20 jun 2012 - 18h53

AEG pode ser a gestora da nova Arena da Baixada

No próximo ano, o torcedor atleticano passará a contar com um estádio diferente. A Arena da Baixada está passando por reformas radicais a fim de receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Mas não serão apenas o teto retrátil, as novas cadeiras e a conclusão da reta da Brasílio Itiberê que alterarão a experiência de frequentar o Joaquim Américo. A administração do complexo esportivo passará a ser feita por uma empresa especializada, que ficará responsável pela realização de eventos na área de entretenimento.

A iniciativa de “terceirizar” a gestão da Arena da Baixada já havia sido divulgada há algum tempo, mas atraiu pouca atenção da mídia e dos torcedores. No mês passado, a Furacao.com divulgou uma matéria do site Máquina do Esporte, especializado em marketing esportivo, sobre a intenção do Atlético em contratar uma empresa para operar o estádio. Segundo aquela notícia, o clube estudava quatro propostas.

Mais recentemente, no evento da visita do Ministro Aldo Rebelo às obras da Baixada, o presidente Mário Celso Petraglia deixou escapar que as negociações estão avançadas e citou o nome da AEG, maior empresa do setor no mundo. “Acabamos de voltar dos EUA. Fizemos uma visita à AEG, a maior empresa em construção e administração de arenas, e vamos fechar uma parceria com eles para, após a Copa do Mundo, transformar a Arena em uma Arena Olímpica. Tivemos o orgulho de ouvir dessa empresa que o nosso projeto é genial e que eles não conhecem nada parecido com isso no mundo. Por isso, temos essa pretensão de fazer com que nossa Arena seja a Arena dos Paranaenses”, afirmou Petraglia.

Ainda assim, o tema não repercutiu nos veículos de mídia do estado. Agora, a Furacao.com apresenta à torcida atleticana um perfil da AEG, braço da Anschutz Company no setor de entretenimento. Esta empresa é nada menos do que a maior do mundo no controle de times e eventos esportivos e detentora do segundo evento musical mais lucrativo do planeta.

Histórico da Anschutz Corporation

AEG é a sigla para Anschutz Entertainment Group, uma empresa com sede em Los Angeles que pertence à Anschutz Corporation. A história desse grupo econômico começou em 1958, quando a primeira empresa foi fundada no Kansas por Fred Anschutz para atuar no ramo petrolífero. Mas o grande nome por trás do sucesso da companhia é Philip Anschutz, que assumiu o comando quatro anos depois, com a doença do pai.

Nos anos 80, Anschutz já era bilionário e passou a expandir os negócios para outros setores, como ferrovias, energia, exploração de minérios e comunicações. O primeiro passo no mundo dos esportes se deu em 1995, quando ele comprou o time de hóquei no gelo Los Angeles Kings. No ano seguinte, comprou 25% do Los Angeles Lakers e iniciou a construção de um complexo esportivo que viria a se tornar o Staples Center, uma das principais arenas esportivas do mundo.

Esses investimentos deram origem à AEG, uma subsidiária integral da Anschutz Corporation criada para atuar na gestão de arenas, controle de times esportivos e realização de eventos esportivos, musicais e culturais. Philip Anschutz tem hoje 72 anos e ocupa a posição de 133º pessoa mais rica do mundo da Revista Forbes, com uma fortuna estimada em 7 bilhões de dólares.

A AEG

A AEG é possivelmente a maior empresa do mundo no ramo de negócios relacionados ao esporte. A empresa é dona, entre outros, dos seguintes times: Los Angeles Kings (NHL), Manchester Monarchs (AHL), Reading Royals (ECHL), Houston Dynamo (MLS) e Los Angeles Galaxy (MLS). Além disso, tem participações no Los Angeles Lakers (NBA), Los Angeles Sparks (WNBA), Hartford Colonials (UFL) e Reading Royals (ECHL).

Na área musical, promove uma série de turnês de artistas como Taylor Swift, Justin Bieber, The Black Eyed Peas, Leonard Cohen, Bon Jovi, Celine Dion, Miley Cyrus, Britney Spears e Paul McCartney.

Gestão de Arenas

Mas a principal área de atuação da AEG é a de gestão de arenas. Somando os estádios e arenas esportivas, são mais de 50 complexos administrados pela companhia. Os mais famosos são o Staples Center (casa dos Lakers, Clippers, Sparks e Kings) e o Home Depot Center (casa do Galaxy e Chivas USA), na California, a AmericanAirlines Arena (ginásio do Miami Heat), em Miami, e a O2 Arena (sede da ATP World Tour Finals), em Londres.

Mas a relação é extensa e inclui ginásios, estádios, arenas e complexos localizados na Austrália, Suécia, Holanda, Alemanha, China, Escócia, Turquia e Rússia, além de diversas cidades nos Estados Unidos. Segundo rumores, a AEG pretende retomar o futebol americano em Los Angeles. Para tanto, estaria disposta a comprar um time da NFL e construir um estádio de US$ 1 bilhão no complexo que hoje tem o Staples Center e o Home Depot Center.

A AEG tem investido fortemente em futebol. A empresa foi uma das fundadoras da MLS e nos últimos anos teve participação acionária em sete equipes. O troféu dado ao campeão da MLS é denominado “Philip F. Anschutz Trophy”, tamanha a importância do dono da AEG na propagação do esporte nos Estados Unidos.

AEG no Brasil

Com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, as atenções da AEG se voltaram para o mercado brasileiro. O cenário de construção de novos estádios atraiu o interesse da empresa, que já fechou dois contratos. A AEG será a gestora da Nova Arena, estádio do Palmeiras, por 10 anos, e da Arena de Pernambuco, na região metropolitana de Recife, por 30 anos.

Mas a parceria com esses dois estádios não impede o acerto com o Atlético. Ao contrário: ao se instalar no Brasil, a AEG terá ganhos de escala e interesse em administrar outras praças esportivas. Além disso, segundo revelou Mario Celso Petraglia na declaração reproduzida no início desta matéria, a AEG teria ficado impressionada com o projeto do Atlético, que inclui não apenas o estádio de futebol, mas um ginásio anexo.

Em recente entrevista ao blog Abrindo o Jogo, do jornalista Napoleão de Almeida, o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann, explicou a lógica da relação entre Atlético e AEG: “A gestão do estádio nós vamos entregar para um profissional, para uma empresa profissional. Nós já estamos aí em conversas bastante adiantadas com grandes empresas. Nós já quisemos fazer isso em 1999. Mas acontece que só tinha um estádio. Essas grandes empresas não queriam vir para o Brasil para administrar um estádio. Não fecha a conta. Hoje não. Hoje você vai ter 12 da Copa, mais o Palmeiras, mais o Grêmio, então você vai ter 14, 15 estádios de alto nível para que essas empresas se interessem em vir. Nós não entendemos disso no nível em que se precisa: quer dizer, transformar de fato em multiuso. Nós vamos ter um complexo com uma série de equipamentos, de venda, de alimentos e bebidas, restaurante e nós estamos aí buscando um gerenciador, que é gerenciador. Não vamos dividir receita com ninguém. Ele vai ser remunerado em cima da receita que ele trouxer”.

Por enquanto, a parceria ainda não foi confirmada. Mas o torcedor atleticano já pode acompanhar o desenrolar das negociações tendo conhecimento do porte da empresa que negocia com o clube.



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