Parabéns TJD!
O Atlético, através da sua diretoria e de muitos de seus torcedores, e a FPF têm insistido recentemente na tese de que a saída do CAP da baixada em 2012 é um sacrifício feito pelo clube em benefício de todos os curitibanos, por causa da copa em Curitiba. Portanto, seguindo essa lógica, os rivais curitibanos deveriam sentir-se compelidos a fazer todo o possível para facilitar a vida do CAP, permitindo a locação de seus estádios por módicos preços. Por fim, os defensores dessa tese têm estranhado a reação dos rivais em rejeitar a locação do estádio para o rubro negro e pela cobrança de altíssimos valores para alugar suas praças esportivas. Não raro, é possível ler textos de colunistas atleticanos e de torcedores que se referem a negação do empréstimo ao CAP e aos altos valores de aluguéis como egoísmo despropositado e postulam que tais atitudes são alguns exemplos do porquê o futebol paranaense não se fortalece.
Agora vamos ao contraponto:
A tese de que o Atlético sai do seu estádio para reformá-lo por causa da Copa do Mundo pode até ser considerada como correta, mas isso nada tem a ver com o aluguel da casa onde o clube jogará. A saída do CAP de seu estádio no ano de 2012 é uma consequência do compromisso em ceder seu estádio na copa, um compromisso assumido voluntariamente pelo clube e por seus torcedores. No entanto, essa reforma trará benefício apenas ao rubro negro. Ao Atlético ficará a herança do estádio concluído com os incentivos governamentais oferecidos para as construções da Copa do Mundo.O aluguel de um estádio onde o clube mandará seus jogos não passa de consequência da decisão tomada pelos atleticanos sobre a copa.
Assim, não passa de uma gigante falácia a tentativa de dizer que o CAP deixa seu estádio em benefício de todos os curitibanos e de que os rivais devam emprestar seu estádio para o Atlético porque estamos fazendo um sacrifício em nome de todos. E nada mais natural do que a inflamação dos rivais ao serem intimados a ceder a sua casa ao CAP com base nessa argumentação falaciosa. Nada mais natural, portanto, que eles sintam-se ofendidos! Principalmente porque concordar com essa argumentação implicaria na subtração de seus direitos em proveito do CAP.
Nesse contexto, a decisão do TJD-PR, confirmada na data de hoje, nada mais do que corrobora toda essa interpretação que acabei de fazer.
Eu não vejo nenhum mérito em vencer um adversário com uma estratégia de subtrair os seus direitos. Essa argumentação falaciosa que levou à ridícula ação impetrada pela FPF para a obtenção do suposto direito do CAP jogar no Couto nada mais foi do que uma desastrada ação de tentar fazer valer o interesse do Cap sobre o devido direito dos nossos rivais.
Eu adoro vencer os coxas, mas me orgulho apenas se essa vitória é conquistada com base na nossa capacidade em superá-los por causa das virtudes rubro-negras.
Isto posto, basta-me apenas dizer que eu me sinto envergonhado de ser atleticano quanto a essa tentativa torta de manipulação realizada pela FPF e pelo Cap. Insistir nessa argumentação falaciosa transmite arrogância e empáfia, características com as quais não me identifico, e que mancham a imagem do clube.
Enquanto o CAP e os atleticanos não pararem de insistir nessa falácia será difícil acertar uma casa para 2012. E não adianta culpar os rivais, acusá-los de diminuir o futebol paranaense ou de egoísmo.
O Atlético nessa ação atrapalhada desrespeitou os rivais, em especial o time verde. É importante assumirmos esse erro para seguirmos em frente com mais sucesso de agora em diante e, finalmente, conseguirmos definir nosso local de mando de jogo neste ano.
Quanto aos valores altos, o CAP só terá melhores ofertas quando parar de fazer ofertas aos rivais por suas praças esportivas como se o aluguel fosse compulsório. A atitude arrogante do CAP até então nesta negociação, fez o clube ficar em pior condição para negociar com o time da vila. Contudo, essa negociação ainda tem remédio a curto prazo. Já a realização de acordo vantajoso para ambos os lados com os coxas não é impossível, mas vai dar muito mais trabalho do que deveria.