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11 jun 2012 - 17h25

Nossa identidade

Precisamos vestir a carapuça que nos serve. E queiram ou não, o traje que vestiremos este ano é de segunda divisão.

Existe uma diferença muito grande entre ser de segunda divisão e estar na segunda divisão.

O Atlético é grande, caiu porque não é invencível. Caiu como outros grandes caíram, como Vasco e Corinthians. Mas não se iludam aqueles que pensam que voltaremos a primeira divisão como estes dois voltaram em seus respectivos calvários.
Esta é a diferença entre ser grande e ser medíocre. Somos grandes,não tenho dúvidas, mas temos insistido em “pequenezes” há muitos anos.

Quando caíram Vasco e Corinthians, vimos seus jogadores em prantos, jurando voltar para primeira no ano seguinte. Houve dispensas óbvias, reforços e planejamento para que o acesso fosse viável e até tranquilo, para que no ano seguinte suas boas equipes servissem de base para contratações pontuais e eficazes que deixaram seus elencos mais fortes, como a primeira exige.

No Atlético pós queda, me parece que nenhuma lágrima foi derramada, pelo contrario, uns devem ter sorrido pois o fracasso foi do grupo gestor que eles não pertenciam e outros sentiram-se aliviados por deixarem o fardo. No meio disso tudo e um bando de jogadores sem identidade, de contratos curtos e sem compromisso algum com a instituição loucos pra trocar de clube. Ficaram pouquíssimos bons valores e um monte de come-dorme.

Como queremos que nossos jogadores tenham identidade? Nós sabemos qual é nossa identidade hoje? Que identidade a diretoria passa? Nosso clube sempre foi raça, e mais recentemente entre 95 e 2004 aliou a velocidade a sua marca. E hoje?
Somos um amontoado de “Guerróns” que querem ir embora desde a queda e só começou a correr um pouquinho porque estava sendo observado.

Não somos raça, não somos velozes, não temos mais uma torcida raçuda, porque os que vão pagam caro e inerentemente a sua vontade tornam-se consumidores, porque o amor pelo Atlético não tem sido tão grande quanto o preço dos ingressos. Daí o direito de reclamar nasce e aparace agradar e ser alimentado pela diretoria. Não querem mais torcedores, querem colaboradores e isso é perigoso.

Resultado:

Um clube sem identidade, sem padrão de jogo, sem comando técnico e diretivo coerente, com uma torcida das mais apaixonadas do país, cujos 1,5 milhão hoje adormecidos tem sido representados por apenas cerca de 2.500 a 12.000 torcedores que se propõe a pagar o plano de sócios ou o ingresso mais absurdo do Brasil.

Precisamos nos achar, recuperar um pouco de Atleticanismo, tentar de fato achar os motivos da queda e do nosso apequenamento dos últimos anos, mais precisamente desde 2004. Precisamos trabalhar para que não ocorram mais tantas falhas, parar de contratar 50 promessas e mais um Morro e sim contratar dois ou três jogadores pontuais.

Precisamos parar de colocar a culpa na arbitragem e conseguir uma forma de finalizar mais contra o gol adversário. Precisamos parar de falar em conquistar o mundo quando não conseguimos sequer administrar rusgas internas. Precisamos de um presidente que goste de ser campeão, e não somente de dinheiro.

Precisamos nos achar, pois estamos perdidos. Todos nós, presidente, conselho, torcida, jogadores, projeto, futuro.

Somos um clube de futebol! Não somos uma construtora ou uma banca de compra e venda de jogadores.

Ou planejamos títulos, vitórias, um time descente, ou não termos futuro.

O Atlético é o time do futuro, mas sem presente.

O Atlético está perdido!



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