O Fala, Atleticano é um canal de manifestação da torcida do Atlético. Os textos abaixo publicados foram escritos por torcedores rubro-negros e não representam necessariamente a opinião dos responsáveis pelo site. Os autores se responsabilizam pelos textos por eles assinados. Para colaborar com um texto, clique aqui e siga as instruções. Confira abaixo os textos dos torcedores rubro-negros:
8 jul 2012 - 11h51

Dia mais triste na história de um simples torcedor

Tenho 43 anos e segundo as estatísticas já passei da metade da minha vida, vida esta toda acompanhada do Atlético sempre dento do meu coração. Venho de uma família toda rubro-negra, tradicional no bairro do Atlético, e com todas as irmãs da minha vovó sendo fanáticas rubro- negras, não eram poucas, senão me falha a memória eram em torno de 12 irmãs. Ali vi os últimos toques do Sicupira, naquelas antigas cadeiras que pareciam mais bancos de praças. Lembro-me do primeiro goleiro que vi jogar, Altevir. Mais tarde um pouco ainda moleque fui para trás do gol, nas torcidas organizadas TIA e ETA e ali me identifiquei com meu primeiro ídolo Rota.

Anos 70, difícil situação, além dos coxinhas serem superiores, tinha um tal de Vander Moreira que facilitava as coisas na arbitragem, em 78 fui nos três jogos, todos 0x 0 e fomos para os pênaltis naquela quarta a noite, somente Rota acertou, naquele dia conheci a sensação de chorar por um clube, na saída os coxinhas da muc no terceiro anel, soltavam rojões na nossa torcida que saia pela Mauá, mas nem por isso me intimidei ou senti vergonha do Atlético, saímos do jogo e fomos na Marechal Floriano comer um X-Salada no Tip-Ti, e eu desfilava com a camisa do Atlético numero 7 do Paulinho Carioca.

Até 82, o primeiro titulo que presenciei, o que marcou foi a emaçou da primeira vitória que vi em um Atletiba, gol de Sarandi em 80 na Baixada, a inauguração dos refletores no querido estádio, chegada de Nivaldo e Didi, transação mais cara até o momento, rodadas duplas no Tremendão, em uma destas jornadas xinguei tanto os porcos nas cadeiras daquele chiqueiro que meu pai ficou até com medo, mas a época era outra.

Chegou 82, ufa até que enfim um titulo, três turnos conquistados e campeão direto, sem quadrangular, em outubro estávamos de férias, depois vieram outros mais como 83/85/88/90. Neste período me marcou a grande campanha de 83 no nacional, assisti com meu pai muitas partidas no Tremendão ao lado de Caju, quando perguntei quem era não fazia ideia do monstro e de quem era Caju, já com mal de parkinson mais sempre otimista e muito respeitado, tive a honra de conhecê-lo e de assistir algumas partidas, a mais significativa foi de um jogo chave em 83 contra o Colorado, partida transferida para o meio da semana por causa da chuva, era um quadrangular em que se classificavam 2 times, Atlético MG já estava classificado, o América fora e o Colorado a frente de nós, saímos na frente mas o Colorado tinha um centroavante chamado Jonas que empatou, tudo estava perdido até que uma falta aos 40 minutos Nivaldo bate com perfeição e faz o 2×1, abracei Caju como se ele fosse uma criança. No decorrer desta historia, o fim foi com o da Homem da Mala, Paulinho Alves, no Maracá sendo filmado e apanhando, mas nem precisou empatamos em Minas 1×1 gol de Péu.

Nesse mesmo ano ganhei uma viagem para Porto Alegre junto com a delegação do Atlético para assistir um jogo contra o Grêmio, vencemos por 2×1, Capitão e Wasghinton, este viajou ao meu lado no voo, tomei café da manha com o saudoso Sotter, boas lembranças, batemos o recorde de publico no Tremendão Em 84 na festa de 60 anos, fui com uma prima do meu pai, muito conhecida e respeitada no clube, pediatra, na época do semi amadorismo ela era a médica dos filhos dos jogadores num trabalho que eu tenho absoluta certeza que foi voluntário, não se ouvia falar em marketing naquela época e a festa foi acompanhada de um grande Buffet com um show do pianista Pedrinho Mattar , ganhei uma medalha de comemoração que guardo até hoje.

Fomos para o Pinheirão, com uma promessa de modernização e quase morremos lá. De bom só lembro-me do titulo de 88, gol do Cambé e do inicio fulminante do Brasileiro de 91. Agora de coisas ruins são tantas, mas não vou me alongar. Estava presente no jogo contra a Portuguesa em 92 em que se pediu a volta para a Baixada e Farinhaque numa atitude política iniciou as obras de retorno junto com Ney Braga. Na inauguração em 94 vi atleticanos chorando por voltar para a Casa e vibrei com o gol do Ricardinho Blumenau como se fosse um titulo. Não foram poucas as vezes que ia caminhar na praça mais para acompanhar a construção e lembrar-me dos bons tempos da antiga Casa, quantos treinos assisti no campo sagrado.

Veio a mudança de direção, modernização e títulos, Seletiva, Brasil e Libertadores, infelizmente por motivos profissionais não acompanhei estas conquistas de perto, vim para o MT e em meu coração veio o Furacão, me considero um divulgador das coisas rubro negras por aqui e nunca deixei de acompanhar o nosso clube. Cheguei até a brigar com meu vizinho em 2005 na final da Libertadores, mas depois de 2006 em que fomos semi da Copa Sul Americana entramos em dormência, meu campeonato virou fuga do rebaixamento com exceção de 2010, que acabou subindo na cabeça do MM.

A segundona tinha que ser um bate e volta, se reciclar e voltar como um Fênix, mas com estes jogadores, com este público, com esta mente e com este estádio de Paranaguá não vai dar para aguentar. Hoje 07/07/2012 horas depois do jogo contra o América MG, como torcedor em toda a minha historia de atleticano afirmo, este é o dia mais triste da minha história como torcedor do CAP.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…