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17 jul 2012 - 10h42

Os 3000 de Paranaguá

Tenho dois irmãos: Lucas, 20 anos e Pedro 15 anos. Ambos, obviamente, atleticanos. A primeira lembrança que tenho do Lucas num estádio de futebol foi naquele jogo de portões abertos no Pinheirão numa 2ª feira. Atlético e Paraná jogavam pelo estadual e o CAP tinha um timaço. O Paraná saiu na frente e, quando Andrey disparou a bomba para marcar o gol de empate, entre os gritos de gol escutei um choro. Era meu irmão Lucas com 5 anos, assustado com a reação irracional da torcida quando ocorre um gol (quem não choraria?). No aniversário de 9 anos do Lucas, no dia 08 de Abril de 2001, o levei para um programa de irmãos. Corrida de Stock Car no Autódromo de Pinhais pela manhã, Mc Donalds no Shopping Curitiba no almoço e Atletiba na Arena a tarde. Mais uma vez o CAP tinha um timaço, porém contra os coxas é sempre necessário alguma coisa a mais. No final, 3 a 2 para eles, mas a certeza de termos assistido a uma grande partida onde praticamente só o Atlético de fato jogou.

Já com Pedro tenho lembranças mais recentes. Num meio de semana qualquer de 2004, levei meu irmão para assistir um outro timaço do CAP golear impiedosamente o Goiás. Muito além dos 6 a 0 aplicados, ficou a lembrança de uma noite de Baixada naqueles dias.

Bom, o destino me transformou em ‘pai’ do Lucas e do Pedro. Minha formação me deu a oportunidade de ser professor de ambos. A vida acabou me tirando de casa para respirar novos ares.

Pois então, chego na casa da minha mãe para uma visita no sábado a noite e meu irmão mais novo, o Pedro, que gosta mais de skate do que de bola, me supreende com a notícia: ‘fomos à Paranaguá.’ Confesso que senti inveja e até uma certa tristeza por não ter ido também. Durou dez segundos. No instante seguinte o Pedro colocou a mão no meu ombro e disse: ‘Que merda esse time, né? O jogo foi horroroso! O estádio tá mal cuidado, não tinha nem lugar limpo pra sentar. Tinha tão pouca gente que parecia jogo do Paranaense no interior.’ Fiquei com raiva. Meus irmãos, que ensinei com tanto fervor que o Atlético é melhor que o Barcelona, estavam decepcionados.

De quem é a culpa? Tem de fato um culpado? Acho que não. O futebol é cíclico e, agora, estamos na parte de baixo dele. Mas tem como amenizar a situação.

Se no campo as coisas só vão melhorar gradualmente, na arquibancada pode ocorrer uma revolução já na próxima rodada. Meu Deus, 3 mil pessoas num jogo do CAP é ridículo. PROMOÇÃO REAL para os moradores de Paranaguá com a camisa do Atlético, ingressos extras aos sócios que estão indo pra lá, sei lá. Repito: esse é um ano de sacrifícios para todos, inclusive para a Direção. Tenho certeza que os sócios aprovariam as promoções e não deixariam de pagar suas mensalidades. Precisamos de estádio lotado, de vibração das arquibancadas.

O que não dá para é ficar de braços cruzados.

Pitaco: Wéwerton; Maranhão, Manoel, Luiz Alberto e Saci; Cléberson, João Paulo e Liguera; Marcelo, Adan e Ricardinho.



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