16 dez 2011 - 22h16

Petraglia concede a primeira coletiva como presidente

Logo após tomar posse como presidente do Conselho Administrativo para o triênio 2012-2014, Mario Celso Petraglia concedeu uma entrevista coletiva aos jornalistas no CT do Caju. Inicialmente, o presidente fez um pronunciamento, destacando alguns pontos da campanha eleitoral e dos projetos de sua gestão. Depois, respondeu a perguntas formuladas pelos jornalistas presentes.

Confira abaixo a transcrição das principais passagens da coletiva:

COMPROMISSOS
“Tenho um propósito a curto prazo e objetivos pessoais, meus e da minha família: não descansarei enquanto não lavar a honra minha e da minha família, nem que necessite usar o sangue dos pulhas que me ofenderam. Tenho um compromisso pessoal com a minha torcida de voltarmos à primeira divisão. Tenho um compromisso pessoal com a nação atleticano de concluirmos a nossa Arena Copa. Um compromisso de voltarmos a ser respeitados, temos um compromisso que faremos desse clube um CAP Gigante”.

CAMPEONATO PARANAENSE
“Nós queremos ganhar. Há muito tempo não vencemos e não queremos que nosso adversário seja tricampeão. Então, antes do Brasileiro, temos o Paranaense”.

DESENTENDIMENTOS COM EX-DIRIGENTES
“Em 2002, quando eu não quis mais continuar, que renunciei, ali já se iniciou os desencontros, as desavenças. Quando houve o movimento Fica, Petraglia, eu acabei ficando e não quis mais continuar com aquele pessoal que encontrei quando cheguei em 1995. Quando lá cheguei, a única novidade que existiu naquele clube foi o Mario Celso Petraglia. Todos esses que voltaram nessa gestão e se amontoaram agora para tentar continuar no poder, e ali começaram ataques sistemáticos e conspirarem contra a minha honra, usando jornalistas difamando minha honra, e a todos processei e a todos eu venci. Mas lamentavelmente, para os tolos uma mentira dita mil vezes acaba sendo verdade. E não foi de outra forma que agiram agora, na calada da noite, levantando suspeitas, criando mentiras sobre operações que todos sabem que foram abertas, honestas, transparentes. Quem vendeu o Lucas não foi o Rentistas, foi o Atlético Paranaense. Mas não é a hora de conversarmos sobre isso. Terá a hora certa. Faremos e tomaremos todas as providências para buscar a verdade”.

RELACIONAMENTO COM OS INTEGRANTES DA OUTRA CHAPA
“Relacionamento: nenhum. Não trato com traidores. Não aceito participação de gente desonesta, que cria factoides para conduzir ao erro o torcedor. Teremos o tempo suficiente, três anos, estaremos no poder do Atlético de forma transparente. Criaremos o Portal da Transparência, com dois sentidos. Primeiro, para demonstrar a construção do nosso estádio, como sempre fizemos. Segundo, porque tem a participação do Estado e da Prefeitura. Além disso, teremos oito órgãos que irão fiscalizar. Nesse Portal da Transparência vamos mostrar todas as operações que fizemos quando lá estávamos e todas as operações que eles fizeram, principalmente do El Morro, que foi por essa razão que eles criaram esse factoide, que foi para encobrir o absurdo que foi a compra desse jogador, o medo de perder de lavada nas urnas, como perderam. Essa será nossa conduta. Jamais indicamos pessoas para participarem da nossa gestão. A pessoa responsável pelo caixa em 95 é a mesma que se encontra lá até hoje. Amigos companheiros de luta responsáveis pelo Atlético estão indicando os executivos nas áreas estratégicas e responsáveis do nosso clube, principalmente financeiro. Não serão pessoas da minha confiança, para que amanhã não tenham nenhuma razão para inventarem suspeitas mentirosas sobre a nossa honra”.

RELACIONAMENTO COM A TORCIDA
“Os três anos que eu passei fora me mostraram muita coisa. Aprendi muito. Principalmente essa aproximação com nosso público, nosso povo, nosso torcedor. E isso me traz uma visão muito clara de como devemos nos comportar daqui para frente, dando total satisfação, a transparência necessária”.

RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA
“Vamos profissionalizar o clube em todos os sentidos, desde o presidente ao mais humilde colaborador. E essa diretoria executiva será a responsável pelo tratamento com todo o universo do clube, interno e externo. É deles que vocês cobrarão o relacionamento com a imprensa”.

RELACIONAMENTO COM O PRESIDENTE DO CORITIBA
“Ele me pediu alguns conselhos, pela minha maior vivência no futebol. Sempre tivemos a maior amizade, o maior respeito. Não falei com ele sobre jogar ou não no Couto Pereira, primeiro porque não tinha nem credenciamento. Esperávamos o resultado das urnas. Quem se sentiu ofendido foi a instituição Clube Atlético Paranaense quando ele disse que o Coritiba para crescer não precisou fazer fusões nem ser gigolô do Poder Público. Isso me ofendeu pessoalmente porque ele sabe que quem conduziu a vinda da Copa do Mundo desde o primeiro momento fui eu. Mas se ele está levando em consideração uma brincadeira que fiz num programa de TV que alguns torcedores chamam o Coritiba de golfinho, não posso levar isso muito a sério. Mas vamos procurar um diálogo, uma conversa, porque nosso objetivo é jogar no Couto Pereira, porque é o estádio que pode abrigar nossa torcida e o número de sócios torcedores”.

CONTRATAÇÕES PARA O FUTEBOL
“Sempre trabalhamos 7 dias por semana, 30 dias por mês e 12 meses por ano pelo Atlético. Não me sentia credenciado para fazer qualquer contato antes das eleições. O que diria, se estávamos competindo? A partir desse momento, estamos referendados, empossados com o poder e o cargo para buscarmos as soluções. O que trabalhamos foi de forma pessoal, e de amizade, conversa, para as áreas administrativas, financeiras, marketing, futebol amador, que nossa estrutura está encaminhada. Sobre futebol profissional, que é a alma do nosso clube, iniciaremos nessa noite”.

ATLÉTICO NO CENÁRIO NACIONAL
“Nós já sofremos muito com a nossa marca por não estarmos no eixo Rio-SP. O reflexo atinge de forma direta Minas Gerais, por estar ali no triângulo das bermudas. Depois o Rio Grande, que é um estado à parte no nosso país. Nós, infelizmente, estamos no terceiro nível. Temos hoje esse orgulho de estarmos já em seguida. Porque quando chegamos tinha interior de SP, todo o Nordeste, até o interior do Rio Grande era maior que nós, tanto Juventude quanto Caxias. Hoje nós nos consideramos o décimo terceiro clube do Brasil, sem os quatro de SP, os quatro do Rio, os dois de Minas e os dois do Rio Grande. Poderíamos nos três últimos ter galgado mais, mas infelizmente não saímos do lugar. Em razão da Série B, que jamais me passou pela cabeça que voltaríamos, pelo fator Arena, que tivemos 70% de índice nos jogos em casa. Lamentavelmente, esse ano o respeito acabou, a mística Arena também e empatamos oito jogos do Brasileiro em casa, o que nos jogou à segunda divisão. Se quatro deles tivessem sido vitórias, sobrariam pontos. Mas vamos buscar a compensação desse acidente na nossa história de transformar esse limão numa limonada. Estamos sentindo um clamor da nossa torcida em crescimento do nosso clube em gigante. Vamos recuperar em 13 com sobras, com a volta à nossa casa, com a volta à primeira divisão, faremos um crescimento retomado, recuperando esses três últimos anos perdidos”.

TORCIDA OS FANÁTICOS
“Abrimos cinco vagas para eles dentro do Conselho e eles se comprometeram conosco a vários comportamentos e eles agirão dessa forma. O futuro é um novo modelo, o futebol do Brasil pós-Copa do Mundo tudo será diferente, tudo será novo e uma nova vivência nós teremos com os Fanáticos”.

OBJETIVOS DA GESTÃO
“O que é ser gigante? O próprio título já traduz tudo que a gente busca. A única coisa definitiva e que tem limite é a vida. O CAP Gigante não tem tamanho, é infinito, o crescimento poderá chegar nós não saberemos aonde. Ninguém poderá imaginar daqui a cinco anos que tamanho teremos. Em termos de título, nós queremos ganhar os que forem possíveis. É muito primário, às vezes, muito simples, você fazer uma proposta de ganhar títulos sempre. Não existe isso. Nós temos quarenta anos de Brasileiro, quem perdeu menos perdeu 34. Por aí você entende que a probabilidade de ganhar é muito pequena. O Corinthians, que é considerado um dos maiores clubes do país, perdeu 35. Nós perdemos 39. Isso não é sofisma, é aritmética. O que nós prometemos é ser gigante. O que é ser gigante? É entrar numa competição e todos os adversários saberem que o nosso time entra para ganhar. Pela lei das probabilidades, se você estiver disputando você vai acabar ganhando. Se eu for para a final da Libertadores todos os anos, vou acabar ganhando. E por que campeão do mundo? Por que qual outro objetivo você pode ter? Campeão brasileiro? Já fomos! Se formos campeões da Libertadores, teremos a oportunidade de disputar o Mundial”.

ELENCO PARA 2012
“O perfil de jogador de Segunda não é o mesmo de jogador de Primeira. Nós montaremos o mais próximo possível de um time de Primeira para jogar a Segunda, porque fomos obrigados, não tem outro jeito. A não ser que alguém descubra três pontos que o Cruzeiro perdeu, senão seremos obrigados a disputar a Série B. Por que o mais próximo? Porque como voltaremos em 2013 e estaremos de volta à nossa Arena, ficará muito mais fácil de completarmos o time para disputarmos o título da Série A já em 2013”.

ACUSAÇÕES
“Leio no jornal que acusaram esses meninos [campeões brasileiros em 2001] que ganharam dinheiro para ajudar o clube. Isso é de uma maldade atroz. Jamais eu teria coragem de oferecer um tostão. São nossos heróis. Vieram porque gostam do nosso clubes. Foram bem tratados, foram honrados todos os compromissos com eles. Eles nos respeitam, eles gostam do nosso clube. Não do Petraglia, mas da instituição. Em todos esses anos, eu tive um problema com um jogador, vocês sabem quem foi, porque quis prejudicar o clube. Não pedi para fazerem campanha, não pediram voto para ninguém. Simplesmente aceitaram a nossa festa de domingo, que faremos um jogo comemorativo entre os campeões de 2001 contra os campeões de 1995, e aí alguns falaram já que vão chegr alguns dias antes, eles se propuseram a vestir a nossa camiseta. E aí quiseram me acompanhar para votar e não deixaram entrar na sala de votação. O Alex Mineiro fez oito gols no playoff, não deixaram ele passar na porta. Essa é a gente que lá estava. Isso ninguém fala. Mas inventaram, não sei onde saiu, num jornaleco da cidade, que eu tive um entrevero, que eu chamaria o meu exército. Quem teve a mente maldosa de criar uma notícia vil dessa? Baseada em que? Aí quando a gente reage, o Petraglia é truculento, não gosta da imprensa…Como se sente uma pessoa ao ler uma notícia mentirosa, que não existiu, que de forma leviana o cara põe no jornal e todo mundo que lê entende que foi verdade? Vocês têm a obrigação de dar a notícia, vivemos num país democrático. O que me revolta é a notícia mentirosa, tendenciosa, transformada. Que nem agora tivemos na Gazeta do Povo que a minha filha explorava a Academia. Quem explorava a Academia anos e anos era o filho do Ademir Adur, a filha do Enio Fornea e a filha do Ricardo Khury, que Deus o tenha. E aí o jornalista põe, sem saber se é verdade ou mentira. Como fica a pessoa injustiçada? Como vocês querem que eu me sinta? Ponham-se no meu lugar. Assim nos últimos anos tem sido uma constante, tem sido assim nos jornais, nas rádios, nos comentários, nos colunistas. É triste. Para a pessoa, para a família que é injustiçada. Como se sentiu a minha filha? Imagina! A minha mulher, que atendia os meninos, por valor vil, porque tecnicamente, profissionalmente, o psicólogo, o psicanalista, o terapeuta não pode trabalhar de graça, e ela atendia os meninos, não de forma profissional. Esse menino Jadson que veio, estava em Curitiba, pergunta para ele graças a quem ele chegou onde chegou. Graças a quem ele parou com alguns comportamentos que atrapalhavam a sua carreira profissional. Graças a quem ele cresceu na vida, como cidadão, como inteligência emocional, como preparo para conquistar a carreira profissional, o enriquecimento que ele teve da noite para o dia. E isso eles põem no jornal como se a minha mulher prejudicou o Atlético. O leigo que lê, a maldade humana, que todos temos, porque se vocês botarem no jornal que eu sou o melhor do mundo, a grande maioria vão dizer que eu os comprei. Se vocês botarem algo negativo, todo mundo vai acreditar. E no dia seguinte, se vocês repararem a mentira, vão achar que era verdade e que por alguma razão superior vocês voltaram atrás. E o nosso país chegou a um nível de desrespeito que a honra de uma pessoa chega a 10 mil reais, 20 mil reais, 50 mil reais. A minha honra vale 50 mil reais. Então eu vou comprar a honra de vocês. Eu vou lhes chamar do que eu quiser, vocês vão me processar e eu vou pagar 50 mil reais. Se tiver prova, se a pessoa praticou ato ilícito, tem que ir pra manchete, pra primeira página, tem de publicar a prova. Agora, quando é mentira, quando não tem fundamento, quando não tem nenhuma informação, simplesmente por ouvir falar ou por dizer, invertendo o raciocínio. O Lucas quando compramos já era 50% do Rentistas. Eles pagaram e depois nós vendemos, disseram que poderia vender pelo dobro, mas se só era metade nossa como é que iria vender pelo dobro? E ai põe no jornal. Eu não tive direito de saber quais eram as acusações. Chegou para a Tatiana [Ribeiro, assessora de imprensa] um e-mail as 7h30 da noite com algumas informações, sendo que a matéria já estava pronta há três dias. Como vocês querem que eu reaja? Vou processar o jornal, vou processar o jornalista e quem passou as informações. Já avisei à direção do jornal, sentei com o dono. No momento que eu ganhar a ação, e vou ganhar, vai sair três linhas. E ninguém vai saber que era mentira. Um homem público fica exposto a esse tipo de comportamento. Mas gente, tem passado da conta. Acreditem. Não é choro. Eu enfrentei batalhas nessa vida. Todos sabem da minha batalha contra a Rede Globo. E nem eles conseguiram absolutamente nada, porque eu os processei todos. Quem acredita nesse pais afora que eu jamais falei com árbitro nessa vida? E fui editoral do Fantástico. Como eu vou desmentir isso? Quem vai acreditar que é mentira? Não morri daquilo, mas vou morrer com aquilo. Está hoje no jornal ainda. Homem público está sujeito a isso, eu tenho consciência. O que vale pra mim é minha consciência, mas também vale a posição do conselho de Cesar. Tem de parecer honesto. E honestidade não é virtude, é obrigação”.



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