Incoerências
Não é fácil falar de Atlético. Envolve uma série de emoções e sentimentos que nos levam a escrever e falar um monte de coisas. Algumas são pertinentes outras não. Confesso que de vez em quando leio algumas barbaridades que eu mesmo escrevi nesse espaço. Normal, sou torcedor.
Sento em frente ao computador, fecho o Paciência Spider e começo a pensar sobre nosso querido Furacão. Café quente e Engenheiros do Havaí me acompanham. Lembro dos memoráveis jogos da Segundona de 1994 e 1995, do Gílson ‘Diabo Loiro’, Pateta, Gilmar, Petraglia, Oséas, Paulo Rink, João Antônio, Ricardo Pinto, Novo Horizontino, Barra do Garça, Janjão, Conduz Materiais Elétricos, Baixada antiga, dale-dale-ôô, xixi no pinheiro atrás do ‘tobogã’, pão com bife, etc…pô, como era gostoso. Só lembro dos bons momentos.
Daí, vem a era da profissionalização, Petraglia, Ct do Caju, Arena, Umbro, banheiro com mármore, praça de alimentação, Kléber, Alex Mineiro, Cocito, Washington, Jadson, Libertadores, Brasileiro de 2001, 5 a 1 no Olímpico, Hegemonia, ‘El Paranaense’… Pô, como era gostoso. Só lembro do bons momentos.
Depois disso, lembro de luta contra o rebaixamento, Givanildo, 1 títulozinho paranaense em 7 anos, tabu contra os coxas, Corínthians de Alagoas e Volta Redonda na Arena, Marcos Malluceli, Vanegas, Pedro Oldoni, queda para a série B… Pô, como era angustiante. Só lembro dos péssimos momentos.
Agora, um sentimento incoerente toma conta de mim. Eu, um confesso otimista, me vejo com o pé atrás em relação à compreensão da atual diretoria do que é uma segundona. O cara do Arsenal, o Orlandelli, me passa a impressão de que não sabe muito bem que campeonato o time está jogando. Pessoal, na segundona os campos são ruins (salvo 3 ou 4), os vestiários acanhados, a porrada come solta, os juízes são ainda mais caseiros, enfim, nenhuma novidade para nós, mas para a cúpula isso parece não estar muito claro. Parece que vamos voltar para a Série A ao natural. Não é bem assim…
Ao mesmo tempo que critico a maneira como o futebol vem sendo tocado, elogio a questão da Arena. Amigos, companheiros e torcedores atleticanos: há muito tempo deixamos de dar ‘caixinha’ pra jornalistas esportivos e deixamos de comprar espaço em jornal pra calar a boca dos desafetos. Uma campanha desenfreada contra a copa na Arena está em curso. ‘Obras na Arena são as mais atrasadas’; ‘Conheça a misteriosa engenharia financeira para o conceder dinheiro público ao Atlético’; ‘Obras na Arena preocupam’. Manchetes como essas são comuns na Gazeta do Povo, Paraná Online, globo.com, portal2014.org.br, entre outros meios de comunicação que insistem em desinformar.
As adaptações e construções na Arena são, de longe, a obra de estádio mais barata da Copa 2014, e será INTEGRALMENTE paga pelo Atlético em 15 anos. Absurdo é gastar R$ 800 milhões em Manaus, R$ 400 milhões em Cuiabá e R$ 1 bilhão em Brasília. Além do dinheiro desses estádios não voltar mais aos cofres públicos, pergunto: Quem vai jogar nesses grandes elefantes brancos a partir de Agosto de 2014? A Shakira e o Rolling Stones vão fazer show todo ano em Cuiabá? A festa do Boi-Bumbá vai ser transferida de Parintins para Manaus?
Tenho certeza que nosso futuro é bem mais glorioso que nosso presente. Não vou deixar de acreditar, apesar dos Ricardos Drubssihdfgvbshdbski da vida.
Sonho, no aniversário de 90 anos do Atlético em 2014, a disputa da final da Libertadores na Arena novinha em folha. Ao final do 2° tempo, Harrison dá um passe em profundidade para Taiberson, que corta o zagueiro com a perna direita, puxando para a canhota, e da entrada da meia lua bate de chapa, no ângulo direito do goleiro do Boca Juniors, dando o 1° título continental de presente para Joaquim Américo, Caju, Cireno, Jackson, Alfredo Gottardi, Sicupira, Ziquita, casal 20, Marola, Renaldo, Leomar, Warlei, Lucas, Gabiru, Gustavo, Paulo Baier, seu João, dona Maria, eu e você.