Assim como vários outros torcedores rubro-negros, estou afastado dos jogos do Furacão. Motivos não faltam para isso, apesar da boa fase do time, se comparada ao ano passado. Nem a presença assegurada na final do Paranaense e a boa campanha na Copa do Brasil me fizeram ir ao estádio neste ano de 2012. Na verdade, o problema não é o futebol apresentado pelo time em si. Os motivos são outros.

Sou adepto da união entre os torcedores. Acredito que isso seja algo básico. Uma das características da torcida atleticana sempre foi o espírito de garra, paixão e união em prol do Furacão. Infelizmente, porém, isso faz parte do passado. A maior torcida organizada do clube instalou um clima de tensão, preconceito e exclusão, ao exigir da diretoria atleticana a proibição da entrada de outro importante setor da torcida rubro-negra, de camisa vermelha. Um tradicional grupo de torcedores rubro-negros está impedido de frequentar os jogos do Atlético, apenas por pensar diferente da facção oficial do clube. Isso remonta aos tempos do fasci-nazismo, quando os “diferentes” foram perseguidos e massacrados. Uma vergonha às tradições democráticas e populares do Clube Atlético Paranaense. Uma afronta aos princípios de liberdade, do livre direito de ir e vir, da livre expressão do pensamento.

Antes de mais nada, deixo bem claro que não sou associado de nenhuma torcida dita “organizada”. Não podemos nos calar, porém, diante dessa perseguição. Quando um simpático grupo de torcedores quer exercer o seu direito de acompanhar e vibrar com o seu clube de coração, e uma outra facção, em maior número, impede que isso aconteça, é sinal de que algo muito errado está acontecendo.

A obsessão pela centralização do poder, o medo da concorrência, e a extrema dificuldade em conviver em ambiente democrático são características marcantes da diretoria dessa torcida organizada, cujo mandatário é vereador em nossa cidade. Como era bom ver os estádios coloridos de vermelho e preto, com vários tipos de faixas, das mais variadas facções e outras manifestações de apoio ao rubro-negro. O que se vê hoje é o monopólio dessa facção. Apenas suas faixas presentes nos jogos do Atlético. Saudades de outras faixas, tais como “Velha Guarda”, “Rasta Caldeirão”, “La Bombaixada”, “Furacão Chopp”. Onde esse povo foi parar? Não se pode mais levar faixas diferentes ao estádio? Apenas a “Fanáticos” possui esse direito? Por que isso?

Muitas são as perguntas, poucas as respostas. Sinto falta do pessoal de vermelho. A ausência da “Ultras” nos jogos do Furacão, a proibição injustificada de sua presença nas partidas do Atlético, tudo isso só vem a entristecer os verdadeiros torcedores rubro-negros. Que outros interesses movem a diretoria da “Fanáticos”? Aliás, visitando o site dessa torcida, dá a impressão de que eles deixaram de ser rubro-negros, ao darem preferência pela cor preta, fazendo lembrar outros times, como Corínthians ou Botafogo. O Atlético é Rubro-Negro, Meus Caros! Saudades das camisas com igual destaque para o vermelho e o preto, como nos memoráveis tempos de Renato Sozzi e José Carlos Belotto, os melhores presidentes que a torcida “Os Fanáticos” já teve.

Faço parte, portanto, da numerosa turma que deixou de frequentar os jogos do nosso amado Furacão, por simplesmente não concordar e não compactuar com esse tipo de atitude. Emboscadas contra torcedores do mesmo clube, campanha para afastar esses torcedores dos estádios e julgá-los como inimigos a serem combatidos. Não podemos mais engolir esse tipo de situação. Os verdadeiros atleticanos repudiam, de toda maneira, essas atitudes.

Graças ao bom DEUS, regimes ditatoriais como o nazismo e o fascismo foram desmascarados e combatidos. Não podemos admitir que torcedores do nosso clube mantenham resquícios e posições que remetem ao horrível período ditatorial, abolido em nosso país há mais de duas décadas.

Quero, apenas, ir aos jogos do Atlético, ver a torcida unida novamente, rever a linda festa nos estádios, ter a certeza da reconciliação e da paz, quero ver o vermelho, o preto, o rubro-negro. Quero ver faixas diferentes, quero ver todos poderem se manifestar da forma que acharem melhor. Saudações Rubro-Negras, Meu Povo!