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24 abr 2012 - 15h36

Interpretação e expectativa

No domingo perdemos, e foi pra nós mesmos. Perdemos por conta das circunstâncias que o próprio Atlético criou em campo.

Primeiro ponto negativo foi a escalação. Sabemos dos resultados que o time obteve jogando com a mesma formação que entrou em campo no domingo, mas jogar com três atacantes, dois meias na armação e apenas um volante contra nosso maior rival fora de casa foi suicídio. O que se viu na meia cancha atleticana não foi um buraco, mas sim uma cratera, onde Rafinha e companhia só não fizeram festa porque foram abaixo da média, assim como o restante do seu time. A entrada de Bruno Costa na zaga me surpreendeu de forma positiva, afinal, manteve Heracles na esquerda e deu mais qualidade técnica naquele setor. Não defendo mudança nenhuma na formação tática, apenas a entrada de mais um volante no time. Alan Bahia e Deivid, além de terem qualidade indiscutível na saída de bola, dariam conta do meio campo adversário e conteriam os contra ataques que resultaram em gol do nosso rival na partida em questão. Paulo Baier não é marcador e Marcinho, além de definitivamente também não ter essa função, não rende mais o esperado. Zezinho também é meia ofensivo. Não se enganem, volante é aquele que tem características defensivas, sobretudo, o primeiro volante. Meia atacante atuando na defensiva é o mesmo que quando, por engano, se coloca sal no café, azedando tudo.

Segundo e primordial ponto negativo foi sofrer o gol com dois minutos de bola rolando. Contra qualquer que seja o adversário, independente do campeonato, tomar um gol com menos de cinco minutos é fatal. E foi determinante para o Atlético no domingo. Desestabilizou completamente a equipe dentro de campo, a falta de organização no ataque foi nítida e foi ela que promoveu a grande contradição do clássico: quem jogou no contra ataque foi o rival, quando a nossa escalação é que prioriza o contra golpe. Por consequência, isso ocasionou uma disparidade absurda no meio campo, pois, com apenas Deivid incumbido da marcação, o rival teve espaços absurdos para contra atacar, foi assim que abriu o placar.

Terceiro ponto a expulsão de Guérron. A expulsão é discutível, em clássico sempre haverá provocações, troca de empurrões e o velho repertório de rivalidade. Um cartão amarelo e uma advertência seria o critério de alguns árbitros, porém, não do qual apitou domingo. E depois, a regra é clara, agressão sem bola é vermelho. Foi o que fez Guérron, agrediu o oponente fora do lance e, para o nosso azar, foi flagrado pelo bandeirinha, que não hesitou (assim como o outro assistente não hesitou em não marcar o impedimento claro no segundo tento adversário) e comunicou o arbitro. Sem a principal esperança de triunfo dentro de campo, por meio de gols, assistências, jogadas do equatoriano, o atlético naturalmente sucumbiria. Não foi o que aconteceu. O golaço de falta do maestro deu sobrevida no intervalo. Naquela altura do campeonato, literalmente, um empate seria heroico, devido ás circunstâncias criadas pelo rubro negro.

Se o bandeirinha não tivesse cometido o “erro” no segundo gol adversário quem sabe a história seria outra. Até porque, mesmo com todas as adversidades o furacão arrancou um novo empate, o que nos deu alento, afinal já era reta final de partida. No entanto, o alento foi quebrado quando tivemos que suportar a angústia de sair em desvantagem novamente depois de apenas um minuto. Ai mata, mata o torcedor, o jogo, o segundo turno. Sem forças pra uma nova reação, o que é natural, sofremos mais um gol e, além de derrotados, proporcionamos ao arquirrival uma confiança e euforia enorme para a decisão. E o psicológico conta e muito. O que revoltou foi exatamente isto, ser derrotado pelos próprios erros. O rival não teve mérito, jogou uma partida fraca tecnicamente, venceu é verdade, mas muito por conta da incompetência atleticana dentro das quatro linhas, ao sofrer o gol quando os times ainda se aqueciam e, consequentemente, perder a estabilidade emocional, estampada no já emotivo Guérron, expulso em seguida. Eles aproveitaram a vantagem numérica, o ‘erro’ do bandeirinha e as chances que tiveram, nada mais.

Entretanto, se havia um momento para errar e um Atletiba para perder, o Atletiba foi este. A final já se aproxima, até porque no próximo sábado a última rodada do returno é pelada. É fundamental o Atlético construir um placar favorável na Vila Capanema, diferente disso, o que vimos no último domingo em gramados adversários não nos inspira muita confiança. E confiança é tudo, e é ela que tem de ser resgatada no confronto com o Cruzeiro, pela Copa do Brasil. Uma vitória no primeiro jogo em Curitiba é imprescindível para o segundo jogo em Minas, mais importante do que isso é não sofrer gols como mandante. Um resultado favorável nesse primeiro confronto trás ao time o “gás” necessário para encarar os primeiros 90 minutos da decisão.

Decisões, é o que nosso clube irá viver nas próximas semanas. Título estadual e futuro na Copa do Brasil, nada mais nada menos que o primeiro semestre estará em jogo. Façamos á nossa parte e concentremos nossa torcida, acumulemos nossa energia positiva para que então possamos a transmitir.Tudo isto para que nestas próximas oportunidades as circunstâncias a serem criadas sejam positivas e nos promovam a alegria, a euforia, a excitação do sentimento único de torcer pelo Atlético!



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