11 maio 2012 - 0h14

Relembre conquistas atleticanas no Couto Pereira

Palco da decisão do Campeonato Paranaense no próximo domingo (13), o Couto Pereira já foi lugar de grandes conquistas atleticanas. O recorde de público do local pertence inclusive ao Rubro-Negro. No dia 15 de maio de 1983, 67.391 pessoas compareceram ao estádio para acompanhar a semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano. A vitória do Furacão por 2 a 0 não foi suficiente para levar o Atlético à final da competição, mas nem por isso o jogo deixou de entrar para a história.

Confira as quatro conquistas do Rubro-Negro paranaense na casa do rival:

1945

A equipe de 1945 tinha jogadores importantes, como Caju, Nilo e Cireno e começou a competição de forma arrasadora. O início não poderia ter sido melhor e o Furacão, que ainda não havia ganhado esse apelido, conquistou o primeiro turno com relativa facilidade.

No segundo turno, o Rubro-Negro relaxou e perdeu o Atletiba por 2 a 1, que credenciou o rival a jogar a final contra o Furacão. No primeiro encontro da dupla, vitória da equipe alviverde novamente pelo mesmo placar. No encontro seguinte, jogando na Baixada, em uma partida dramática, o Atlético conseguiu um gol já no final do confronto e venceu por 5 a 4, forçando a realização de uma terceira partida.

O mando de campo ocorreu através de sorteio e ambas as equipes exigiram que fosse contratado um árbitro de fora para apitar o jogo. Na época, a partida recebeu um público de oito mil pessoas e proporcionou a maior renda até então obtida em uma partida de futebol disputada no Estado. Jogando em seu estádio, o Coritiba foi pra cima, mas parou nas mãos do goleiro Caju. Na volta do intervalo, o Atlético abriu o placar aos 25 minutos. Já no final da partida, o Coritiba igualou.

O empate levou a decisão para a prorrogação. Aos oito minutos, Cireno fez bela jogada e tocou para Xavier marcar o gol do título Rubro-Negro.

1982

Doze anos atrás havia sido a última conquista do Furacão. A torcida estava carente de títulos, mas viu naquele ano uma bela equipe ser formada. Jogadores como Roberto Costa, Washington e Assis marcaram seus nomes nessa época.

O título estava engasgado, mas veio após uma campanha irrepreensível do Atlético no torneio. O Furacão venceu os três turnos, evitando qualquer possibilidade de fase final da competição.

O último adversário a ser batido foi o Colorado, equipe que o Rubro-Negro ainda não havia conseguido superar. Na partida que daria o título, o Furacão atropelou o rival por 4 a 1, no Couto Pereira e pode comemorar o fim de jejum de títulos. A equipe faria um belo Campeonato Brasileiro na sequência e terminaria na honrosa terceira colocação.

1983

Após um belo Campeonato Brasileiro, o Atlético não conseguiu segurar sua dupla de atacantes, o famoso Casal 20, que haviam sido negociados com o Fluminense.

O regulamento da competição era bastante confuso, cheio de quadrangulares. Apesar de não ter vencido nenhum turno, o Atlético foi quem mais somou pontos no geral. No quadrangular final, Furacão e Coritiba terminaram empatados, forçando a realização da grande final.

No primeiro encontro, já no Couto Pereira, o Atlético foi pra cima e ganhou do rival, por 1 a 0, gol do atacante Joel. Na partida final, o empate bastaria para o Atlético. Mesmo longe da Baixada, a torcida do Furacão era maioria no estádio, e aos 18 minutos da segunda etapa, Joel novamente inaugurou o placar daquela tarde. O rival ainda conseguiu o empate, mas nada mais era capaz de estragar o bicampeonato atleticano naquele ano.

Confira abaixo um vídeo com lances da conquista de 1983:

1990

O título desse ano iria definitivamente comprovar a superioridade rubro-negra no Estado na década de 90. O início foi avassalador e o Atlético arrasava seus adversários, mas com o início do segundo turno, as coisas mudaram e o desempenho da equipe despencou. A diretoria adotou uma prática comum no futebol brasileiro e demitiu o treinador Borba Filho. Nilson Borges assumiu como interino.

Apesar dos tropeços, a equipe chegou na fase final da competição e a diretoria trouxe o treinador Zé Duarte, além de ter reforçado o elenco. Na semifinal, derrota em Ponta Grossa para o Operário, por 2 a 1. Em Curitiba, na Vila Capanema, vitória do Furacão por 1 a 0.

O regulamento colocou Atlético e Coritba frente a frente na final. O Furacão jogava por dois resultados iguais, devido a ter melhor campanha na segunda fase. No primeiro encontro, o Coritiba vencia por 1 a 0 até os 44 minutos da segunda etapa. Mas como “Rubro-Negro é quem tem raça e não teme a própria morte”, o predestinado Dirceu empatou a partida em um dos últimos lances daquela noite de quarta-feira.

No confronto final, no domingo seguinte, o Atlético logo abriu o placar, com Dirceu, mas sofreu a virada ainda no primeiro tempo. Vale lembrar que boa parte da imprensa dessa época considerava o elenco do Coritiba muito superior ao do Furacão. Mas o Atlético voltou para a segunda etapa disposto a conseguir o título, que veio de forma inusitada. Aos 26 minutos, Odemilson, o Minotauro, cobrou lateral na área, a zaga adversária se atrapalhou e Berg cabeceou contra o próprio gol, para alegria de toda a Nação Atleticana.

Nos minutos restantes, o Coritiba sentiu o golpe e foi o Atlético que controlou a partida, mas sem conseguir passar a frente.

O atleticano Eduardo Arcie comenta a lembrança que tem da partida. “O Atlético se encheu de coragem e foi pra cima no segundo tempo, pressionou bastante, mas a defesa dos caras estava sempre bem postada. Mesmo com a dificuldade momentânea, eu tinha uma certeza muito forte de que empataríamos aquele jogo de algum jeito. E no lance mais inusitado de uma final de campeonato, o mesmo Berg que virou o jogo pros ervilhas guardou contra o próprio patrimônio e empatou a peleja em 2 a 2. A vantagem era novamente nossa”, relembrou.

Já o torcedor Mauricio do Vale veio com seu pai e irmãos direto de Paranaguá para acompanhar a conquista atleticana. “A cena que está gravada em minha retina foi a substituição de Rizza. Ao invés de ir pro vestiário, nosso atabalhoado centroavante ficou atrás do gol, regendo a ensandecia torcida, movimentando seus braços como um maestro. Apito final, volta para Paranaguá na Belina do meu pai, com o rádio AM falhando na serra para, ao final, chegar em casa e abraçar minha mãe e dizer, com uma faixa mequetrefe no peito: ‘Sou campeão paranaense!'”, comenta.

Confira um vídeo com lances da conquista de 1990:

Que as conquistas do Furacão obtidas no passado sirvam de lição para o elenco atual no próximo domingo. Força, Rubro-Negro!



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