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22 maio 2012 - 11h16

Aos verdes, com repúdio

Muito embora não devesse dispensar maiores atenções ao verde neste momento em que as coisas voltam ao normal, devo fazer um último ensaio sobre o tema. Na realidade, é mais um apanhado de constatações sobre o panorama atual vivenciado.

Nós:
1) Perdemos o paranaense: algo esperado, a despeito da nossa invejável confiança, em razão do ‘azar’ que os árbitros desse Estado têm quando apitam Atletiba – e aqui faço justiça e não relaciono o apitador do último confronto (mas só ele, sem incluir os ‘auxiliares’);
2) Chegamos às quartas de final da Copa do Brasil e ensaiamos uma eliminação: algo igualmente corriqueiro, que costumamos fazer nos nossos melhores anos;
3) Estreia com vitória no Brasileiro: bela apresentação, como não se via há muito numa largada de competição nacional – em que pese a fraqueza do simpático e receptivo Joinville.

Quanto a eles, venceram o estadual com o apoio da sempre fiel imprensa, da arbitragem, da federação, … Em âmbito nacional, estão nas quartas da Copa do Brasil e estrearam com derrota no Brasileirão.

A partir de agora, as coisas começaram a se apresentar de modo normal. Eles, fora do Estado, criticando a arbitragem que tanto dizem ‘nada representar’ nos primeiros meses do ano. A televisão local, que normalmente se abstém de lances polêmicos e de críticas a árbitros no estadual, passa a dar uma cobertura estranhamente enfática nesse ponto. Notem o GloboEsporte reproduzindo os lances do jogo deles e fazendo várias pausas para comentar a suposta posição legal do atacante de tranças no gol que eles fizeram e foi anulado. Depois, comentando um outro lance de ataque do Inter que não terminou em gol, mas no qual o atacante pretensamente estava impedido. Enfim…

Além disso, verifico hoje a carta do Petraglia comunicando a tal traição do mandatário verde. Sou partidário de muito do que consta daquele material, especialmente no que tange ao fato de sermos tratados como verdadeiros inimigos do ‘herói’ do Estado. No entanto, a despeito de ter sido divulgada (a meu ver) em momento inoportuno, o documento contém uma série de informações relevantes. Independentemente de corresponderem fielmente ao que aconteceu ou não (e isto é irrelevante), o fato é que reproduz a ‘verdade’ aos olhos do atleticano. Trata-se de uma satisfação à tudo o que vem sendo divulgado pela imprensa em nome do verde, como sempre acontece.

Ninguém aguenta ver o ‘injustiçado’ Vilson ir a público e atribuir à carta lançada no pré-Atletiba as razões para não ceder o estádio ao Atlético; assistir às tendenciosas veiculações tratando o nosso querido clube como sendo uma instituição ingrata e mimada, como se nossas manifestações de desagrado não tivessem razão de existir; vê-los passarem por cima de nós como se fossemos verdadeiros cobaias; palhaços submissos às vontades do ‘anfitrião’. Chega dessa vergonha.

A carta tem o viés de significar que teríamos sido passados para trás e enganados feito babacas. No entanto, em uma negociação envolvendo dois presidentes de clubes rivais, onde um deles possui uma torcida extremamente invejosa e rancorosa, não vejo como haver algo a ser formalizado. Uma exigência nesse sentido, aliás, poderia inclusive representar o fracasso de tratativas já em andamento. Assim, acho que a exposição do material é sim prudente, muito embora não em boa hora. Se fosse pra divulgar antes da confirmação do estádio pela CBF, que noticiassem isto antes. Agora talvez valesse à pena esperar um pouco mais. Seja como for, está feito, e como sou muito mais coração do que razão não tenho como discordar.

Aproveitando a deixa, acho que o momento é bastante propício para abrir o clube à torcida. O amor do atleticano é sabidamente incondicional. Até mesmo o atleticano mais frio se exalta em situações de necessidade e abraça o clube. Independente de onde formos jogar, seria excelente estabelecer uma relação mais próxima com a torcida e efetivamente expor o que se passa nos bastidores. É na dificuldade que crescemos mais. E outra coisa: apesar de ter mencionado que ‘ensaiamos a desclassificação’, espero mesmo que tenha sido só um ensaio (he, he). Acredito piamente nessa classificação contra o Palmeiras.

Feitas essas considerações, e como arremate, retomo o tema principal do texto. A partir de agora, vamos ver um ‘chororô’ do lado de lá. A arbitragem, antes ponto forte e de desequilíbrio em favor do verde, vai começar a conspirar contra. Não haverá mais Roman, Heber e outros árbitros que ‘trazem sorte’ no apito. Também não mais terão Braatz, Boschilia e outros auxiliares que também sempre foram tão determinantes nas conquistas.

E a partir do ano que vem, também não terão a quem recorrer em caso de mais quebra-quebra ou de qualquer fato imprevisível que comprometa o esgotão.

Nada como um dia após o outro. Aqui se faz, aqui se paga.

‘Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria’ (Chico Buarque)



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