Escrevi este texto inspirado pelo ótimo texto “Até Quando” da Ana Flávia Weidman, colunista do furacao.com (https://furacao.com/opiniao/coluna.php?cod=3015)

Atualmente o clube está lidando com um problema que é a potencial perda de sócios devido à situação de estar mandando seus jogos do estadual em um estádio que não comporta o número de sócios do clube e pela indefinição de como serão os mandos para a série B este ano.

Diante de tal situação o clube pediu aos sócios que não se desassociem, e que façam um sacrifício, que seria necessário para um ano tão complexo como este que estamos vivendo.
Não pretendo discutir aqui nem as atitudes da diretoria, se foram acertadas ou não na escolha do estádio e na comunicação com a torcida, nem os argumentos contra ou a favor daqueles que pensam em se desassociar. Não acredito que eu tenha todas as informações para fazer um julgamento necessário das atitudes da diretoria, nem sou arrogante a ponto de fazer qualquer julgamento sobre aqueles que pensam em se desassociar. Acho que uma boa reflexão sobre isso já pode ser obtida através da leitura do ótimo texto da Ana, que citei acima.

Contudo, é impossível deixar de constatar que o clube tem atualmente um problema: tem um número de sócios bem acima do que o estádio em que está mandando os jogos no estadual comporta. E isso é um problema porque a principal motivação para a associação no modelo atual era, até então, a garantia da entrada para os jogos do clube.

Esse problema cria uma situação de insegurança sobre onde serão os jogos do brasileiro tanto para o sócio quanto para a diretoria. O sócio vive com o fantasma de não ter condições de acompanhar os jogos, seja porque os jogos serão mandados em um estádio de capacidade pequena, ou seja porque os jogos serão realizados em um horário ruim (dia de semana às 17h é horário de trabalho!), ou ainda porque corre o risco de os jogos serem mandados em outra cidade. Enquanto isso, a diretoria vive pressionada com a possibilidade de perder sócios em qualquer tomada de decisão de onde mandará seus jogos.

Acredito sinceramente que existe uma solução para melhorar essa situação em muito. Enviei estas sugestões pelo site do CAP, com solicitação de que fossem encaminhadas ao Dpto. de Marketing do clube, mas gostaria de colocá-las também aqui, para escrutínio dos demais atleticanos.

Acho que é importante dizer que é bastante pertinente a ação da diretoria apelar para o sentimento do torcedor e pedir um sacrifício de seus sócios manterem a associação apesar de não poderem gozar de todos os benefícios esperados. Contudo, é necessário admitir que essa medida não será suficiente para resolver o problema. O CAP, além de não perder receita, precisa crescer para que não apenas conquistemos o acesso no fim deste ano, mas também cheguemos à série A no ano que vem com condições de brigar por algo de bom.

Na minha opinião, a atual situação deixa clara a necessidade do clube lançar uma categoria nova de sócio, com valor de associação reduzida, que não confira direito à uma cadeira todo o jogo, assim como a única categoria de associação atualmente oferecida.

Essa categoria poderia se estabelecer caso fossem conferidas a ela os seguintes direitos:

1) dar direito a voto depois de 3 anos de associação;

2) garantir todas as vantagens que os sócios integrais possuem com exceção da garantia de uma cadeira por jogo, (por ex.: participar de sorteios, descontos nas lojas do CAP);

3) Ter preferência para compra de ingressos sobre os não sócios, tal como foi feito na época das finais do campeonato brasileiro de 2001; aqueles que tinham comprado o pacote do campeonato tinham privilégio de comprar os ingressos um dia antes da abertura de vendas para o público geral;

4) O preço dos ingressos para estes sócios não seria tão baixo como para os sócios plenos ou integrais, mas seriam um pouco menor do que o valor oferecido ao público geral;

5) Esses sócios teriam preferência para fazer um ‘upgrade’ para sócio pleno e escolher cadeiras quando a arena ficar completa.

Essas são apenas alguma sugestões. Acredito que possam ser melhoradas e aumentadas. Também acho que existem modelos que podem ser seguidos, tal como o Inter de Porto Alegre, que tem mais sócios do que cadeiras no seu estádio. Contudo, acredito que essa modalidade de sócios é fundamental no atual momento, pois permitiria não apenas a fidelização daqueles que estiverem pensando em cancelar a associação, como evitaria uma maior perda financeira para o clube.

É importante pensar que criar uma nova modalidade de sócio deve sim ser acompanhada de uma propaganda para que os sócios que puderem façam o sacrifício e se mantenham pagando a associação. Contudo, seria bastante legal, por exemplo, dar alguma contrapartida àqueles que se mantiverem como sócios nesse período. Muitas idéias podem ser pensadas sobre isso. Um menor reajuste na mensalidade quando ocorrer por tempo de associação, ou outros benefícios poderiam ser pensados.

Apesar de tudo, sinceramente acredito que além de permitir a retenção de sócios que porventura pensam em cancelar a associação, essa modalidade de associação motivaria muitos a se associarem. Sob a idéia de ajudar o CAP num ano de grande dificuldade, aumentaria muito a chance de conseguir que pessoas que não tem como usufruir da vantagem de estar presente em todos os jogos possam colaborar financeiramente com o clube de forma direta.

Afinal, é o lema da torcida, e também faz parte da cultura do atleticano: ‘O Atlético nos une, e a união nos fortalece!’ Vamos botar isso em prática!