Aproveitadores
Faz tempo que venho ensaiando pra escrever aqui, mas acabo me enrolando e sempre procuro tentar abster toda essa vergonha. Hoje, cansei. Cansei de estar cansado. E de ficar assistindo calado a toda essa palhaçada que nos vem sendo empurrada goela abaixo. Não apenas por perder para o Ceará fora de casa por 1×0, mas por fazer em campo o que fizemos e temos feito já há um bom tempo.
Inicialmente, quero parabenizar a todos aqueles que chancelaram o retorno desse bando de ladrões à direção do nosso querido clube. Voltamos a ser comandados por empresários e passamos a nos sujeitar àquela mesma ladainha de sempre: ninguém sabe NADA que acontece dentro do Atlético. Ninguém participa de nada, a não ser a tríplice elite: O Mário, o Celso e o Petraglia, como um amigo bem lembrou dias atrás.
A imprensa é marrom? Sem dúvida. Mas sem a veiculação de notícias que ao menos em tese sejam imparciais, de acompanhamento diário, acabamos tendo de suportar uma verdadeira ditadura – que é a mesma de anos atrás -, e cuja única palavra (sem contraditório) é a de quem administra. E quem administra é justamente aquele que nunca erra. Aquele que só tem responsabilidade pelas coisas positivas que acontecem no clube. Aquele que só ganha. Aquele que quer fazer chacota com os xoxas e não consegue olhar pro próprio umbigo e reconhecer a piada que estamos sendo nesses últimos tempos. Aquele que atribui todos os problemas do clube a outras pessoas. Aquele que procura incentivar o torcedor e, na derrota, trata a obtenção de um título como sendo ‘uma loucura’. Sim, pessoal, aquele mesmo que vai ao cinema enquanto nós, otários de plantão, estamos sofrendo com esse ‘time’ feito para exposição de uns e outros que podem vir a render ‘dinheiros’ para os cofres de privilegiados que não têm o menor comprometimento com o nosso amor.
A gestão passada foi boa? É evidente que não. Foi terrível! Os resultados estão aí pra quem quiser ver. Fizemos uma campanha vergonhosa que culminou no nosso rebaixamento. A razão? Incompetência e amadorismo. No entanto, uma coisa temos de reconhecer: gastamos MUITO dinheiro, como talvez nunca tenhamos feito, com nosso time de futebol. Nosso time mais caro, e talvez mais sem vergonha da história. Fomos rebaixados, mas com dispêndio de dinheiro em futebol PROFISSIONAL.
E agora? Temos um time Sub-23 (que ninguém sabe pra quê), e vivemos buscando jogadores jovens para encher as prateleiras e buscar negociações benéficas aos interesses de terceiros. O cara é rápido? Novo? Compromete-se a ceder parcela do passe? Manda pra cá! ‘Vai que dá’, não é mesmo?
Nosso ‘diretor de futebol’ é uma piada! Renan Teixeira, Léo Mineiro e outras tantas palhaçadas que estamos tendo de aguentar. Intervenções nas escalações e orientação aos jogadores na beira do gramado. Será que alguém ainda lembra que o Atlético é um time de futebol e que deve satisfações aos milhões de apaixonados que o sustentam? Ou virou oficialmente uma empresa e vai passar a visar o lucro de forma irrestrita? Futebol não se faz assim. E os mais desavisados que conduziram essa tropa à nossa gestão devem ter se esquecido de alguns episódios marcantes do passado (‘CAPA’, cadeiras do estádio, e outros tantos). A vida é assim. E o Maluf está aí até hoje pra provar. Afinal, ele ‘rouba mas faz’, não?
O grande problema é esse: as pessoas têm memória curta e os corvos se fortalecem na desgraça. Virou moda defender esse ou aquele lado político do clube. O que nos esquecemos é que somos atleticanos – e, em tese, deveríamos todos possuir um mesmo ideal.
Isto, no entanto, está longe de acontecer. A ordem é: técnico boca mole que faz o que queremos, não é Orlandelli e Petraglia?
E as histórias sem limites continuam a ser contadas. Verdadeiras fábulas que neste momento só nos envergonham e demonstram o caráter dessas pessoas irresponsáveis e sem personalidade. Fácil aparecer na hora boa; das vitórias. E é fácil também jogar o peso nas costas de todo mundo pra se furtar da responsabilidade pelos interesses escusos que permeiam essa administração. Vamos continuar abastecendo o ‘time da base’ e escalando gente em razão de apoio empresarial. E segue Orlandelli na direção de futebol. E segue Drubscky, um coitado sem boca pra nada, tendo de tomar as bordoadas por fazer as vontades dessa MERDA de diretoria.
E quem sofre? Somos só nós, caros amigos, e que fomos os responsáveis por ter levado o clube de volta a essa situação. Mais dois anos e meio de ditadura – isto é, se não mudarem o estatuto antes para criar alguma espécie de administração vitalícia desse balcão de negócios que virou o Atlético.
Estão brincando com o nosso amor.