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21 dez 2011 - 18h07

[Promoção Brasileiro 2001 – 10 anos] Parabéns, nação rubro-negra

Falar do título do Furacão de 2001 é muito fácil e complicado ao mesmo tempo. Em 2001 eu tinha 23 anos, e como todo adolescente atleticano, sofria muito com a síndrome do famigerado título de 1985 dos rivais, e com o agravante fato de ter nascido numa família metade verde e metade tricolor. Desde 1999, quando a Arena foi inaugurada, sabíamos que o título era algo iminente, e o time de 2001 encheu os olhos não só da torcida atleticana, mas de todos aqueles que gostam de um bom futebol. A mística da Arena nunca foi tão eficiente, e em dezembro daquele ano, o que era ao mesmo tempo inacreditável e esperado aconteceu. Furacão campeão!!

Eu lembro de ter ouvido gozações do tipo: “O CAP é cavalo paraguaio”. Coitados, eles não sabiam o que estavam dizendo. Nós sabíamos que não éramos, de alguma forma a fanática torcida rubro-negra sabia desde o começo do campeonato que seríamos campeões, e quando chegamos na fase dos playoffs, me lembro da contagem regressiva na frente do Estádio, era a certeza do título. Logo nas quartas de final, enfrentaríamos o então time da moda, São Paulo Futebol Clube, que tinha nada menos do que Kaká em plena forma e surgindo para o futebol, o queridinho da mídia. Isso porque ainda não tinha tido um marcador como Cocito, o gigante, dono do meio campo. Cocito o anulou, e o Furacão despachou o time da moda. Viria o Flu nas semi-finais, jogo teoricamente mais fácil do que os bambis, mas futebol é futebol, “teoricamente” não joga e na minha opinião, foi o jogo mais difícil de todo o playoff. O Flu saiu na frente no final do primeiro tempo e o jogo virou com o furacão perdendo, mas logo no início do segundo tempo, surgia um mito: ALEX MINEIRO, que já havia feito o segundo gol contra os bambis, mas contra o Flu ele foi mágico, sensacional, e fechou o placar com seu terceiro gol aos 44 do segundo tempo, a Arena explodia, era a primeira final da história do Furacão, era a nossa chance.

Agora o time da vez era o rápido e habilidoso São Caetano, mais uma vez jogávamos contra a maioria da torcida, pois o Azulão no ano anterior fora roubado na final contra o Vasco, em São Januário e com isso tinha todo o apoio do Eixo. Mas aqui era o Furacão, que depois de um susto, desandou a fazer gols e só parou para levantar a taça. Carlos Eugênio Símon apitou o final do jogo em São Caetano e começou a explosão, o êxtase, uma mistura de sentimentos que até hoje eu não sei explicar. Me lembro de ter assistido a final em casa, fazendo um churrasco para poucas pessoas, e eis que ainda no começo do jogo, surge Gerson, um primo torcedor dos verdes para assistir o jogo. Eu poderia ter o enxotado dali, mas a certeza do título era tamanha, que fiz questão que ele participasse. Eu tinha que ver a cara dele, que seria a cara de todos os verdes da cidade, e ele tinha que me ver sendo campeão brasileiro, eu sabia que ele me vendo chorando sem parar desde o gol do título, enrolado na bandeira do Furacão e gritando os gritos da torcida, ele estaria vendo toda a torcida do CAP, que abraçou aquele time e teve uma grande participação naquele título. No final do jogo ele veio me abraçar chorando (de desgosto), eu abracei meu primo, e não o torcedor verde, gritei: “É CAMPEÃO” e fui correndo para a Arena levando a bandeira.

Nunca havia visto Curitiba daquele jeito, era grito de tudo quanto é lado, era carro buzinando, ônibus, caminhão… ERA O TÍTULO maior! Eu estava sozinho, mas ao mesmo tempo estava acompanhado de milhões de atleticanos, e o sentimento era tão forte que parecia que eu conhecia cada um daqueles rubro-negros que estavam na Arena comemorando o título com um trio-elétrico e caminhões de cerveja, por onde eu olhava havia gente chorando, meio que não acreditando naquilo que acabara de acontecer, eu mesmo me sentia assim. O que aconteceu dali pra frente foi um turbilhão de emoções. Emoções que só quem é atleticano sabe, só quem vivenciou o título sabe. Sempre agradeço a Deus não por eu ter escolhido o Atlético, mas pelo Atlético me escolher como torcedor. Depois daquele ano de 2001 ainda tivemos emoções fortes, mas nada, nunca vai se comparar ao dia 23 de dezembro daquele ano. Parabéns Clube Atlético Paranaense, parabéns à maior torcida do Estado. São 10 anos do maior título de nossa história, e que os ventos de 2001 soprem daqui pra frente na vida do nosso querido Furacão!



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