A vergonha é verde!
Há pouco acabou o jogo do Londrina contra o time da crônica oficial e o placar de 1×1 não espelha o que foi a partida, dominada amplamente pelo Tubarão da Terra do Café.
O Londrina, aplicado em campo, botou as paquitas na roda e o ‘mais vencedor do Mundo’ só não virou ração na goela do peixe feroz porque o homem do apito impediu a vitória londrinense.
Explico – como se precisasse explicar, como se o povão não soubesse que o time da crônica é também, e sempre foi, o time do apito aqui no Estado do Paraná.
Mas explico, já que prometi.
A coisa até que ia bem. O Tubarão faturava os ervilhas por 1 a 0. Digo que ‘a coisa até que ia bem’, pois é de se frisar, como fato negativo, que o time verde baixava o sarrafo no adversário – sob as barbas do apitador que, conivente, não censurava os azeitonas assassinas – que, como disse, baixavam a bota nos azuis, porque os coxinhas, quando contrariados, dão coice até na sombra, até no próprio patrimônio, como registra a História.
Adiante. O jogo estava 1×0 e já se encaminhava para o fim quando Marcelo Oliveira, diretor artístico do balé do Alto da Glória, começou a dar piti na beira do gramado, pedindo (exigindo!) que o acréscimo fosse de, no mínimo, 5 minutos.
Na hora pensei: ‘vão acrescentar exatamente o que o cidadão pediu’ (ou ordenou, não sei!)- e não deu outra: subiu a placa com os tais 5 minutos de acréscimos.
Pouco depois o time verde empatou a partida num vacilo do bom time do Londrina: 1×1.
O Tubarão, irresignado com o empate, foi para cima do quadro dono do estádio chamado Tenente Couto Pereira (era Major, mas depois de dois rebaixamentos virou Tenente).
Foi pra cima só, não: foi pra cima do time verde e, aos 44 minutos do segundo tempo, foi operado pela arbitragem, posto que não deram a favor do Londrina um pênalti clamoroso, um pênalti que poderia ter decretado a vitória azul em cima dos verdes no Estádio do Café!
O Londrina foi roubado pelo árbitro aos 44 minutos do segundo tempo e só não viu quem não quis!
A roubalheira ocorrida há pouco em Londrina me fez recordar dos anos 70 do século passado, tempos em que a coxarada tinha de vencer por bem ou por mal. Tempos em que o apito só trilava a favor dos azeitonas assassinas, tempos em que a imprensa fechava os olhos para a bandalheira coxa e não me perguntem o porquê (muitos devem ter enchido os bolsos e a barriga às custas do dinheiro coxa, muitos ainda devem encher bolsos e buchos às custas do mesmo cofre).
Não é de hoje que a safadeza coxa salta aos olhos.
Para os que duvidam de mim, peço que abram o excelente livro ‘CAP – Uma Paixão Eterna’, na página 150, e confiram a confissão do coxa Munir Calluf que – em entrevista ao Diário da Tarde, do dia 12 de junho de 1972 – afirma ter SUBORNADO, COMPRADO E FEITO HORRORES PARA QUE O COXA FOSSE CAMPEÃO DO ESTADO DO PARANÁ!
Quase 40 anos se passaram desde aquela entrevista do Munir Calluf, mas a julgar pela sujeira que a gente vê agora, uma vez mais reprisada, só se pode chegar a uma conclusão: A VERGONHA É VERDE!
E perguntar não ofende: a crônica esportiva vai ficar calada?