Deu. Fui. Vazei!
Aos oito anos de idade fui apresentado ao CAP, havia recém perdido meu pai e fui levado pela família do então juiz Eraldo Palmerini para assistir um jogo de futebol na Vila Capanema. Jogava o Ferroviário contra o Atlético. Foi uma paixão arrebatadora, apesar de ter ficado na torcida boca negra, apaixonei-me pelo Furacão e de lá até hoje passaram-se apenas quarenta e quatro anos.
Como torcedor, participei de campeonato de bandeiras na antiga Baixada, lembro que minha mãe confeccionou uma bandeira toda vermelha com um enorme coração negro ao centro, nada mais correto para expressar meu amor pelo Atlético.
Mais tarde, ao me casar, chegou a hora de ser pai, quando minha esposa engravidou de nosso filho, corri para a antiga Baixada comprar um título de sócio para o embrião, fazendo dele um atleticano de ventre. Mais do que isto, meu gesto foi como dar a notícia a um avô do nascimento de seu neto.
Por que eu escrevo tudo isto?
Escrevo porque no transcorrer desta vida de atleticano nunca, em momento algum, eu pensei em abandonar o CAP. E olha que já passamos por momentos terríveis. Porém, confesso que ao término do jogo do último sábado, contra o medíocre Guarani, a desilusão bateu. Senti-me órfão de time. O Atlético me abandonou.
E como nunca jamais fiz ou pensei fazer na minha existência, jurei que não verei mais jogo deste time. Cansei de ser humilhado, castigado, enganado. De ter meus dias estragados pela preocupação causada por inconsequentes que só pensam no meu dinheiro, aquele que deixo mensalmente nos cofres do Clube bancando minhas duas cadeiras.
Atlético! Eu te amo, por mais que você me castigue, um filho não esquece o pai.
Petraglia e companhia.
Deu. Fui. Vazei.