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23 maio 2012 - 9h02

Do ‘CEO’ ao inferno

Para bom entendedor, meia palavra basta. O Atlético é o inferno, o demônio que prejudica o BNDES, a imprensa e outros times indefesos. O CEO são os outros. Em tempo, CEO são as iniciais de ‘Chief executive officer’ ou em tradução livre, diretor executivo, presidente, diretor geral.

Pois bem, nos jornais on-line de hoje (22/05/2012), o ex-CEO do HSBC, hoje santo verde disse: ‘ – Ninguém chega a CEO da maior multinacional do mundo se trai as pessoas’ e ‘ – Mas trair o Petraglia melhora o meu currículo. Vou ser levado nos braços pelo povo de Peabiru’.

E por estas terras paranaenses, aparentemente um CEO com poder tudo pode, pois todos que estão aos seus pés só o chamam de doutor, e assim nada o impedirá de perpetrar o plano engendrado há dois, três anos, diz a lenda.

Eis a tradição: o inferno deve ser colocado no seu lugar, mesmo que o CEO e os paladinos da justiça, da moralidade, eles todos envergonharam o Estado com a barbárie da destruição do seu próprio patrimônio, do patrimônio público e de terceiros (particulares) – episódio da decaída do anjo do alto da glória para segunda divisão. Ninguém fala disso. Esqueceram rapidamente por quais motivos a tragédia era anunciada. Mas passado não remove montanhas.

Qual foi a solução, segundo o mito. Solicitar o aporte técnico daquele que se diz hoje traído, para saber qual seriam suas atitudes. Sim, traído e traidor juntos para achar uma solução do vergonhoso episódio de carnificina-derrocada-para-segunda divisão-futebolística-dos anjos decaídos (como dito, isso ocorrido há dois ou três anos no alto da glória do CEO). Para quem não entendeu, o CEO pediu ajuda a um dos integrantes do inferno, em um passado não muito distante, como nos contos de fada.

Aproveitou tanto as informações, que quer fazer dos sonhos do inferno os seus: meu CT é bom… o meu será maior e melhor, lá em Quatro Barras. O meu estádio é bom… o meu será maior e melhor. Eu tenho mais títulos, já o inferno… Eu fui campeão primeiro… Eu sou o mais vitorioso do mundo, segundo o ‘guinness book’ (aliás, são recordes deste livro: o maior número de balões enchidos com o nariz, a maior coleção de patinhos de borracha, maior número de Smurfs reunidos na rua, etc.). O Chelsea deve estar perseguindo como ninguém o recorde de ser o mais vitorioso do mundo e entrar para o guinnes, como o CEO quis.

Por favor, procure já um psiquiatra, pois o complexo de inferioridade é evidente. Tudo deve ser maior e melhor. Não se contenta com ser (em ser alguém), mas simplesmente ter.

Mas como melhor que um anjo decaído, o CEO se mostra diferente. Trair um dos integrantes do inferno é valioso, melhora seu currículo. Será levado nos braços pelo seu povo.

Sim, o fato é: devo trair para mostrar ao meu povo, os do CEO como sou bom. Não sou bom por ser, mas por ter no meu currículo conseguido trair o inferno.

A disputa pelo poder é evidente! Serei o melhor dirigente que este Estado já viu!

A inveja, ah, a inveja – ‘um dos meus melhores pecados’ – dirá o anjo decaído. E nesta terra paranaense de besteirol, na qual são distribuídos pelo CEO colírios alucinógenos para todos, principalmente imprensa, não existem anjos e demônios, ou eles foram deliberadamente trocados.

Para mim basta uma única coisa: GRAÇAS A DEUS SOU ATLETICANO.

Não preciso ter o maior e melhor CT, ou o maior e melhor estádio, ou ter mais títulos na terra futebolística paranaense de ninguém, ou ser campeão primeiro, ou entrar para o ‘guinness book’, ou, por fim, estar com o CEO, chamando-o de doutor, e estando para alguns, por isso, no céu, porque, como diz a música cantada pela torcida do ATLÉTICO – no céu ou no inferno, aonde for, o teu escudo é minha honra, meu amor. Nascer, viver, mais que torcer, ATLETICANO até morrer.

Ao CEO lendário e ao seu povo clone, resta a imitação. És multi-paranaense-nacional bom nisso. Seu currículo está aprovado, disse a cópia reprográfica. Papai banqueiro ficaria orgulhoso, diz a lenda. Para bom entendedor, meia palavra basta ou, no caso, uma abreviatura/trocadilho de CEO chega.



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