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13 jun 2012 - 17h27

Invencionices x Interferências (É muito sério)

Há algumas semanas já havia boatos de que o trabalho do Carrasco estava sofrendo interferência por parte da diretoria, tanto nas escalações quanto no esquema tático, boatos que mais tarde foram destacados pela mídia, e que foram evidenciados com a presença de um diretor orientando o time da beira do gramado.

Ontem a imprensa divulgou uma entrevista com o ex-auxiliar técnico feita no Uruguai, afirmando que as interferências realmente existiam, e hoje (13/06/2012) no site paranaonline, aparece uma matéria com denúncias sérias destacando um suposto boicote e a falta de autonomia do treinador para trabalhar.

Antes que alguém possa pensar que estou “comendo com farinha” as notícias veiculadas por uma imprensa, nem sempre idônea quanto às coisas do Atlético, destaco aqui que basta uma pequena reflexão para podermos confirmar ao menos em parte essas notícias.

Partindo de uma premissa de que todo profissional tem entre seus objetivos ser reconhecidos pelo seu trabalho, e transferindo isso para a situação de Carrasco, pudemos observar que ele trouxe uma metodologia ofensiva, com marcação na saída de bola do adversário, atuando com 3 atacantes, o que lhe rendeu reconhecimento devido aos resultados obtidos em campo, salvo em situações onde resolveu inventar com jogadores inapropriados para as funções (o que antes eram algumas improvizações acabaram virando regra muitas vezes bizarras). Porém grande parte das invenções, aconteceram num momento de reconhecimento do elenco.

Sendo assim, não havia motivos para ele por si só resolver alterar sua metodologia em função da realidade brasileira, pois já havia afirmado que independente do adversário manteria o esquema, que para ele é mais importante do que qualquer jogador, e estava convicto disso. O fato é que de uma hora para outra o discurso mudou, o esquema mudou, as improvisações aumentaram e os resultados não vieram. O que causou estranheza a muitos, e com toda razão, pois ao abandonar suas convicções o time caiu de rendimento.

Quero deixar claro, que não estou defendendo o Carrasco e nem sua permanência no Atlético, pois os resultados não estavam aparecendo (muito em função das suas bizarrices) e não havia mais condições para ele permanecer, em função de toda essa situação gerada de falta de comando, mas estou querendo sim é chamar a atenção para um assunto bastante sério, que diz respeito à interferência no trabalho do treinador (não é o primeiro que sofre com isso), e principalmente pelas intenções dessas interferências.

Tenho lido diversas manifestações neste site favoráveis à saída do Carrasco pela falta de resultados e como eles aconteceram (e acho isso justificável), mas poucas manifestações questionam as razões das suas alterações e o poder de uma influência maléfica no trabalho realizado. E por que entendo como importante essa questão? Porque se as intenções que levam um dirigente a interferir no método de trabalho de um treinador, não forem pura e simplesmente em pró do clube, ou seja, se houverem segundas intenções, não adiantará trocar o treinador, pois seus métodos não terão efeito se não puderem ser aplicados de maneira adequada.

Quanto ao novo treinador, entendo não ser conveniente tecer comentários sobre a sua contratação de forma prematura, pois acredito que todo grande treinador um dia teve seu primeiro grande momento no mundo da bola, e ninguém pode garantir que não será no Atlético o momento de Ricardo Drubscky. Porém, sempre fica a sensação de que poderia ter sido minimizada a margem de erro na escolha do comando técnico.



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