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3 jul 2012 - 11h03

Tragédia de Tróia

Perdoem-me os apaixonados. Perdoem-me os amantes passionais. E todos aqueles que sucumbem às agruras do não amor. Mas só quem viveu a rejeição, o desprezo e a violência muda em função de um imensurável sentimento não correspondido, é que sabe o que é o desamor.

E quem vive(u) isso, traz cicatrizes. Algumas no peito, outras nos joelhos, piores são as da alma. Cortes profundos, modelados pela lâmina do silêncio que não vem dos punhais da covardia, mas sim da pura e simples ausência de sentimento do lado de lá.

Experientes, chegamos ao ponto de não mais clamar por algo que não existe, porque adquirimos a consciência disto. Nos resta acalmar a indignação, domesticá-la contando a ela que o tempo não pára, o mundo não finda amanhã, neste caso, ele se prolongará além deste nefasto ano: a eventualidade do futuro, como consolo à morbidez deste presente, presente de grego, gigantesco cavalo de Tróia na forma de Arena.

Um dia todos aprenderemos a conviver ou ao menos sermos indiferentes com quem não nos gosta (eu já aprendi). Digo, reconheceremos enfim a quem poderemos direcionar nosso coração, nossos pensamentos, nossos sonhos e desejos individuais. O discernimento como virtude, para que não sejamos mais enganados pelos truques dos parasitas da emoção alheia. Helena não existe, foi o discurso pretexto do sofista espartano fantasiado de general, e ainda não sabemos quem é Agamenon.

Desta forma me permito, já na condição de possuir o discernimento como virtude, lhes assegurar que ISTO AÍ NÃO É O ATLÉTICO. Não passa de um FAKE pós-moderno, uma ficção onde meras NEGOCIATAS travestem-se de CAP. Estratagema bélico, interesses escusos desvirtuando o propósito do antigo Clube de Futebol, transformando-o em moderna empresa sem atividade fim, somente um meio ou instrumento para satisfação das necessidades deles.

Inversão de valores, não joga quem deve, pois deve aparecer quem não precisa. Não se contrata quem precisa, porque só aparece quem não deve jogar. A Instituição foi rebaixada literalmente a um açougue de subúrbio, onde nem a vigilância sanitária chega, por isto a exposição de matéria putrefata na vitrine, rodeada de moscas, varejeiras, urubus e todos os bichos escrotos possíveis, bichos da natureza desumana.

Precisamos calar e fechar a boca. Não mais consumir os subprodutos da falsa empresa. Não ir mais ao açougue de 3ª. Deixar que os macro-organismos se decomponham a si próprios. Uma autofagia canibalesca de dar inveja aos Tupinambás. Senhoras e senhores: o CAP está doente. Em 2006 apareceram os sinais. Prodrômicos ou não, mas muitíssimo patognomônicos, nada fizeram contra a disseminação da peste por todo o organismo. Uma metástase de enrubescer oncologistas. Presumível, inevitável e infelizmente, hoje na UTI.

Sou prolixo, ao menos enquanto Brunos e afins estiverem no plantel, Jorges e afins na comissão técnica, Mários e afins na direção: ISTO AÍ NÃO É O ATLÉTICO! O FUTEBOL DO ATLÉTICO INEXISTE! Se queriam uma Arena dubaiense, por que diabos não o fizeram com um time de vôlei? Por que usar o CAP para destilar terceiras intenções? Por que usurpar do sentimento do torcedor rubro-negro, fazendo-nos passar humilhações por sete anos seguidos, sempre em prol da negligência com a Copa do Brasil, a imperícia nas contratações e a imprudência nos estaduais, culminando no descenso no Brasileirão?

Isso aí é apenas um sofrível stand do feirão clandestino de valores financeiros, de fazer inveja aos mercadões automotivos. Transformaram nosso Amor pelo Atlético em ilusão. Isto não tem preço: isto tem DOLO! Mas então é preciso uma diligência, uma auditoria, uma intervenção tipo SANEAMENTO BÁSICO. Uma verdadeira descontaminação generalizada, que não sobre um, do mais alto da cúpula ao mais reles assalariado. É gente estranha, que não ama o Clube, não torce por ele, pois faz prevalecer o interesse particular sobre o interesse público, não medindo escrúpulos para que a involução tome conta, hasteando no lugar do pavilhão rubro-negro, a bandeira da mentira!!!!

A QUESTÃO PRECÍPUA DO CAP, É PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA. Médicos, Infectologistas e Sanitaristas, ação!!!! Porque lá se foi o tempo em que entregávamos nossos corações nas mãos de prostitutas, voltávamos para casa e alguns antibióticos resolviam. Hoje, não andamos com prostitutas (sem prejuízo de sua cidadania), mas insistimos em nos apegar a quem não nos merece.

Diagnóstico + prognóstico altamente desfavorável, estabelecido em 2006 (ou seja, parece que a História não nos serve de exemplo, que absurdo!!): sofremos de empresarioesclerose. Empresários são como bactérias altamente patogênicas e virulentas ao mesmo tempo: eles criam resistência, nem a série B os afasta. Ao contrário, muito os atrai. Estranho, não???? Para mim, não é mais estranho, virou comum. Porque eu tenho discernimento: eu Amo o Atlético. Isto aí eu não amo, porque ISTO AÍ NÃO É O ATLÉTICO. Quando o Atlético voltar, eu volto. Mas vai demorar: trazer William Batoré, é dar cadeira pra Jacaré! Socorro, Wallygator! Chamem o Guarda Twiddles!!!

Dá o fora, Menelau!



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