se cria. Tudo se perde.
O que acontece com os garotos rubro-negros? Não existem? Se existem, porque não chegam ao time principal? São muito ruins? São mal preparados? São mal treinados? Não recebem apoio? Se são ruins de bola, porque passam nas ‘peneiras’? Qual a qualidade dos ‘olheiros do Atlético’? O clube ainda tem observadores aque entendem de futebol? Ou somente se contratam jogadores sem identificação com o clube, apenas por DVDs e filmes editados?

É um dado a se pensar. O que se está fazendo no CT do Cajú?

Parece ser o CT uma ‘caixa-forte’ que ninguém entra e que ninguém sabe o que acontece lá.

Ou empresários estão agindo, na surdina, para levar nossos futuros craques embora por ‘dinheiro de bala’?

Seria bom uma explicação.

Se eu fosse votar, e não voto (sou tão rubro-negro que não aguento mais ir no estádio passar mal, ver esses times horripilantes dos últimos anos – sou Atleticano, não sou trouxa!), eu votaria naqueles que, além de apresentarem um projeto sério e sustentável para recolar o time ‘nos trilhos’, com planejamento de longo prazo, com campanhas dignas, com equipes competitivas, PROMETESSEM REALMENTE INVESTIR NO CT, em formações de categorias de base vitoriosas.

Investir no CT não é comprar mais grama e tijolo. Não aguento mais isso! Investir no CT é formar equipes de base competitivas. É contratar olheiros nesse Brasil inteiro, profissionais de qualidade que possam trazer jovens talentosos cada vez mais cedo para serem forjados ao ‘estilo rubro-negro’, com raça (no mínimo).

É investir na educação, na família desses jovens atletas. É cobrar estudo e dedicação. Formar homens briosos, jogadores de primeira linha, para que não se desviem da seriedade, da honestidade e da garra ao servirem o Furacão.

Evidente que esse planejamento e projeto devem ser caros e com realização a médio e longo prazo. Mas são necessários.

Me assusto quando não vejo nenhum debate a esse respeito entre as chapas concorrentes.

Se eu fosse eleitor (e como Atleticano que sou) estaria preocupado com esse detalhe.

Pois, mais valem títulos, conquistas, campeonatos disputados com competitividade (o que socorre aos nossos corações e fica na nossa lembrança), do que apenas tijolo, grama e papel (essa Diretoria que, graças a Deus está asaindo, só sabe propagandear a respeito de ‘balanços positivos’).

Tudo bem: R$ 100.000,00 em caixa (não importa o valor), saldo positivo em conta, mas com as custas do rebaixamento, da perda de receita, da fuga de patrocínios, da vergonha passada pelos torcedores, do aniquilamento do respeito pela instituição.

Pergunto: valeu a pena vangloriar-se pelo tal ‘balanço positivo’?

E esse ‘balanço positivo’, como propagandeam Marcos Malucelli e seus asseclas, serviu para alguma coisa? E foi obtido como: com a venda, a ‘preço de banana’, de jogadores? Foi conseguido com venda de jogadores das categorias de base?

Enfim, está tudo errado. O que foi (não) feito, bem como as discussões para o futuro.

O futuro sustentável passa, na minha opinião, pelo correto uso do CT, por seu uso racional, investimento em categorias de base fortes. Também que os jogadores permaneçam no clube até servirem o time profissional, não sendo negociados, em nenhuma hipótese, até pagarem e retribuírem o investimento feito.

Não é fácil e parece ser muito teórico.

Mas, o mínimo que se espera daqueles que se candidatam a cargos de tamanha relevancia, responsabilidade e que exigem dedicação e abnegação, é que entendam e tratem desse assunto! Com profundidade e seriedade. Inclusive os tais candidatos ao conselho.

Afinal, os conselheiros tem que conhecer todos os meandros do clube, devem entender de administração do futebol, devem entender a estrutura do futebol brasileiro, devem estar preparados para ser sabatinados e cobrados. Se não for assim, para que ser conselheiro?

Sugiro aos meios de comunicação que façam entrevistas com os candidatos a conselho para saber o que os mesmos entendem por essa função e o que entendem da administração de um clube de futebol. Devem verificar se os candidatos a conselho entendem de contabilidade (pois devem analisar as contas, acho), entre outros.

Também sugiro à imprensa, aos torcedores, que sabatinem de forma precisa os candidatos a cargos de direção para saber dos mesmos a sua postura em relaçao ao CT. Não se deve aceitar respostas genéricas, do tipo: ‘o CT é importante, é prioritário, blá, blá, blá, blá ….’. Não me diga!

Quero saber sobre política efetiva de investimentos. Valores, perspectivas de patrocínios, etc.

Afinal, quem é candidato a Presidencia ou a cargos de direção, deve conhecer o clube e ter algumas alternativas já aventadas.

Só isso.

Futebol é para profissionais, não para aventureiros.

Futebol é para pessoas interessadas e que tem tempo, não para ‘batedores-de-bumbo’.

Futebol exige dedicação.

Futebol é para pessoas que abdicam até mesmo de parte de sua vida pessoal e profissional por amor ao clube.

Futebol é pensar no clube e não em projetos pessoais.

Futebol é trabalho em equipe.

Futebol é humildade.

Futebol é planejar e projetar, é construir (não apenas tijolos, mas equipes).

Futebol é não menosprezar campeonatos e adversários.

Futebol é ser transparente, é divulgar todo e qualquer dado, ato ou gasto feito.

Futebol é lançar resultados na internet (veja o site do Arsenal, por exemplo, da Inglaterra).

Futebol é prestar contas à torcida.

Futebol é pedir desculpas quando estiver errado.

Futebol é uma sacerdócio, é tarefa para poucos.

Futebol é não se aproveitar do clube para objetivos pessoais. É renunciar aos fins de semana.

Futebol é saber cobrar atitudes.

Futebol é não se achar Deus!

Futebol é chorar pela equipe, é passar mal por ele.

Futebol é sentir vergonha quando o time perde em casa e tomar providencias imediatas para que isso não se repita.

Futebol é saber escolher, com base na técnica e competência, os seus auxiliares, não apenas na base da ‘amizade’.

Futebol é seriedade!

Futebol é estar atento a tudo o que acontece.

Futebol é lidar com o patrimônio de terceiros, o maior deles, a paixão!

Quem não estiver preparado para isso: para renúncias, para dedicação, para dar satisfação, para ser solícito, para ser honesto, para ser humilde, para ser gentil, para ser razoável, para trabalhar em equipe, para dar entrevistas claras, para dar satisfação …

Fora, não participe!

Que o Atlético possa ser abençoado. Que pessoas decentes possam ser eleitas. E que essas pessoas saibam que vão ser cobradas, ao extremo!

Sonho com conselheiros atuantes, inclusive para, se necessário, cobrar na Justiça, prestação de contas e explicações. Afinal, Conselho é para isso.

É bom estarem preparados!



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