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14 abr 2012 - 20h43

Perdão para os marionetes

Ler os reiterados queixumes dos colegas atleticanos nesse espaço me lembra da antiga balada (‘Perdão para dois’), bela obra de Alfredo Corleto, interpretada magistralmente por Caubi, Dalva de Oliveira, Francisco Petronio … e não tão magistralmente por vários outros): ‘O mundo é contra nós / A lei de Deus também’.

Contra nós o TJ, o TJD, STJ, o STJD; contra nós a Justiça Federal, o Ministério Público, o Tribunal de Contas; contra nós a imprensa, a FPF, a CBF; contra nós ors ‘coirmãos’ da Capital, o padre da paróquia da Água Verde … – ‘O mundo é contra nós / A lei de Deus também’.

Parem para refletir dois minutos. Mais cômodo, nem parem para pensar apenas raciocinem comigo: ninguém é contra nós, mas todos são contra as marotices do Sr. Petraglia.

Quando elegeram tal indivíduo para a Presidência do Clube, já sabiam de antemão que com ele viria antigas mazelas, velhas rixas, intrigas gratuitas, supérfluas inimizades, amizades pérfidas… que aflorariam já quase esquecidos rancores. E que novas batalhas de alecrim e manjerona seriam protagonizada (como de fato foram e estão sendo).

Sabiam todos pois ignorar não tinha como. O colunista A. Mafuz dezenas e dezenas de vezes assim alertou. Idem o jornalista Carneiro Neto em ocasiões várias. Bem assim o repórter Osmar Antônio.

Também eu, aqui distante de Cascavel vendo as coisas com a amplitude de quem distante está e com a capacidade de discernimento que me é inerente, tomei a liberdade dessa prevenção e, em texto aqui publicado há mais de cinco anos, precisamente em 13/03/2007, sob a rubrica ‘RAZÃO DA DISCÓRDIA’, tão logo após mais uma das estripulias petraglianas, bradei em letras:

”O episódio da última quarta feira nada mais foi do que um ato de rotina deste Atlético dos últimos anos: cizânia, beligerância, rixa, discórdia – auspícios de seu dirigente mór, o nefando MCP que, claro está, não sabe viver e conviver em clima de harmonia.”

Uma briga inútil com setores da imprensa paulista, somada a uma desavença pueril com o técnico Levir Culpi nos custou o segundo título do campeonato brasileiro de 2004. Outra refrega tola com o São Paulo FC quando das finais da Libertadores de 2005 ainda hoje deixa sequelas e represálias por parte da diretoria do tricolor paulista -0 clube com o qual historicamente mantivemos relacionamento fraternal e do qual em muitas ocasiões recebemos favor (a propósito, passa pela cabeça de alguém com um mínimo de sanidade mental que o São Paulo afrouxaria e permitiria fosse vilipendiado o regulamento em prejuízo dele São Paulo?).

Mais um desavença estúpida, agora com a imprensa local e qual a consequência? jogo eliminatório com o ADAP, campeonato passado em plena Arena. EM 30 minutos tivemos três gols anulados por impedimento em circunstâncias que todos lembramos (o terceiro, inclusive, impedimento em gol contra). Tomamos um gol em escandalosa falta cometida sobre nosso goleiro. Isto tudo em pouco mais de meia hora. E a imprensa? MUDA! sepulcralmente muda… como se nada de anormal tivesse ocorrendo. Nesse silêncio a resposta aos desaforos do Sr. MCP.

É desenganosa e ilação de que os maquinadores daquela operação sem anestesia já contavam com o cúmplice silêncio da imprensa. Do contrário não teriam coragem de fazer o que fizeram. Nem nos mais funestos dias da trinca Milani/Evangelino/Maranho o Atlético tinha sido vítima de tamanha afanação.

E tantos outros episódios prejudiciais dessa beligerância doentia poderiam aqui ser relatados… Certo que uma análise sóbria dos fatos conduz para conclusão inexorável: há um câncer a ser extirpado. Enquanto não, proliferarão as desavenças no Clube tal como desordenadamente se multiplicam as células infectas de um tumor maligno. A realidade porém é desalentadora: nenhuma expectativa dessa ablação cirúrgica. ”

Meu desalento, como se vê, justificado. Os marionetes idólatras, na cegueira que toda idolatria encerra, inobstante cegos não se avexaram em fechar os olhos ‘como fez certo Alípio diante do espetáculo das feras’ (extraído do Quincas Borba do velho Machado).

Bradei no vácuo. Preguei na areia. Vai continuar a ladainha da melodiosa balada: ‘O mundo é contra nós / a lei de Deus também’ – pena que os intérpretes estejam mais para Bruno Marron do que para Altemar Dutra.

E para que não me chamem Casmurro (olha o velho Machado de novo) eu, que não creio, de joelhos imploro:

‘PAI! Perdoai os marionetes idólatras. Mesmo que eles soubessem o que estavam fazendo ‘



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